Avaliação dos encaminhamentos da Atenção Primária a Saúde para Atenção Ambulatorial Especializada em Nutrição em uma Área Programática do Município do Rio de Janeiro

• Autor(a) principal: Bortolot, Beatriz Salari
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/14815
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA; Atenção primária à saúde; Atenção secundária à saúde; Encaminhamento e consulta; Regulação; Alimentação e nutrição

A Atenção Primária à Saúde (APS) caracteriza-se como porta de entrada preferencial da Rede de Atenção à Saúde (RAS), atuando como coordenadora do cuidado, possibilitando o acesso dos usuários aos demais níveis de atenção. No Sistema Único de Saúde (SUS), a regulação assistencial permite uma oferta aos serviços de saúde mais equânime e adequada às necessidades dos usuários. Dentre os procedimentos regulados no SUS, destacam-se os de alimentação e nutrição que apresentam um importante impacto na saúde de pessoas, famílias e comunidades. Este trabalho tem como objetivo avaliar os encaminhamentos da APS à Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) em nutrição, na AP 3.1 do Município do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo transversal de encaminhamentos que utilizou as bases de dados do Sistema Nacional de Regulação (SISREG) do município do Rio de Janeiro, tendo como objetos de estudo as solicitações de “consulta em nutrição”, “consulta em nutrição e pediatria”, “consulta em nutrologia” e “consulta em nutrologia infantil”. Os dados coletados referem-se ao período de 1º de janeiro de 2018 a 31 de julho de 2018. Foram analisados somente os dados referentes às Unidades Básicas de Saúde (UBS) Solicitantes da AP 3.1. Um total de 1352 encaminhamentos foram encontrados no período de 1º de janeiro de 2018 a 31 de julho de 2018, sendo que 699 encaminhamentos tiveram suas justificativas avaliadas, referentes ao período de maio a julho de 2018. A maioria dos encaminhamentos se referia a pacientes do sexo feminino, adultos e possuíam classificação de risco para encaminhamento azul. Com relação ao CID informado, cerca de 44 % dos pacientes eram obesos, 19% eram diabéticos e 7% eram hipertensos, e a maioria apresentava comorbidades associadas. No que tange as justificativas contidas nos encaminhamentos avaliados, a maior parte dos encaminhamentos (87,7%) apresentavam alguma justificativa em sua descrição, e 39,8% dos encaminhamentos continham, pelo menos, dois critérios sugestivos como necessários para uma justificativa adequada. Com relação à influencia de suportes apoiadores da RAS, como o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), 72,8% dos encaminhamentos solicitados eram provenientes de unidades básicas que não possuíam apoio do NASF. Destes encaminhamentos que possuíam apoio do NASF, 62,0% eram referentes a unidades básicas solicitantes que não possuíam o profissional nutricionista na equipe NASF. A resolutividade do cuidado depende da interação dos diferentes pontos de atenção da rede, como a Atenção Primária e a Atenção Secundária, de forma que a prática regulatória pode promover a continuidade e integralidade do cuidado. Verificou-se a potencialidade do apoio da equipe NASF à APS e a importância da inserção do profissional nutricionista na contribuição do processo de atenção à saúde da população, observando maior percentual de encaminhamentos onde não tinham apoio do NASF.