Movimento antivacina: uma análise integrativa sobre os motivos multifatoriais associados à diminuição da adesão à vacinação infantil

• Autor(a) principal: Toledo, Elisa Alexandre de
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/20225
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FARMACIA; Vacinação; Saúde da criança; Cobertura vacinal – Brasil; Movimento contra vacinação; Vaccination; Child health; Vaccination coverage -- Brazil; Anti-vaccination movement

Vacina é uma composição contendo microrganismo inativado, atenuado ou partes dele, utilizada para gerar imunidade contra infecções. É considerada uma das ações de maior relevância na diminuição da mortalidade humana, especialmente a mortalidade infantil, sendo um dos esforços mais bem-sucedidos em Saúde Pública. Apesar da vacina prover proteção individual contra doenças, ela tem grande importância do ponto de vista coletivo, pois quando um grande número de pessoas da população se encontra vacinado, temos a imunidade coletiva, quando aqueles que por algum motivo de saúde não possam ser imunizados, ficam protegidos pela alta cobertura vacinal. Entretanto, mesmo com todos os benefícios das vacinas, existem movimentos antivacina, que dificultam o alcance geral da cobertura vacinal, e esses movimentos têm ganhado força e alcance com o mundo digital e globalizado. Então, este trabalho tem como objetivo investigar os motivos pelos quais tem havido diminuição da adesão à vacinação infantil. Para tal, foi realizada uma revisão integrativa utilizando dados disponíveis na literatura nos bancos de dados Pubmed, Web of Science e Scielo, cuja hipótese foi: Por que a adesão à vacinação infantil está diminuindo? A busca dos artigos foi feita utilizando as seguintes palavras-chave: (i) Vaccine hesitancy / Hesitação vacinal; (ii) Childhood immunization and refuse / Imunização infantil e recusa; (iii) Childhood vaccination coverage and decline / Cobertura vacinal infantil e declínio. Logo após, foram aplicados os critérios de exclusão: (i) Artigos de revisão e (ii) Artigos publicados a mais de cinco anos. Como critérios de inclusão, foram escolhidos: (i) Artigos cuja população-alvo fosse a população infantil e (ii) que o assunto pesquisado fosse relacionado a impactos negativos sociais, econômicos e de saúde relacionados à vacina. A pesquisa bibliográfica foi realizada no dia 14/09/2020. Foram encontrados 2785 artigos utilizando as palavras-chave e, após a aplicação dos critérios de exclusão e inclusão, foram selecionados 17 artigos publicados entre 2016 e 2020. Os estudos foram divididos em 8 categorias de acordo com os motivos apresentados para não adesão vacinal, podendo um estudo estar em mais de uma categoria. As categorias são: (i) Motivos religiosos; (ii) Fake News; (iii) Distanciamento social; (iv) Hesitação vacinal, que foi subdividida em 5 tópicos: (1) Alternativa ao calendário vacinal, (2) Atraso/recusa da vacinação, (3) Informações negativas na mídia jornalística, (4) Isenções não médicas e (5) Motivos sociais, econômicos e regionais; (v) Influência das mídias sociais; (vi) Preferência por métodos não convencionais; (vii) Falha nas políticas públicas e (viii) Estratégia inadequada no combate a desinformação. Nossos resultados demonstram que a diminuição das taxas de vacinação infantil pode ser atribuída às oito categorias de motivos apresentados acima para a não adesão vacinal, levando a consequências sérias, permitindo que a população vulnerável corra um risco desnecessário. Por fim, o conhecimento das causas que promovem a queda da adesão vacinal infantil apresentado em nosso trabalho poderá auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas para o controle das mesmas.