Avaliação do potencial agrogeológico das rochas ultrabásicas a intermediárias da Supersuíte G5 no estado do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Violante, Matheus Rocha
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/23756
Resumo: O Espírito Santo (ES) apresenta uma grande oportunidade para o mercado de Fertilizantes Silicáticos (FSi), devido aos fatos de o estado ser o maior produtor de rochas ornamentais (RO) e o 2º maior produtor de café do Brasil. Considerando-se tanto a demanda nutricional de culturas agrícolas, como a geração de resíduos da exploração mineral, que representam passivos ambientais, vê-se no ES a possibilidade de integrar ambos os mercados, no intuito de viabilizar a certificação e comercialização de produtos derivados de resíduos da mineração, disponibilizando-os para produtores rurais da região. Entre as diversas normativas que regulamentam este tipo de produto, destaca-se a Instrução Normativa 05/2016 do MAPA, que regulamenta produtos “remineralizadores” (REM) como rochas silicáticas sujeitas apenas a beneficiamento do tipo cominuição e peneiramento. O potencial agrogeológico das rochas do ES ainda é pouco conhecido, mesmo se tratando de unidades litoestratigráficas amplamente exploradas no mercado de RO, como é o caso das rochas da Supersuíte G5. Com isto, objetivou-se no presente trabalho a compilação, análise e interpretação de dados geoquímicos, petrográficos e de logística, dos membros intermediários a ultrabásicos da Supersuíte G5 no estado do Espírito Santo, a fim de avaliar seu potencial agrogeológico. Para isso, foi utilizado o Mapa de Geologia e Recursos Minerais do Estado do Espírito Santo e foram levantados, na Agência Nacional de Mineração (ANM), processos minerários em fase de concessão de lavra, estipulando-se a distância entre lavras e polos agrícolas. Também foi feito um extenso levantamento bibliográfico, onde foram compilados dados mineralógicos e geoquímicos das unidades de interesse. Constatou-se que: aproximadamente metade das unidades-alvo é atualmente explorada para fins econômicos; diversas unidades-alvo são visadas pela indústria de RO e; que todas encontram-se próximas de pelo menos 5 municípios com participação significativa na produção de café nacional, em um raio de 60 km. As unidades-alvo apresentaram teores modais de quartzo não excedendo 20%, por vezes estando o mineral ausente. Os valores de soma de bases foram superiores a 9% em quase todas as amostras geoquímicas compiladas. Teores de elementos potencialmente tóxicos se encontram dentro dos limites da normativa, com exceção de uma amostra. As unidades Ribeirão Castelo, Laranjeiras, Norito São Gabriel da Baunilha, São Sebastião da Vala, Córrego Santo Amaro, Alto Caxixe Quente, Rio Sossego, Pedra do Dedo, Itarana e Novo apresentaram petrografia e geoquímica em conformidade com a normativa, o que demonstra favorabilidade ao emprego como REM, com potencial para fonte dos nutrientes K, Ca, Mg e Fe, além do elemento benéfico Si. Com exceção da unidade São Sebastião da Vala, todas apresentaram também potencial para fonte dos nutrientes P e Mn. Nestas unidades, o mineral biotita esteve presente em teores próximos ou superiores a 10%, por vezes alcançando a faixa de 30%. Também foi observado favorabilidade ao emprego como FSi para as unidades Ribeirão do Peixe, Jacutinga, Baunilha, Córrego Bananal, Córrego Jaó e Córrego Aventureiro, com potencial para fonte dos nutrientes Ca, Mg, Fe e do elemento benéfico Si. De forma generalizada, observou-se um potencial agrogeológico elevado para todas as unidades estudadas, dos pontos de vista agronômico, econômico e ambiental.
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