Propriedades imunomodulatórias e pró-carcinogênicas de macrófagos humanos resistentes à Cisplatina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Chaves, Victória de Sousa
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19390
Resumo: Apesar do desenvolvimento dos esquemas terapêuticos, o tratamento do câncer ainda é deficiente. Isso é decorrente de um grande obstáculo que é o fenótipo de resistência a drogas. Neste contexto, fica mais evidente que diferentes células que constituem o microambiente tumoral modulam a aquisição de resistência e influenciam na progressão do câncer. Tumores sólidos mais agressivos, por exemplo, possuem altos níveis de macrófagos (Mϕ) que, assim como as células transformadas, ficam sujeitos aos efeitos de quimioterápicos e podem adquirir resistência, interferindo na progressão tumoral. Deste modo, nosso objetivo é induzir resistência em Mϕ humanos e verificar seu potencial imunomodulatório e pró carcinogênico. Para isso, monócitos (Monϕ) foram tratados com doses crescentes de cisplatina (Cis) e a toxicidade foi monitorada pelo ensaio de MTT. Posteriormente, as células foram tratadas durante 120 dias com uma concentração sub-letal do fármaco. O fenótipo de resistência foi determinado por PCR em tempo real (qPCR), visando investigar os níveis de transcritos que codificam proteínas anti- (Survivina e Bcl-xL) e pró- apoptóticas (Bad e Bax). A técnica de western blot (WB) foi utilizada para averiguar a expressão dos marcadores CD68 e transglutaminase-2 (TGase-2). Para a diferenciação em Mϕ, Monϕ foram tratados por 48 h com 320 nM de PMA, e os níveis de transcritos para citocinas pró- (TNF-α e IL-12) e anti inflamatórias (IL-4, IL-10 e TGF-β) foram analisados por qPCR. Para saber se a expressão de TGF-β é dependente de tempo, Mϕ tratados foram mantidos durante 10 dias sem a presença da droga e Mϕ parentais foram submetidos a um período de 48 h com a droga. Os dados obtidos demonstraram que o IC20 em Monϕ foi, inicialmente, de 25 nM e, após 6 meses de tratamento, aumentou para 50 nM. Ainda, após a diferenciação em Mϕ, foi observada uma sobrevida maior nos Mϕ tratados com relação aos parentais. O qPCR evidenciou que os níveis de transcritos para as proteínas anti-apoptóticas Bcl-2 e Survivina aumentaram nos Mϕ quimioresistentes. O WB revelou que Mϕ quimioresistentes expressam níveis significativamente maiores do marcador TGase-2, assim como a expressão do marcador CD68 em Mϕ aumentou com relação aos Monϕ. Os níveis protéicos de TGF-β no grupo mantido 10 dias sem tratamento permaneceu aumentado, enquanto o grupo que ficou durante um período de 48 h na presença da droga não houve diferença significativa quando comparado ao grupo controle. Com isso, nossos resultados revelaram que Mϕ quimioresistentes à CIS apresentam um perfil anti-inflamatório, caracterizado pela elevada expressão do marcador TGase-2 e das citocinas IL-10, IL-4 e TGF-β. Além disso, é possível concluir que a expressão aumentada de TGF-β é, de fato, um processo que ocorre após um longo período de quimioterapia e que se mantém mesmo se o tratamento for interrompido. Assim, sabendo-se que trabalhos recentes comprovaram que o TGF-β contribui para que células neoplásicas adquiram um fenótipo mais invasivo a partir da ativação do processo de transição epitélio-mesenquimal (TEM), novos estudos serão necessários para confirmar se o meio condicionado de Mϕ quimioresistentes ativa vias de sinalização associadas a TEM, o que pode caracterizar um novo mecanismo de imunomodulação em câncer.
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