Impacto da visualização de fotografias de alimentos ultraprocessados no comportamento: um estudo de tempo de reação manual

• Autor(a) principal: Faria, Gabriela da Silva Canuto de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/20509
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FARMACIA::BROMATOLOGIA; Alimentos processados; Comportamento; Atenção; Emoções; Preferências alimentares; Food, processed; Behavior; Attention; Emotions; Food preferences

Introdução: O consumo de alimentos ultraprocessados está em crescimento no mundo, entretanto muitas evidências apontam que esse comportamento leva ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. A alimentação está ligada às emoções positivas evocadas pela comida. As emoções positivas basicamente proporcionam comportamentos de aproximação para estímulos apetitivos e podem atuar modulando a atenção diretamente em tarefas-alvos. Objetivos: O presente trabalho objetiva investigar o efeito do processamento emocional relativo à ultraprocessados sobre a atenção. Metodologia: Os participantes foram 35 adultos (média de idade de 33,71 anos, desvio padrão = 24,74) que realizaram uma tarefa no computador através do software PsychoPy. A tarefa consistia em prestar atenção em imagens e julgar o mais rápido e acertadamente possível se elas retratavam comidas ou objetos. Um total de 64 imagens foram utilizadas, sendo 16 de alimentos in natura (saudáveis), 16 de alimentos ultraprocessados (não saudáveis) e 32 objetos (não comestíveis). Foi comparada as médias do tempo de reação manual dos acertos e do índice de erros para realizar a tarefa em relação aos diferentes tipos de fotografias através de análises de variância. Dados sobre hábitos alimentares foram coletados através de questionários e foram correlacionados com as médias dos tempos de reação manual na tarefa. Resultados e Discussão: Os resultados mostraram que as fotografias de alimentos in natura foram mais rapidamente identificadas e que não houve diferenção no tempo de reação para as fotografias de ultraprocessados e objetos. Os participantes então eram mais rápidos para julgar as fotos de alimentos naturais como sendo “comida” que as fotos de ultraprocessados, embora a taxa de erro também tenha sido maior para julgar as fotos de alimentos naturais. Além disso, houve uma correlação inversa entre os tempos de reação para as imagens de ultraprocessados e a fome, ou seja, maiores níveis de fome estavam associados com maior rapidez em julgar as imagens de ultraprocessados. Por fim, se encontrou uma correlação positiva da taxa de erros acerca das imagens de ultraprocessados e a maior pontuação no questionário de comer emocional, ou seja os participantes que possuem uma relação mais evidenciada de comer em situações de emoções negativas erram mais no julgamento das imagens de ultraprocessados em relação às de alimentos in natura. Conclusão: Alimentos in natura foram mais rapidamente identificados que alimentos ultraprocessados e objetos, sugerindo que os primeiros ativaram melhor o sistema motivacional apetitivo na amostra observada. No entanto, considerações sobre hábitos de vida da amostra devem ser levados em consideração.