Comparação do potencial de virulência de amostras de Streptococcus dysgalactiae subsp. equisimilis pertencentes ao mesmo clone e sequence type isoladas de hospedeiro humano e equino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Amorim, Thaís Tavares de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/17915
Resumo: Dentre os estreptococos do grupo C (EGC) a espécie inicialmente classificada como S. equisimilis foi dividida em duas subespécies, S. dysgalactiae subsp. equisimilis (SDSE; beta-hemolítica e causadora de infecções em humanos) e S. dysgalactiae subsp. dysgalactiae (alfa-hemolítica e causadora de infecções em outros animais). Em estudo anterior realizado pelo nosso grupo 115 amostras de SDSE foram analisadas e dois clones prevalentes detectados (A e B). Entre as amostras pertencentes ao clone B (B2), três foram isoladas de equinos e apresentavam o mesmo perfil de PFGE e ST (ST129) idênticos a duas amostras isoladas de humanos, demonstrando pela primeira vez na literatura, uma relação zoonótica na espécie SDSE. Este trabalho teve por objetivo avaliar quatro dessas amostras de SDSE geneticamente relacionadas, isoladas de humanos (2) e equinos (2), através da investigação da resistência e de mecanismos de virulência envolvidos nos processos de aderência, invasão, produção de biofilme, de fatores de virulência e sobrevivência frente a C. elegans, buscando entender sua adaptação aos dois hospedeiros. Todas as amostras apresentaram o mesmo perfil de susceptibilidade, sendo sensíveis a penicilina e clindamicina, mas resistentes a eritromicina e, devido a isso, foram caracterizadas como fenótipo M. Ademais, todas as amostras apresentavam o gene mef e duas (uma oriunda de humano e outra de equino), o gene ermA. Todas as amostras apresentavam importantes fatores de virulência, sendo constatada a presença dos seguintes genes: emm, brpA, fbp, gapA, hyl, inlA, lmb, sagA, scpB, ska, slo e spegG. Em contrapartida, não foram detectados os genes: spdI, speC, speK, speL e speM. Adicionalmente, o gene de uma subunidade do pilus não foi detectado em apenas uma amostra, 84-030 (isolada de equino). Foi avaliada a aptidão das cepas em formar biofilme em superfície de vidro, onde 81-681 (isolada de humano) e 83-060 (isolada de equino) foram classificadas como não produtoras. As demais, como produtoras de biofilme fraco. Duas amostras de cada hospedeiro foram escolhidas ao acaso para avaliação da capacidade de adesão e invasão às células brônquicas humanas (16HBE14o-). A amostra isolada de humano (81-681), única que demonstrou capacidade de invasão, apresentou uma capacidade de adesão 31x maior que a de equino (84-030). A sobrevivência de C. elegans na ausência ou presença de NAC e BSO foram testadas frente as quatro amostras de SDSE e as alterações morfológicas em apenas duas (81-681 e 84-030). Todas foram capazes de matar os nematoides, porém as isoladas de humanos demonstraram maior virulência por promoverem menor percentual de sobrevivência e alterações morfológicas mais significativas. As mesmas amostras selecionadas para o estudo da morfologia celular foram utilizadas nos estudos de preferência olfativa. Em todas as situações em que a amostra controle (E. coli OP50) esteve presente os nematoides optaram por ela. Quando as opções eram as cepas de SDSE isolada de humano e a de equino, cerca de 99% dos animais optaram por nenhuma delas e, aproximadamente, 1% escolheu a cepa proveniente de equino, demonstrando que ambas as amostras eram virulentas, porém a de humano se destacava. Por fim, amostras de SDSE das diferentes origens se mostraram aptos a causar infecções em ambos os hospedeiros. No entanto, as isoladas de humanos demonstraram maior potencial de patogenicidade em vários dos aspectos analisados. Entretanto, outros estudos são necessários para melhor entender o potencial patogênico destas amostras e a sua evolução para se adaptar aos dois hospedeiros.
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Entre as amostras pertencentes ao clone B (B2), três foram isoladas de equinos e apresentavam o mesmo perfil de PFGE e ST (ST129) idênticos a duas amostras isoladas de humanos, demonstrando pela primeira vez na literatura, uma relação zoonótica na espécie SDSE. Este trabalho teve por objetivo avaliar quatro dessas amostras de SDSE geneticamente relacionadas, isoladas de humanos (2) e equinos (2), através da investigação da resistência e de mecanismos de virulência envolvidos nos processos de aderência, invasão, produção de biofilme, de fatores de virulência e sobrevivência frente a C. elegans, buscando entender sua adaptação aos dois hospedeiros. Todas as amostras apresentaram o mesmo perfil de susceptibilidade, sendo sensíveis a penicilina e clindamicina, mas resistentes a eritromicina e, devido a isso, foram caracterizadas como fenótipo M. Ademais, todas as amostras apresentavam o gene mef e duas (uma oriunda de humano e outra de equino), o gene ermA. Todas as amostras apresentavam importantes fatores de virulência, sendo constatada a presença dos seguintes genes: emm, brpA, fbp, gapA, hyl, inlA, lmb, sagA, scpB, ska, slo e spegG. Em contrapartida, não foram detectados os genes: spdI, speC, speK, speL e speM. Adicionalmente, o gene de uma subunidade do pilus não foi detectado em apenas uma amostra, 84-030 (isolada de equino). Foi avaliada a aptidão das cepas em formar biofilme em superfície de vidro, onde 81-681 (isolada de humano) e 83-060 (isolada de equino) foram classificadas como não produtoras. As demais, como produtoras de biofilme fraco. Duas amostras de cada hospedeiro foram escolhidas ao acaso para avaliação da capacidade de adesão e invasão às células brônquicas humanas (16HBE14o-). A amostra isolada de humano (81-681), única que demonstrou capacidade de invasão, apresentou uma capacidade de adesão 31x maior que a de equino (84-030). A sobrevivência de C. elegans na ausência ou presença de NAC e BSO foram testadas frente as quatro amostras de SDSE e as alterações morfológicas em apenas duas (81-681 e 84-030). Todas foram capazes de matar os nematoides, porém as isoladas de humanos demonstraram maior virulência por promoverem menor percentual de sobrevivência e alterações morfológicas mais significativas. As mesmas amostras selecionadas para o estudo da morfologia celular foram utilizadas nos estudos de preferência olfativa. Em todas as situações em que a amostra controle (E. coli OP50) esteve presente os nematoides optaram por ela. Quando as opções eram as cepas de SDSE isolada de humano e a de equino, cerca de 99% dos animais optaram por nenhuma delas e, aproximadamente, 1% escolheu a cepa proveniente de equino, demonstrando que ambas as amostras eram virulentas, porém a de humano se destacava. Por fim, amostras de SDSE das diferentes origens se mostraram aptos a causar infecções em ambos os hospedeiros. No entanto, as isoladas de humanos demonstraram maior potencial de patogenicidade em vários dos aspectos analisados. Entretanto, outros estudos são necessários para melhor entender o potencial patogênico destas amostras e a sua evolução para se adaptar aos dois hospedeiros.Universidade Federal do Rio de JaneiroBrasilInstituto de Microbiologia Paulo de GóesUFRJCarvalho, Bernadete Teixeira Ferreirahttp://lattes.cnpq.br/8114756969496221Santos, Victor Lima dosFracalanzza, Sérgio Eduardo LongoCoelho, Leonardo RocchettoMartini, Caroline LopesAnjos, Isis Hazelman Vieira dosAmorim, Thaís Tavares de2022-07-26T18:27:03Z2023-12-21T03:00:18Z2021-05-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisAMORIM, T. T. de. (2021). 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