Efeito biológico das vesículas extracelulares de Cryptococcus neoformans produzidas por Titan Cells
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/17418 |
Resumo: | A levedura encapsulada Cryptococcus neoformans é um dos principais agentes causadores da criptococose, uma micose invasiva que afeta, principalmente, pessoas imunossuprimidas, sendo responsável por 181.100 mortes anuais registradas globalmente. A via mais comum de infecção por esse fungo é a respiratória, onde o indivíduo inala os esporos ou leveduras dessecadas. Atingindo o pulmão, as leveduras podem permanecer em latência até conseguir se replicar, processo frequentemente relacionado com queda na imunidade do hospedeiro. A partir do pulmão, o fungo pode escapar do sistema imune e se disseminar pela circulação sanguínea, chegando ao sistema nervoso central, no qual pode provocar um quadro de meningite criptococócica altamente letal. O principal fator de virulência de C. neoformans é sua cápsula polissacarídica, constituída, principalmente, por glucuronoxilomanana (GXM), galactoxilomanana (GalXM) e manoproteínas. Nosso grupo demonstrou que ao menos parte da GXM é transportado para o espaço extracelular, juntamente com outras estruturas, através de vesículas extracelulares (VEs). As VEs produzidas por leveduras se mostraram capazes de ativar macrófagos, aumentando suas atividades microbicidas e promovendo a produção de citocinas. Além da cápsula polissacarídica, a capacidade de um subconjunto de células criptocócicas de se diferenciar em células gigantes denominadas de “Titan Cells" (TC), com tamanho médio entre 50 e 100 μm de diâmetro, vem sendo associada a sobrevivência desse fungo no hospedeiro. Essas células são altamente resistentes ao estresse oxidativo e são capazes de inibir o processo de fagocitose por células de defesa, sendo aparentemente fundamentais na progressão da doença. Neste trabalho aplicamos um protocolo recente, desenvolvido para obter Titan cells in vitro com o intuito de padronizar essa técnica no laboratório, isolar VEs desse tipo celular e caracterizá-las. Inicialmente, conseguimos obter essa morfologia em laboratório e comparamos os diâmetros das células controle com as células TC, como também a quantidade dessas células em cultura quando comparamos às células em tamanho normal. Foi observado que as células presentes em culturas TC possuem de fato, um tamanho aumentado quando comparadas as células controle de C. neoformans H99 concluindo que esses estresses levam à mudança morfológica da célula. Suas VEs também foram isoladas corretamente, e realizamos a comparação de esterol e proteína presentes nessa estrutura. As VEs obtidas de TCs, apesar do resultado não ter tanta diferença significativa, apresentam uma tendência de ter maior quantidade de esterol do que as VEs obtidas das células controle enquanto não há uma diferença na quantidade de esterol, embora também o desvio padrão seja maior nesse caso. Por ter uma grande importância na patogênese, foi também investigado a participação das VEs produzidas por leveduras e por TC durante o processo infeccioso de C. neoformans em larvas do inseto Galleria mellonella. Após a infecção das larvas com o fungo, foi administrado VEs de TC e células controle e foi observado durante a infecção, que não houve diferenças entre células controles de C. neoformans H99 e de cultura TC, portanto seria necessárias maiores investigações quanto ao papel das VEs dessas células em experimentos posteriores. |
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