Isolamento de um bacteriófago com potencial para uso em terapia fágica no controle do patógeno Vibrio coralliilyticus em corais da espécie Pocillopora damicornis

• Autor(a) principal: Oliveira, Caroline Frere Martiniuc de
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19255
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIA; CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::IMUNOLOGIA; Bacteriófagos; Temperatura; Branqueamento de corais; Bacteriophages; Temperature; Coral bleaching

A bactéria Vibrio coralliilyticus é um patógeno temperatura-dependente capaz de causar branqueamento e perda da biomassa tecidual em corais da espécie Pocillopora damicornis. Essa bactéria possui capacidade virulenta a partir de 28°C, sendo que a 31°C a abundância deste patógeno pode aumentar em até quatro ordens de grandeza. A utilização de antibióticos é a estratégia comumente utilizada no tratamento de doenças em corais, porém o uso contínuo destes agentes antimicrobianos implica em seleção de cepas resistentes, além de ser potencialmente tóxico contra o hospedeiro e alterar a microbiota associada ao mesmo. Dentre as novas alternativas sugeridas, o uso de BMCs (Microrganismos Benéficos para os Corais) tem se mostrado bastante promissor. Os BMCs previamente isolados a partir da microbiota do coral são postulados como sendo capazes de aumentar a saúde e resiliência do animal. Outra alternativa é a fagoterapia, que consiste no uso de um bacteriófago capaz de infectar um patógeno bacteriano específico sem alterar a microbiota do hospedeiro, tratando-se também de uma abordagem não tóxica e de fácil isolamento. A partir disso, esse estudo tem por objetivo o isolamento e a caracterização de um bacteriófago que será futuramente utilizado, como alternativa complementar aos BMCs, em uma terapia fágica contra a bactéria Vibrio coralliilyticus. Desta forma, foi isolada e purificada uma população de bacteriófagos a partir de amostras de água do aquário que continha corais da espécie Pocillopora damicornis no Aquário Marinho do Rio de Janeiro (AquaRio). Esta população purificada foi submetida a microscopia eletrônica de transmissão (MET), a curva one-step-growth, e por fim, o vírus foi submetido a diferentes temperaturas (28°C, 30°C e 32°C). Dentre os resultados obtidos, foi observado uma média de 1,64 x 108 UFP/ml de água do aquário. O vírus foi identificado como membro da família Myoviridae e possui um pico de lise bacteriana em torno de 115 minutos (1x108 UFP/mL). Além disso, o vírus não foi capaz de lisar nenhuma bactéria do consórcio BMC, e apresentou capacidade lítica nas diferentes faixas de temperatura testadas. Em conclusão, os dados gerados demonstram o potencial do vírus para ser utilizado em uma fagoterapia.