Mapeamento geológico e geoquímica da ilha do Cabo Frio, Arraial do Cabo, RJ
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/7930 |
Resumo: | A Ilha do Cabo Frio é uma feição geomorfológica constituída por rochas alcalinas cenozoicas encaixadas em embasamento Paleoproterozoico. Essa associação ígnea representa a última manifestação do Alinhamento Magmático Poços de Caldas – Cabo Frio, cuja gênese é interpretada como a passagem da Placa Sulamericana por sobre um hotspot. O embasamento paleoproterozoico é formado por ortognaisses do Complexo Região dos Lagos, que foi amalgamado à margem do Cráton São Francisco durante a Orogenia Búzios entre o final do Neoproterozoico e início do Cambriano, formando posteriormente o Alto de Cabo Frio, que divide as bacias de Campos e Santos. Visando à descrição petrográfica, detalhamento da geologia e interpretação dos processos magmáticos, foi realizado mapeamento geológico em escala 1:5.000, cujas informações foram plotadas em um mapa de escala 1:20.000, descrição de lâminas petrográficas e análise litogeoquímica de elementos maiores, traços e terras raras. A Ilha do Cabo Frio é constituída predominantemente por nefelina sienito, álcali-feldspato sienito, sienito e monzonito, intrudidos por diques de traquito e fonolito, justapostos a um corpo de brecha vulcânica. O nefelina sienito é composto por albita, nefelina, aegirina-augita, opacos, titanita e apatita. O álcali-feldspato sienito é formado majoritariamente por álcalifeldspato, com clinopiroxênio e biotita subordinados. O sienito possui álcali-feldspato e plagioclásio como minerais essenciais, com clinopiroxênio e biotita como fases máficas e apatita, opacos e titanita como os demais acessórios. O monzonito é mineralogicamente semelhante a ele, porém sua textura é porfirítica, dada por fenocristais aciculares de clinopiroxênio, ao contrário do sienito, que é equigranular hipidiomórfica. Tanto o sienito quanto o nefelina sienito apresentam xenólitos de gabro com textura de reação entre anfibólio e plagioclásio propiciada pela passagem de um fluido hidrotermal. Os diques de traquito e fonolito são corpos subvulcânicos orientados na direção NE-SW que intrudem o embasamento e os corpos alcalinos plutônicos. O fonolito possui textura porfirítica, apresentando fenocristais de nefelina, álcali-feldspato, aegirina-augita e titanita. O traquito é formado por álcali-feldspato em textura traquítica e plagioclásio, com minerais opacos como acessórios. A brecha vulcânica é uma rocha clastossuportada formada por litoclastos angulosos de traquito, fonolito e ortognaisse imersos em matriz contendo sericita e minerais opacos. O embasamento é composto por ortognaisse com bandamento gnaissico de atitude geral NNW-SSE mergulhando em médio ângulo. Sua estrutura metamórfica é caracterizada pela intercalação de bandas quartzo-feldspáticas com bandas máficas compostas por piroxênio, anfibólio e plagioclásio. No ortognaisse foram identificadas famílias de fraturas com orientações NE-SW, NW-SE, N-S e E-W. Estas orientações, medidas no Pontal do Atalaia, foram correlacionadas por estereogramas com as medidas das intrusões subvulcânicas, revelando haver uma relação direta entre elas, concluindo que houve controle estrutural regional para a colocação desses corpos. A litogeoquímica definiu as rochas da Ilha como pertencentes à série alcalina miaskítica potássica, agrupadas em três séries evolutivas diferentes. Elas são distintas a partir da assembleia fracionante, uma representada por nefelina e álcali-feldspato, a segunda por plagioclásio e minerais máficos e, a terceira, por minerais máficos, principalmente. A análise de diagramas multielementares de elementos traços e ETR permitiu avaliar a cogeneticidade destas rochas com o Alinhamento Magmático, inferindo-se também, a transição de rochas insaturadas para saturadas em sílica a partir da assimilação de um magma com composição rica em ETRs intermediários. |
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Mapeamento geológico e geoquímica da ilha do Cabo Frio, Arraial do Cabo, RJRochas AlcalinasMapeamento GeológicoGeoquímicaIlha do Cabo FrioCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA::PETROLOGIAA Ilha do Cabo Frio é uma feição geomorfológica constituída por rochas alcalinas cenozoicas encaixadas em embasamento Paleoproterozoico. Essa associação ígnea representa a última manifestação do Alinhamento Magmático Poços de Caldas – Cabo Frio, cuja gênese é interpretada como a passagem da Placa Sulamericana por sobre um hotspot. O embasamento paleoproterozoico é formado por ortognaisses do Complexo Região dos Lagos, que foi amalgamado à margem do Cráton São Francisco durante a Orogenia Búzios entre o final do Neoproterozoico e início do Cambriano, formando posteriormente o Alto de Cabo Frio, que divide as bacias de Campos e Santos. Visando à descrição petrográfica, detalhamento da geologia e interpretação dos processos magmáticos, foi realizado mapeamento geológico em escala 1:5.000, cujas informações foram plotadas em um mapa de escala 1:20.000, descrição de lâminas petrográficas e análise litogeoquímica de elementos maiores, traços e terras raras. A Ilha do Cabo Frio é constituída predominantemente por nefelina sienito, álcali-feldspato sienito, sienito e monzonito, intrudidos por diques de traquito e fonolito, justapostos a um corpo de brecha vulcânica. O nefelina sienito é composto por albita, nefelina, aegirina-augita, opacos, titanita e apatita. O álcali-feldspato sienito é formado majoritariamente por álcalifeldspato, com clinopiroxênio e biotita subordinados. O sienito possui álcali-feldspato e plagioclásio como minerais essenciais, com clinopiroxênio e biotita como fases máficas e apatita, opacos e titanita como os demais acessórios. O monzonito é mineralogicamente semelhante a ele, porém sua textura é porfirítica, dada por fenocristais aciculares de clinopiroxênio, ao contrário do sienito, que é equigranular hipidiomórfica. Tanto o sienito quanto o nefelina sienito apresentam xenólitos de gabro com textura de reação entre anfibólio e plagioclásio propiciada pela passagem de um fluido hidrotermal. Os diques de traquito e fonolito são corpos subvulcânicos orientados na direção NE-SW que intrudem o embasamento e os corpos alcalinos plutônicos. O fonolito possui textura porfirítica, apresentando fenocristais de nefelina, álcali-feldspato, aegirina-augita e titanita. O traquito é formado por álcali-feldspato em textura traquítica e plagioclásio, com minerais opacos como acessórios. A brecha vulcânica é uma rocha clastossuportada formada por litoclastos angulosos de traquito, fonolito e ortognaisse imersos em matriz contendo sericita e minerais opacos. O embasamento é composto por ortognaisse com bandamento gnaissico de atitude geral NNW-SSE mergulhando em médio ângulo. Sua estrutura metamórfica é caracterizada pela intercalação de bandas quartzo-feldspáticas com bandas máficas compostas por piroxênio, anfibólio e plagioclásio. No ortognaisse foram identificadas famílias de fraturas com orientações NE-SW, NW-SE, N-S e E-W. Estas orientações, medidas no Pontal do Atalaia, foram correlacionadas por estereogramas com as medidas das intrusões subvulcânicas, revelando haver uma relação direta entre elas, concluindo que houve controle estrutural regional para a colocação desses corpos. A litogeoquímica definiu as rochas da Ilha como pertencentes à série alcalina miaskítica potássica, agrupadas em três séries evolutivas diferentes. Elas são distintas a partir da assembleia fracionante, uma representada por nefelina e álcali-feldspato, a segunda por plagioclásio e minerais máficos e, a terceira, por minerais máficos, principalmente. A análise de diagramas multielementares de elementos traços e ETR permitiu avaliar a cogeneticidade destas rochas com o Alinhamento Magmático, inferindo-se também, a transição de rochas insaturadas para saturadas em sílica a partir da assimilação de um magma com composição rica em ETRs intermediários.Universidade Federal do Rio de JaneiroBrasilInstituto de GeociênciasUFRJMansur, Kátia Leitehttp://lattes.cnpq.br/2321793386300188Guedes, ElianeÁvila, Ciro Alexandre http://lattes.cnpq.br/1281397426132157Savi, Davi CanabarroOliveira, Felipe Martins de2019-05-16T12:07:40Z2023-12-21T03:02:08Z2016-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://hdl.handle.net/11422/7930porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ2023-12-21T03:02:08Zoai:pantheon.ufrj.br:11422/7930Repositório InstitucionalPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestpantheon@sibi.ufrj.bropendoar:2023-12-21T03:02:08Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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