O receptor de eferocitose Axl controla o recrutamento de macrófagos alveolares para as mucosas pulmonares durante a homeostase e regula a inflamação pulmonar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Antonia Corrêa Castro
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19231
Resumo: A mucosa pulmonar é um microambiente constantemente exposto à entrada de patógenos e devido a sua função fisiológica de trocas gasosas, é bastante sensível aos danos colaterais das respostas imunológicas. Desse modo, as respostas inflamatórias e tolerogênicas precisam ser finamente controladas nestes locais. Macrófagos alveolares (AMs) são constantemente estimulados por antígenos e sua ativação deve ser finamente regulada para evitar danos ao tecido pulmonar. Além de seu papel na fagocitose de microrganismos, AMs são as principais células que fagocitam células apoptóticas (eferocitose), contribuindo para a imunidade e homeostase nos pulmões. O receptor Axl, da família TAM, é expresso por células do sistema imunológico e além de mediar a eferocitose, bloqueia as vias de sinalização pró-inflamatórias dos TLRs e de citocinas. Nesse estudo, investigamos o papel do receptor Axl no recrutamento de AMs para as mucosas pulmonares, e na regulação de vias pró-inflamatórias durante a homeostase e silicose. Primeiramente a expressão do receptor Axl foi confirmada em células pulmonares totais e, especificamente em AMs. Analisando comparativamente os percentuais de AMs, caracterizados pela marcação duplo positiva para Siglec F+ e CD11c+, durante a homeostase, observamos que o BAL de camundongos selvagens possui em média 37% de AMs, enquanto que o BAL de camundongos Axl-/- possui em média, 65% de AMs. Além do aumento do recrutamento de AMs, observamos uma menor concentração de TGF-β e IL-10 nos BALs de camundongos Axl-/- se comparados aos selvagens, durante a homeostase. AMs de camundongos Axl-/- e selvagens quando estimulados in vitro com LPS, não apresentam diferenças entre si, no que diz respeito à produção de citocinas, porém o LPS em combinação com neutrófilos apoptóticos opsonizados com Gas6 provoca uma diminuição de TNF-α e aumento de IL-6 nos camundongos Axl-/- em relação aos selvagens. Durante a silicose, observamos um aumento no número total de células nos BALs de ambos os animais, porém existe uma diminuição de AMs em camundongos Axl-/- e selvagens. Investigando o perfil celular que se encontrava aumentado durante a silicose, observamos que o percentual de neutrófilos (CD11b+Ly6G+) nos BALs de camundongos Axl-/- estava aumentado, se comparados aos selvagens. Também observamos diminuição nas concentrações de IL-10 nos BALs de camundongos silicóticos selvagens e deficientes em Axl, em relação aos BALs dos mesmos grupos instilados com PBS e nenhuma diferença nas concentrações de TGF-β nesses grupos. A instilação de sílica provocou amento da concentração de TNF-α nos BALs de camundongos deficientes em Axl, mas não em camundongos selvagens e um aumento de IL-6 nos BALs de camundongos selvagens, mas não nos BALs de camundongos deficientes em Axl. Coletivamente, nossos dados indicam que o bloqueio da eferocitose mediada por Axl e deficiências na regulação negativa da sinalização pró-inflamatória intracelular pelo receptor Axl resulta no aumento do recrutamento de AMs durante a homeostase e, além disso essas células apresentam um potencial regulatório, devido ao perfil de citocinas secretadas durante a homeostase. Durante a silicose, existe um possível aumento de morte de AMs, sugerindo que há um controle menor do processo inflamatório em camundongos Axl-/-. O aumento maior no recrutamento de neutrófilos nos camundongos Axl-/- corrobora a hipótese de menor controle do processo inflamatório.
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