O apagamento do rótico em Porto União (SC): um estudo comparativo entre a capital Florianópolis e o interior de Santa Catarina (Projeto ALiB)
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/16324 |
Resumo: | No que se refere à formação sociohistórica, sabemos que o território de Porto União (Santa Catarina) começa a ser ocupado em 1842, com a descoberta de uma região de pouca profundidade do Rio Iguaçu, que facilitava a passagem de tropas; porém o município só é criado oficialmente em 1917, como consequência do acordo de limites entre Paraná e Santa Catarina. Este trabalho busca descrever, portanto, o comportamento linguístico dos falantes de Porto União (PU), relativamente aos tipos de realização do rótico em coda silábica final (incluindo a possibilidade de cancelamento) – tanto em verbos (manejaR ~ manejaØ) quanto em não-verbos (floR~ floØ), e compará-lo ao de Florianópolis (capital de SC) e ao de outras cidades do interior do estado já estudadas. A cidade está localizada a aproximadamente 430 km da capital e, sendo bastante interiorana, em hipótese, pode apresentar comportamento diferenciado em relação à Florianópolis. O estudo de Santana (2017), referente às três capitais do Sul do Brasil, revela, para Santa Catarina, altos índices de apagamento, tanto em verbos (94%) como em não-verbos (41%), além da presença de variantes fricativas do rótico, consideradas inovadoras. Portanto, com as capitais já descritas, esta monografia se enquadra na empreitada maior de mapeamento do comportamento linguístico de 225 pontos interioranos do Brasil, no âmbito do Projeto ALiB, Atlas Linguístico do Brasil. Este é um estudo variacionista que toma como base o aporte teórico-metodológico da Sociolinguística quantitativa (LABOV, 1994) para a investigação dos fatores linguísticos e sociais atuantes no processo de diferenciação e cancelamento do R (análise estatística: GoldVarb X). São utilizadas amostras de fala semiespontânea do Projeto ALiB, de indivíduos com o ensino fundamental (completo ou incompleto), estratificadas por sexo (masculino e feminino) e idade (18 a 30 anos e 50 a 65 anos). As variáveis linguísticas consideradas são as seguintes: classe morfológica (verbos e não-verbos), dimensão do vocábulo com R final (monossílabos e polissílabos), vogal do núcleo (cada uma delas) e contexto fonético subsequente (consoante e pausa). Os resultados mostram que a aproximante retroflexa é a variante do rótico mais frequente em Porto União, tanto para verbos como para não-verbos, diferentemente do que acontece em Florianópolis, onde prevalecem as variantes fricativa velar e tepe. O apagamento do R em verbos é de 96%, de um total de 370 dados, e em não-verbos é de 22%, de um total de 110 dados, em PU. Na categoria dos verbos (input geral: 0.96), nenhuma variável foi selecionada na rodada estatística, o que indica que estamos diante de uma mudança sonora em curso, sendo o apagamento do rótico semicategórico e não estando mais sensível às variáveis supracitadas. Já na categoria dos não-verbos (input geral: 0.22), foi selecionada apenas a variável contexto fonético subsequente, em que as consoantes favorecem o processo de apagamento, com peso relativo de 0.63, enquanto o contexto de pausa desfavorece, com peso relativo de 0.30. Nesta categoria, portanto, a regra se apresenta tipicamente variável. |
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Este trabalho busca descrever, portanto, o comportamento linguístico dos falantes de Porto União (PU), relativamente aos tipos de realização do rótico em coda silábica final (incluindo a possibilidade de cancelamento) – tanto em verbos (manejaR ~ manejaØ) quanto em não-verbos (floR~ floØ), e compará-lo ao de Florianópolis (capital de SC) e ao de outras cidades do interior do estado já estudadas. A cidade está localizada a aproximadamente 430 km da capital e, sendo bastante interiorana, em hipótese, pode apresentar comportamento diferenciado em relação à Florianópolis. O estudo de Santana (2017), referente às três capitais do Sul do Brasil, revela, para Santa Catarina, altos índices de apagamento, tanto em verbos (94%) como em não-verbos (41%), além da presença de variantes fricativas do rótico, consideradas inovadoras. Portanto, com as capitais já descritas, esta monografia se enquadra na empreitada maior de mapeamento do comportamento linguístico de 225 pontos interioranos do Brasil, no âmbito do Projeto ALiB, Atlas Linguístico do Brasil. Este é um estudo variacionista que toma como base o aporte teórico-metodológico da Sociolinguística quantitativa (LABOV, 1994) para a investigação dos fatores linguísticos e sociais atuantes no processo de diferenciação e cancelamento do R (análise estatística: GoldVarb X). São utilizadas amostras de fala semiespontânea do Projeto ALiB, de indivíduos com o ensino fundamental (completo ou incompleto), estratificadas por sexo (masculino e feminino) e idade (18 a 30 anos e 50 a 65 anos). As variáveis linguísticas consideradas são as seguintes: classe morfológica (verbos e não-verbos), dimensão do vocábulo com R final (monossílabos e polissílabos), vogal do núcleo (cada uma delas) e contexto fonético subsequente (consoante e pausa). 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Nesta categoria, portanto, a regra se apresenta tipicamente variável.porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESLíngua portuguesaVariação linguísticaSociolinguísticaSanta CatarinaFlorianópolisProjeto ALiBO apagamento do rótico em Porto União (SC): um estudo comparativo entre a capital Florianópolis e o interior de Santa Catarina (Projeto ALiB)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisabertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/16324/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD52ORIGINALNMSMello.pdfNMSMello.pdfapplication/pdf391496http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/16324/1/NMSMello.pdf158f8b9518a8c938a6eac611460b9464MD5111422/163242023-11-30 00:01:20.566oai:pantheon.ufrj.br:11422/16324TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:01:20Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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