Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/20286 |
Resumo: | Esta pesquisa investiga construções focalizadoras da língua russa envolvendo imenno (“justamente” ou “precisamente”), lexema traduzível ao português tanto como um advérbio focalizador, quanto como uma estrutura clivada. Imenno pode ser descrito como uma partícula focalizadora: uma partícula discursiva convencionalmente empregada em associação ao foco, que consiste na porção proposicional que torna a sentença informativa (LAMBRECHT, 1994). Aqui, são analisados dois de seus padrões de focalização: [xFOC imenno], que geralmente atua na restrição do conjunto de itens passíveis de preencher a referência de palavras QU; e [imennoxFOC], que sinaliza uma coincidência entre o argumento proposicional focalizado e um argumento de outra proposição já introduzida no discurso. As construções foram analisadas sob a ótica da Gramática de Construções Baseada no Uso, que concebe a língua como uma rede de pareamentos de forma e significado moldada conforme a experiência do indivíduo com o uso da língua (DIESSEL, 2019). Através de uma análise quantitativa de dados de corpus, descobriu-se que os dois padrões codificam a estrutura de foco argumental, no qual o domínio focal corresponde a um argumento ou adjunto do predicador sentencial (LAMBRECHT, 1994, p. 222), e que eles têm preferência por domínios focais menos prototípicos, como adjuntos adverbiais e sujeitos. Ademais, verificou-se que o segundo padrão pode ser empregado em uma gama de funções discursivo-pragmáticas, como a introdução, transição, ou conclusão de tópicos discursivos. Uma análise de Regressão Logística Binomial, por sua vez, indicou que os dois padrões devem ser considerados construções distintas. A partir desses resultados, foi possível esquematizar a forma como as duas construções se inserem enquanto nós na rede de signos da língua russa. |
id |
UFRJ_212159abb42613930f5d1295cd9966e4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:pantheon.ufrj.br:11422/20286 |
network_acronym_str |
UFRJ |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRJ |
repository_id_str |
|
spelling |
Nunes, Ana Beatriz Rodrigues de Carvalhohttp://lattes.cnpq.br/2272404251695784Oliveira, Diego Leite de2023-04-25T11:48:48Z2023-11-30T03:00:38Z2021http://hdl.handle.net/11422/20286Submitted by Bruna Carla Cajé (brunacaje@hotmail.com) on 2023-04-25T11:48:48Z No. of bitstreams: 1 ABRCNunes.pdf: 613976 bytes, checksum: e7f089c2330727f2e884e041f5183b77 (MD5)Made available in DSpace on 2023-04-25T11:48:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 ABRCNunes.pdf: 613976 bytes, checksum: e7f089c2330727f2e884e041f5183b77 (MD5) Previous issue date: 2021Esta pesquisa investiga construções focalizadoras da língua russa envolvendo imenno (“justamente” ou “precisamente”), lexema traduzível ao português tanto como um advérbio focalizador, quanto como uma estrutura clivada. Imenno pode ser descrito como uma partícula focalizadora: uma partícula discursiva convencionalmente empregada em associação ao foco, que consiste na porção proposicional que torna a sentença informativa (LAMBRECHT, 1994). Aqui, são analisados dois de seus padrões de focalização: [xFOC imenno], que geralmente atua na restrição do conjunto de itens passíveis de preencher a referência de palavras QU; e [imennoxFOC], que sinaliza uma coincidência entre o argumento proposicional focalizado e um argumento de outra proposição já introduzida no discurso. As construções foram analisadas sob a ótica da Gramática de Construções Baseada no Uso, que concebe a língua como uma rede de pareamentos de forma e significado moldada conforme a experiência do indivíduo com o uso da língua (DIESSEL, 2019). Através de uma análise quantitativa de dados de corpus, descobriu-se que os dois padrões codificam a estrutura de foco argumental, no qual o domínio focal corresponde a um argumento ou adjunto do predicador sentencial (LAMBRECHT, 1994, p. 222), e que eles têm preferência por domínios focais menos prototípicos, como adjuntos adverbiais e sujeitos. Ademais, verificou-se que o segundo padrão pode ser empregado em uma gama de funções discursivo-pragmáticas, como a introdução, transição, ou conclusão de tópicos discursivos. Uma análise de Regressão Logística Binomial, por sua vez, indicou que os dois padrões devem ser considerados construções distintas. A partir desses resultados, foi possível esquematizar a forma como as duas construções se inserem enquanto nós na rede de signos da língua russa.porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::OUTRAS LITERATURAS VERNACULASLíngua russaEstrutura da informaçãoConstruções focalizadoras com "imenno" na língua russainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisabertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/20286/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD52ORIGINALABRCNunes.pdfABRCNunes.pdfapplication/pdf613976http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/20286/1/ABRCNunes.pdfe7f089c2330727f2e884e041f5183b77MD5111422/202862023-11-30 00:00:38.102oai:pantheon.ufrj.br:11422/20286TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:00:38Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa |
title |
Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa |
spellingShingle |
Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa Nunes, Ana Beatriz Rodrigues de Carvalho CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::OUTRAS LITERATURAS VERNACULAS Língua russa Estrutura da informação |
title_short |
Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa |
title_full |
Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa |
title_fullStr |
Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa |
title_full_unstemmed |
Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa |
title_sort |
Construções focalizadoras com "imenno" na língua russa |
author |
Nunes, Ana Beatriz Rodrigues de Carvalho |
author_facet |
Nunes, Ana Beatriz Rodrigues de Carvalho |
author_role |
author |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/2272404251695784 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nunes, Ana Beatriz Rodrigues de Carvalho |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Oliveira, Diego Leite de |
contributor_str_mv |
Oliveira, Diego Leite de |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::OUTRAS LITERATURAS VERNACULAS |
topic |
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::OUTRAS LITERATURAS VERNACULAS Língua russa Estrutura da informação |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Língua russa Estrutura da informação |
description |
Esta pesquisa investiga construções focalizadoras da língua russa envolvendo imenno (“justamente” ou “precisamente”), lexema traduzível ao português tanto como um advérbio focalizador, quanto como uma estrutura clivada. Imenno pode ser descrito como uma partícula focalizadora: uma partícula discursiva convencionalmente empregada em associação ao foco, que consiste na porção proposicional que torna a sentença informativa (LAMBRECHT, 1994). Aqui, são analisados dois de seus padrões de focalização: [xFOC imenno], que geralmente atua na restrição do conjunto de itens passíveis de preencher a referência de palavras QU; e [imennoxFOC], que sinaliza uma coincidência entre o argumento proposicional focalizado e um argumento de outra proposição já introduzida no discurso. As construções foram analisadas sob a ótica da Gramática de Construções Baseada no Uso, que concebe a língua como uma rede de pareamentos de forma e significado moldada conforme a experiência do indivíduo com o uso da língua (DIESSEL, 2019). Através de uma análise quantitativa de dados de corpus, descobriu-se que os dois padrões codificam a estrutura de foco argumental, no qual o domínio focal corresponde a um argumento ou adjunto do predicador sentencial (LAMBRECHT, 1994, p. 222), e que eles têm preferência por domínios focais menos prototípicos, como adjuntos adverbiais e sujeitos. Ademais, verificou-se que o segundo padrão pode ser empregado em uma gama de funções discursivo-pragmáticas, como a introdução, transição, ou conclusão de tópicos discursivos. Uma análise de Regressão Logística Binomial, por sua vez, indicou que os dois padrões devem ser considerados construções distintas. A partir desses resultados, foi possível esquematizar a forma como as duas construções se inserem enquanto nós na rede de signos da língua russa. |
publishDate |
2021 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2021 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-04-25T11:48:48Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-11-30T03:00:38Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11422/20286 |
url |
http://hdl.handle.net/11422/20286 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFRJ |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Faculdade de Letras |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRJ instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) instacron:UFRJ |
instname_str |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
instacron_str |
UFRJ |
institution |
UFRJ |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRJ |
collection |
Repositório Institucional da UFRJ |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/20286/2/license.txt http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/20286/1/ABRCNunes.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
dd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255 e7f089c2330727f2e884e041f5183b77 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1784097290521149440 |