O homem unidimensional e a cidadania focalizada: uma discussão frente a uma clínica odontológica de atendimento à população de baixa renda

• Autor(a) principal: Teixeira, Angélica da Silva
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/10189
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL::SERVICO SOCIAL APLICADO::SERVICO SOCIAL DA SAUDE; Pobreza; Cidadania; Odontologia

Reflexão sobre a prática de alguns alunos de odontologia que atendem os usuários da Clínica Integrada. Tal prática, observada no período em que realizei estágio na Faculdade de Odontologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, se traduz através de algumas queixas dos pacientes, por demandas espontâneas, que chegavam no setor de serviço social, gerando incômodos. Em resumo, elas podem ser descritas: ausência de cuidados sociais com os pacientes durante o tratamento (apesar do perfil deles ser de classe social baixa e ganharem pouco, tinham que pagar taxas onerosas de permanecia de tratamento); uma certa inexistência social de garantias sobre a duração dos tratamentos (embora alguns pacientes necessitem de um tratamento duradouro, nem sempre eram concluídos no prazo esperado) e assim por diante. Frente a isto, para entender essa postura recorri a uma pesquisa bibliográfica, tendo como base o Homem Unidimensional de Marcuse. Além disto, discutimos também essa “unidimensionalidade”, que se traduz por um individualismo, próprio da cultura do capitalismo atual, junto a discussão da construção da cidadania focalizada (a qual a rigor, estava sendo usada nessa “clínica”) em detrimento da cidadania plena. Lamentavelmente nossa pesquisa indicou também que frente aos direitos dos desfavorecidos, historicamente no Brasil o conceito de cidadania sempre foi usado a favor das elites e contra a grande maioria da população.