Cadernos de alunas da educação de jovens e adultos - EJA: o que dizem sobre a aprendizagem da escrita?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moraes, Monaliza Barbosa
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/12578
Resumo: O objetivo do estudo foi investigar aspectos da aprendizagem da escrita por meio da análise de dois cadernos de alunas da EJA e provenientes de duas escolas do estado do Rio de Janeiro. Para alcançar o objetivo, levantamos questões que nos orientaram: qual a concepção de escrita que aparece nos cadernos analisados? O que contou como escrita a partir da análise dos dois cadernos das adultas trabalhadoras? Que oportunidades de aprendizagem da escrita foram construídas? Quais foram os usos e as funções da aprendizagem da escrita para a EJA? O referencial teórico apoiou-se nos estudos de Freire (1967), Ferreiro (2011), Gomes et al (2017), Vóvio e Corti (2007), Mignot et al (2008), entre outros. A pesquisa foi qualitativa (MOREIRA & CALEFFE, 2008) e o procedimento metodológico utilizado consistiu de uma análise comparativa dos dois cadernos, buscando tornar visíveis semelhanças e diferenças entre os processos de aprendizagem da escrita, bem como princípios das práticas pedagógicas que guiaram as ações na produção e na construção de atividades do dia a dia das salas de aula da EJA. Os resultados apontaram uma infantilização dos jovens e adultos que têm suas trajetórias de vida e saberes ignorados no processo de aprendizagem da escrita. Em relação às questões, vimos que a concepção de escrita pautava-se em um trabalho ortográfico, sem relação com as experiências vividas pelas alunas e desconsiderando o fato de não estarem plenamente alfabetizadas. O que contou como escrita nos dois cadernos refere-se a uma presença intensa de cópias mecânicas e sem sentidos aliadas a uma perspectiva ortográfica da língua escrita. Dessa forma, compreendemos que os usos e as funções da escrita remetiam a uma aprendizagem mecânica, repetitiva e sem relação com o contexto social e cultural das alunas, o que poderia contribuir para um novo processo de exclusão escolar das mesmas. Os resultados indicam a importância de uma aprendizagem da escrita com menos cópias e mais exploração dos gêneros textuais, de modo que contribua para a construção de oportunidades de escrita relacionadas aos usos e às funções sociais, visando à formação de sujeitos autônomos e emancipados.
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