Kepler, Cassini e a trajetória dos astros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morgado, Bruno Eduardo
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/8184
Resumo: O ensino de Física para o Ensino Médio, em geral, tem pouca ênfase na descrição do movimento planetário e o pouco que é abordado se limita às três leis de Kepler. Quando um texto ou uma aula se alonga um pouco mais neste tema, ela nos ensina que é no início do século XVII que Johannes Kepler se impõe como tarefa a determinação das trajetórias dos planetas vizinhos à Terra em seu movimento translacional em torno do Sol. Desta maneira, ele pode prever as futuras configurações planetárias e, ao mesmo tempo, verificar o modelo heliocêntrico de Copérnico. Para realizar esta tarefa, Kepler analisa geonietricamente as posições em relação ao Sol dos diferentes planetas então conhecidos, determinadas por Tycho Brahe, e conclui que as trajetórias são elipses de muito baixa excentricidade, quase indistinguíveis de circunferências. Entretanto, esta última observação de Kepler tem sido muito pouco enfatizada na literatura contemporânea do ensino de Física. Outro fato ainda menos conhecido é que, do ponto de vista geométrico, a elipse não seria a única possibilidade para a descrição da trajetória planetária. O emprego do telescópio como instrumento astronômico, à partir de 1610, seguido de seu desenvolvimento ao longo das décadas seguintes, aumentaram a precisão das medidas astronômicas. Em 1680, estas novas observações vão permitir que Giovanni Dornenico Cassini explore exaustivamente a possibilidade das trajetórias planetárias serem descritas por uma oval, as chamadas ovais de Cassini. Nesta monografia, procuramos chamar a atenção dos professores para estes aspectos do movimento orbital dos planetas, através da descrição e da discussão das características geométricas destas diferentes formas para a definição da trajetória de um planeta ao redor do Sol, quando são conhecidas somente as suas posições em regulares intervalos de tempo ao longo desta órbita. Apresentamos ainda qual o critério a ser empregado para orientar nossa escolha e as suas implicações.
id UFRJ_2c1983e3d022cb80f9cefc0adab0e675
oai_identifier_str oai:pantheon.ufrj.br:11422/8184
network_acronym_str UFRJ
network_name_str Repositório Institucional da UFRJ
repository_id_str
spelling Morgado, Bruno EduardoSoares, Vitorvani2019-05-23T19:50:38Z2023-11-30T03:03:27Z2012-12http://hdl.handle.net/11422/8184Submitted by Robson Teixeira (teixeira@if.ufrj.br) on 2019-05-23T19:50:38Z No. of bitstreams: 1 BEMorgado.pdf: 3698194 bytes, checksum: dfa7782f50ca8425aa8545e1a1edc589 (MD5)Made available in DSpace on 2019-05-23T19:50:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 BEMorgado.pdf: 3698194 bytes, checksum: dfa7782f50ca8425aa8545e1a1edc589 (MD5) Previous issue date: 2013-01-31O ensino de Física para o Ensino Médio, em geral, tem pouca ênfase na descrição do movimento planetário e o pouco que é abordado se limita às três leis de Kepler. Quando um texto ou uma aula se alonga um pouco mais neste tema, ela nos ensina que é no início do século XVII que Johannes Kepler se impõe como tarefa a determinação das trajetórias dos planetas vizinhos à Terra em seu movimento translacional em torno do Sol. Desta maneira, ele pode prever as futuras configurações planetárias e, ao mesmo tempo, verificar o modelo heliocêntrico de Copérnico. Para realizar esta tarefa, Kepler analisa geonietricamente as posições em relação ao Sol dos diferentes planetas então conhecidos, determinadas por Tycho Brahe, e conclui que as trajetórias são elipses de muito baixa excentricidade, quase indistinguíveis de circunferências. Entretanto, esta última observação de Kepler tem sido muito pouco enfatizada na literatura contemporânea do ensino de Física. Outro fato ainda menos conhecido é que, do ponto de vista geométrico, a elipse não seria a única possibilidade para a descrição da trajetória planetária. O emprego do telescópio como instrumento astronômico, à partir de 1610, seguido de seu desenvolvimento ao longo das décadas seguintes, aumentaram a precisão das medidas astronômicas. Em 1680, estas novas observações vão permitir que Giovanni Dornenico Cassini explore exaustivamente a possibilidade das trajetórias planetárias serem descritas por uma oval, as chamadas ovais de Cassini. Nesta monografia, procuramos chamar a atenção dos professores para estes aspectos do movimento orbital dos planetas, através da descrição e da discussão das características geométricas destas diferentes formas para a definição da trajetória de um planeta ao redor do Sol, quando são conhecidas somente as suas posições em regulares intervalos de tempo ao longo desta órbita. Apresentamos ainda qual o critério a ser empregado para orientar nossa escolha e as suas implicações.porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilInstituto de FísicaCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::FISICA::FISICA GERAL::RELATIVIDADE E GRAVITACAOAstronomiaEnsino de físicaEnsino médioKepler, Cassini e a trajetória dos astrosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisabertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJORIGINALBEMorgado.pdfBEMorgado.pdfapplication/pdf3698194http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/8184/1/BEMorgado.pdfdfa7782f50ca8425aa8545e1a1edc589MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/8184/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD5211422/81842023-11-30 00:03:27.939oai:pantheon.ufrj.br:11422/8184TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:03:27Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Kepler, Cassini e a trajetória dos astros
title Kepler, Cassini e a trajetória dos astros
spellingShingle Kepler, Cassini e a trajetória dos astros
Morgado, Bruno Eduardo
CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::FISICA::FISICA GERAL::RELATIVIDADE E GRAVITACAO
Astronomia
Ensino de física
Ensino médio
title_short Kepler, Cassini e a trajetória dos astros
title_full Kepler, Cassini e a trajetória dos astros
title_fullStr Kepler, Cassini e a trajetória dos astros
title_full_unstemmed Kepler, Cassini e a trajetória dos astros
title_sort Kepler, Cassini e a trajetória dos astros
author Morgado, Bruno Eduardo
author_facet Morgado, Bruno Eduardo
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Morgado, Bruno Eduardo
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Soares, Vitorvani
contributor_str_mv Soares, Vitorvani
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::FISICA::FISICA GERAL::RELATIVIDADE E GRAVITACAO
topic CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::FISICA::FISICA GERAL::RELATIVIDADE E GRAVITACAO
Astronomia
Ensino de física
Ensino médio
dc.subject.por.fl_str_mv Astronomia
Ensino de física
Ensino médio
description O ensino de Física para o Ensino Médio, em geral, tem pouca ênfase na descrição do movimento planetário e o pouco que é abordado se limita às três leis de Kepler. Quando um texto ou uma aula se alonga um pouco mais neste tema, ela nos ensina que é no início do século XVII que Johannes Kepler se impõe como tarefa a determinação das trajetórias dos planetas vizinhos à Terra em seu movimento translacional em torno do Sol. Desta maneira, ele pode prever as futuras configurações planetárias e, ao mesmo tempo, verificar o modelo heliocêntrico de Copérnico. Para realizar esta tarefa, Kepler analisa geonietricamente as posições em relação ao Sol dos diferentes planetas então conhecidos, determinadas por Tycho Brahe, e conclui que as trajetórias são elipses de muito baixa excentricidade, quase indistinguíveis de circunferências. Entretanto, esta última observação de Kepler tem sido muito pouco enfatizada na literatura contemporânea do ensino de Física. Outro fato ainda menos conhecido é que, do ponto de vista geométrico, a elipse não seria a única possibilidade para a descrição da trajetória planetária. O emprego do telescópio como instrumento astronômico, à partir de 1610, seguido de seu desenvolvimento ao longo das décadas seguintes, aumentaram a precisão das medidas astronômicas. Em 1680, estas novas observações vão permitir que Giovanni Dornenico Cassini explore exaustivamente a possibilidade das trajetórias planetárias serem descritas por uma oval, as chamadas ovais de Cassini. Nesta monografia, procuramos chamar a atenção dos professores para estes aspectos do movimento orbital dos planetas, através da descrição e da discussão das características geométricas destas diferentes formas para a definição da trajetória de um planeta ao redor do Sol, quando são conhecidas somente as suas posições em regulares intervalos de tempo ao longo desta órbita. Apresentamos ainda qual o critério a ser empregado para orientar nossa escolha e as suas implicações.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-12
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-05-23T19:50:38Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-11-30T03:03:27Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11422/8184
url http://hdl.handle.net/11422/8184
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFRJ
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Instituto de Física
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRJ
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Repositório Institucional da UFRJ
collection Repositório Institucional da UFRJ
bitstream.url.fl_str_mv http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/8184/1/BEMorgado.pdf
http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/8184/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv dfa7782f50ca8425aa8545e1a1edc589
dd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1784097143609360384