Caracterização in vitro do papel do receptor de eferocitose merTk na modulação funcional de macrófagos alveolares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Julia Echardt Lucas
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19276
Resumo: Macrófagos alveolares (AMs) são células fundamentais no estabelecimento da homeostase pulmonar. Essas células estão localizadas no lúmen alveolar, em íntimo contato com antígenos inalados e com a microbiota residente. Além de seu papel na imunidade, AMs também são responsáveis por fagocitar células apoptóticas (eferocitose) e manter a tolerância à antígenos inócuos. Os receptores de eferocitose da família TAM (Tyro3, Axl e MerTk), expressos por fagócitos, reconhecem fosfatidilserina (PtdSer) nas células apoptóticas através das moléculas-pontes Gas6 e proteína S. Além de mediarem a eferocitose, os receptores TAM bloqueiam vias pró-inflamatórias dos TLRs e de citocinas. O objetivo deste estudo é investigar o papel da eferocitose mediada pelo receptor MerTk na modulação funcional de AMs in vitro. Para isso, camundongos C57BL/6 selvagens (WT) e MerTk-/-(6-8 semanas), foram utilizados de acordo com as normas estabelecidas pela CEUA CCS/UFRJ (Licença 041/17). Células totais do pulmão foram obtidas cirurgicamente a partir da extração do tecido e posterior maceramento mecânico. AMs foram obtidos através do lavado broncoalveolar (BAL) com 1 mL de PBS. As células do pulmão foram submetidas a um q-PCR. As células obtidas através do BAL também foram submetidas ao q-PCR e à cultura em placa de 48 poços. O RNA mensageiro foi extraído tanto do tecido pulmonar quanto dos AMs por TRIzol, seguido da síntese de cDNA e amplificação do mRNA por RT-PCR. Para dosagem de citocinas por ELISA, AMs forma estimulados com LPS (200 ng/mL) ou S. pneumoniae (MOI 1:100) por 24 horas. Além disso, o perfil morfológico de AMs recolhidos do BAL foram avaliados através de microscopia óptica após citospin. Resumidamente, nossos dados revelam que apesar de não haver diferenças morfológicas entre os AMs de animais WT e knockout, podemos notar que, condições homeostáticas os camundongos WT mostraram ter um perfil mais pró-inflamatório, apesar de não haver nenhuma mudança significativa durante a infecção por S. pneumoniae. Esse quadro, todavia, se inverte quando adicionamos à cultura ligantes dos receptores TAM, onde podemos ver a indução de um perfil funcional mais pró inflamatório durante a infecção por S. pneumoniae em animais MerTk-/-. Surpreendentemente, observamos que ambos os receptores Axl e MerTk controlam negativamente a replicação intracelular dessa mesma bactéria, sugerindo que a deficiência de um receptor é compensada pela maior expressão do outro quando estimulados.
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