Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Domingues, Larissa dos Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/4529
Resumo: As políticas de conciliação trabalho-família são políticas sociais que buscam facilitar o equilíbrio das responsabilidades da vida familiar e laboral. Muitas razões contribuíram para trazer as políticas de conciliação trabalho-família para o centro do debate do estado de bem estar social: por um lado, se configurou uma crise do cuidado a partir de tendências demográficas, econômicas, políticas e da estrutura familiar; por outro, essas políticas podem promover igualdade de gênero, emprego feminino, taxas de fecundidade de reposição e formação de capital humano. Em um contexto mundial de inversão da pirâmide etária, austeridade e de globalização, esse potencial produtivo tem recebido progressiva atenção. A principal motivação das políticas de conciliação trabalho-família está no fato de que, ao redor do mundo, as mulheres aumentaram significativamente sua carga de trabalho remunerado, desde sua entrada maciça na força de trabalho na segunda metade do século XX, sem que houvesse compensação masculina no trabalho não-remunerado. Considerando a dupla-jornada feminina e o potencial das políticas de conciliação trabalho-família, este trabalho busca mapear as condições atuais da conciliação trabalho-família no Brasil, em três dimensões – serviços de cuidado infantil, licenças de cuidado e a flexibilização da jornada de trabalho – bem como seu alcance. A análise qualitativa inclui as políticas federais, a legislação e os acordos coletivos que avancem em alguma das três dimensões de políticas e trará comparações com os países nórdicos e o Uruguai, que apresentam as intervenções mais desenvolvidas, para qualificar o avanço brasileiro. Na dimensão de serviços de cuidado infantil, verificou-se que o Brasil está atrasado em relação ao Uruguai e aos países nórdicos e apresenta grandes desigualdades no acesso às creches, apesar do avanço na cobertura pré-escolar desde 2001. Na dimensão das licenças, o Brasil tem legislação ultrapassada sobretudo por não possuir licença-parental, importante no incentivo à corresponsabilidade no cuidado. Por fim, na dimensão de flexibilização da jornada de trabalho, observou-se que uma das medidas mais comuns de flexibilidade, o emprego em tempo parcial, tem incidência duas vezes maior entre as mulheres do que homens e é marcado pela informalidade.
id UFRJ_b45c8c174235615d2ebade6455fb61ae
oai_identifier_str oai:pantheon.ufrj.br:11422/4529
network_acronym_str UFRJ
network_name_str Repositório Institucional da UFRJ
repository_id_str
spelling Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensõesMercado de trabalhoRelações familiaresTrabalho femininoCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA::ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS::MERCADO DE TRABALHO POLITICA DO GOVERNOAs políticas de conciliação trabalho-família são políticas sociais que buscam facilitar o equilíbrio das responsabilidades da vida familiar e laboral. Muitas razões contribuíram para trazer as políticas de conciliação trabalho-família para o centro do debate do estado de bem estar social: por um lado, se configurou uma crise do cuidado a partir de tendências demográficas, econômicas, políticas e da estrutura familiar; por outro, essas políticas podem promover igualdade de gênero, emprego feminino, taxas de fecundidade de reposição e formação de capital humano. Em um contexto mundial de inversão da pirâmide etária, austeridade e de globalização, esse potencial produtivo tem recebido progressiva atenção. A principal motivação das políticas de conciliação trabalho-família está no fato de que, ao redor do mundo, as mulheres aumentaram significativamente sua carga de trabalho remunerado, desde sua entrada maciça na força de trabalho na segunda metade do século XX, sem que houvesse compensação masculina no trabalho não-remunerado. Considerando a dupla-jornada feminina e o potencial das políticas de conciliação trabalho-família, este trabalho busca mapear as condições atuais da conciliação trabalho-família no Brasil, em três dimensões – serviços de cuidado infantil, licenças de cuidado e a flexibilização da jornada de trabalho – bem como seu alcance. A análise qualitativa inclui as políticas federais, a legislação e os acordos coletivos que avancem em alguma das três dimensões de políticas e trará comparações com os países nórdicos e o Uruguai, que apresentam as intervenções mais desenvolvidas, para qualificar o avanço brasileiro. Na dimensão de serviços de cuidado infantil, verificou-se que o Brasil está atrasado em relação ao Uruguai e aos países nórdicos e apresenta grandes desigualdades no acesso às creches, apesar do avanço na cobertura pré-escolar desde 2001. Na dimensão das licenças, o Brasil tem legislação ultrapassada sobretudo por não possuir licença-parental, importante no incentivo à corresponsabilidade no cuidado. Por fim, na dimensão de flexibilização da jornada de trabalho, observou-se que uma das medidas mais comuns de flexibilidade, o emprego em tempo parcial, tem incidência duas vezes maior entre as mulheres do que homens e é marcado pela informalidade.Universidade Federal do Rio de JaneiroBrasilInstituto de EconomiaUFRJKerstenetzky, Celia Lessahttp://lattes.cnpq.br/0408002839687344Domingues, Larissa dos Santos2018-08-21T15:28:12Z2023-12-21T03:03:35Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://hdl.handle.net/11422/4529porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ2023-12-21T03:03:36Zoai:pantheon.ufrj.br:11422/4529Repositório InstitucionalPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestpantheon@sibi.ufrj.bropendoar:2023-12-21T03:03:36Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
dc.title.none.fl_str_mv Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões
title Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões
spellingShingle Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões
Domingues, Larissa dos Santos
Mercado de trabalho
Relações familiares
Trabalho feminino
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA::ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS::MERCADO DE TRABALHO POLITICA DO GOVERNO
title_short Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões
title_full Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões
title_fullStr Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões
title_full_unstemmed Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões
title_sort Políticas de conciliação trabalho-família no Brasil no século XXI: uma análise das condições em três dimensões
author Domingues, Larissa dos Santos
author_facet Domingues, Larissa dos Santos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Kerstenetzky, Celia Lessa
http://lattes.cnpq.br/0408002839687344
dc.contributor.author.fl_str_mv Domingues, Larissa dos Santos
dc.subject.por.fl_str_mv Mercado de trabalho
Relações familiares
Trabalho feminino
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA::ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS::MERCADO DE TRABALHO POLITICA DO GOVERNO
topic Mercado de trabalho
Relações familiares
Trabalho feminino
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA::ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS::MERCADO DE TRABALHO POLITICA DO GOVERNO
description As políticas de conciliação trabalho-família são políticas sociais que buscam facilitar o equilíbrio das responsabilidades da vida familiar e laboral. Muitas razões contribuíram para trazer as políticas de conciliação trabalho-família para o centro do debate do estado de bem estar social: por um lado, se configurou uma crise do cuidado a partir de tendências demográficas, econômicas, políticas e da estrutura familiar; por outro, essas políticas podem promover igualdade de gênero, emprego feminino, taxas de fecundidade de reposição e formação de capital humano. Em um contexto mundial de inversão da pirâmide etária, austeridade e de globalização, esse potencial produtivo tem recebido progressiva atenção. A principal motivação das políticas de conciliação trabalho-família está no fato de que, ao redor do mundo, as mulheres aumentaram significativamente sua carga de trabalho remunerado, desde sua entrada maciça na força de trabalho na segunda metade do século XX, sem que houvesse compensação masculina no trabalho não-remunerado. Considerando a dupla-jornada feminina e o potencial das políticas de conciliação trabalho-família, este trabalho busca mapear as condições atuais da conciliação trabalho-família no Brasil, em três dimensões – serviços de cuidado infantil, licenças de cuidado e a flexibilização da jornada de trabalho – bem como seu alcance. A análise qualitativa inclui as políticas federais, a legislação e os acordos coletivos que avancem em alguma das três dimensões de políticas e trará comparações com os países nórdicos e o Uruguai, que apresentam as intervenções mais desenvolvidas, para qualificar o avanço brasileiro. Na dimensão de serviços de cuidado infantil, verificou-se que o Brasil está atrasado em relação ao Uruguai e aos países nórdicos e apresenta grandes desigualdades no acesso às creches, apesar do avanço na cobertura pré-escolar desde 2001. Na dimensão das licenças, o Brasil tem legislação ultrapassada sobretudo por não possuir licença-parental, importante no incentivo à corresponsabilidade no cuidado. Por fim, na dimensão de flexibilização da jornada de trabalho, observou-se que uma das medidas mais comuns de flexibilidade, o emprego em tempo parcial, tem incidência duas vezes maior entre as mulheres do que homens e é marcado pela informalidade.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-08-21T15:28:12Z
2018
2023-12-21T03:03:35Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11422/4529
url http://hdl.handle.net/11422/4529
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
Brasil
Instituto de Economia
UFRJ
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
Brasil
Instituto de Economia
UFRJ
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRJ
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Repositório Institucional da UFRJ
collection Repositório Institucional da UFRJ
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
repository.mail.fl_str_mv pantheon@sibi.ufrj.br
_version_ 1815455975531872256