O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paula, Vanderlei Andrade de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/7171
Resumo: A resolução de conflitos esteve, por muito tempo, submetida ao sistema tradicional de justiça. Todavia, perante uma crescente demanda por auxílio legal que pudesse alcançar a autocomposição, e diante da pluralidade de dinâmicas das controvérsias que surgiam, o sistema tradicional, além de burocrático, oneroso e demorado, não contemplava um método de resolução autocompositivo, pois suas decisões partiam de cima para baixo, hierarquicamente, vindo a tornar-se, assim, ineficiente e obsoleto diante de tais demandas, sobretudo após o surgimento das Resoluções Apropriadas de Disputas (RADs). A mediação, que compõe uma das RADs, passa a ter status legislativo após a implantação da Lei de Mediação (Lei 13.140, de 26 de junho de 2015) e do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105, de 16 de março de 2015). As interações nas sessões de mediação são marcadas por uma variedade de ações, dentre as quais se destaca a reclamação, a partir da qual os participantes demonstram “sentimento de descontentamento sobre um estado de coisas sobre o qual se pode atribuir responsabilidade a alguém” (HEINEMANN & TRAVERSO, 2009, p. 2381). Neste trabalho, investigamos um fenômeno específico associado à reclamação: quando ela é respondida com outra reclamação, o que denominamos de Contrarreclamação. Com isso, temos como objetivo identificá-las e descrever sua anatomia de produção e sua função na interação. Para isso, consideramos o aporte teórico-metodológico da Análise da Conversa Etnometodológica (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974) e também nos utilizamos de método de investigação de natureza qualitativa. Nossos dados são compostos de gravações em áudio, obtidas em sessões de mediação judicial familiar, que tomam o caso completo de Amair e Flávia, ex-cônjuges que divergem acerca de questões relacionadas aos filhos que conceberam durante o matrimônio. Dentre os resultados conclusivos deste trabalho, podemos mencionar que a contrarreclamação: 1) pode ocorrer dentro de longos turnos narrativos; 2) representa uma das anatomias do conflito; 3) pode ser utilizada como instrumento de barganha; 4) pode ser utilizada como ferramenta de contra-ataque; 5) pode tomar outros elementos reclamáveis como referentes; 6) pode ser produzida por qualquer uma das partes em litígio.
id UFRJ_cbb28d1d83d2e958ab0ac65594f3d67a
oai_identifier_str oai:pantheon.ufrj.br:11422/7171
network_acronym_str UFRJ
network_name_str Repositório Institucional da UFRJ
repository_id_str
spelling O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiarArbitragemConversaçãoAnálise do discursoCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRASA resolução de conflitos esteve, por muito tempo, submetida ao sistema tradicional de justiça. Todavia, perante uma crescente demanda por auxílio legal que pudesse alcançar a autocomposição, e diante da pluralidade de dinâmicas das controvérsias que surgiam, o sistema tradicional, além de burocrático, oneroso e demorado, não contemplava um método de resolução autocompositivo, pois suas decisões partiam de cima para baixo, hierarquicamente, vindo a tornar-se, assim, ineficiente e obsoleto diante de tais demandas, sobretudo após o surgimento das Resoluções Apropriadas de Disputas (RADs). A mediação, que compõe uma das RADs, passa a ter status legislativo após a implantação da Lei de Mediação (Lei 13.140, de 26 de junho de 2015) e do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105, de 16 de março de 2015). As interações nas sessões de mediação são marcadas por uma variedade de ações, dentre as quais se destaca a reclamação, a partir da qual os participantes demonstram “sentimento de descontentamento sobre um estado de coisas sobre o qual se pode atribuir responsabilidade a alguém” (HEINEMANN & TRAVERSO, 2009, p. 2381). Neste trabalho, investigamos um fenômeno específico associado à reclamação: quando ela é respondida com outra reclamação, o que denominamos de Contrarreclamação. Com isso, temos como objetivo identificá-las e descrever sua anatomia de produção e sua função na interação. Para isso, consideramos o aporte teórico-metodológico da Análise da Conversa Etnometodológica (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974) e também nos utilizamos de método de investigação de natureza qualitativa. Nossos dados são compostos de gravações em áudio, obtidas em sessões de mediação judicial familiar, que tomam o caso completo de Amair e Flávia, ex-cônjuges que divergem acerca de questões relacionadas aos filhos que conceberam durante o matrimônio. Dentre os resultados conclusivos deste trabalho, podemos mencionar que a contrarreclamação: 1) pode ocorrer dentro de longos turnos narrativos; 2) representa uma das anatomias do conflito; 3) pode ser utilizada como instrumento de barganha; 4) pode ser utilizada como ferramenta de contra-ataque; 5) pode tomar outros elementos reclamáveis como referentes; 6) pode ser produzida por qualquer uma das partes em litígio.Universidade Federal do Rio de JaneiroBrasilFaculdade de LetrasUFRJGago, Paulo Corteshttp://lattes.cnpq.br/2985163605469859Paula, Vanderlei Andrade de2019-04-08T20:11:55Z2023-12-21T03:02:15Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://hdl.handle.net/11422/7171porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ2023-12-21T03:02:15Zoai:pantheon.ufrj.br:11422/7171Repositório InstitucionalPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestpantheon@sibi.ufrj.bropendoar:2023-12-21T03:02:15Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
dc.title.none.fl_str_mv O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar
title O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar
spellingShingle O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar
Paula, Vanderlei Andrade de
Arbitragem
Conversação
Análise do discurso
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
title_short O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar
title_full O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar
title_fullStr O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar
title_full_unstemmed O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar
title_sort O uso da contrarreclamação no contexto institucional da mediação judicial familiar
author Paula, Vanderlei Andrade de
author_facet Paula, Vanderlei Andrade de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Gago, Paulo Cortes
http://lattes.cnpq.br/2985163605469859
dc.contributor.author.fl_str_mv Paula, Vanderlei Andrade de
dc.subject.por.fl_str_mv Arbitragem
Conversação
Análise do discurso
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
topic Arbitragem
Conversação
Análise do discurso
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
description A resolução de conflitos esteve, por muito tempo, submetida ao sistema tradicional de justiça. Todavia, perante uma crescente demanda por auxílio legal que pudesse alcançar a autocomposição, e diante da pluralidade de dinâmicas das controvérsias que surgiam, o sistema tradicional, além de burocrático, oneroso e demorado, não contemplava um método de resolução autocompositivo, pois suas decisões partiam de cima para baixo, hierarquicamente, vindo a tornar-se, assim, ineficiente e obsoleto diante de tais demandas, sobretudo após o surgimento das Resoluções Apropriadas de Disputas (RADs). A mediação, que compõe uma das RADs, passa a ter status legislativo após a implantação da Lei de Mediação (Lei 13.140, de 26 de junho de 2015) e do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105, de 16 de março de 2015). As interações nas sessões de mediação são marcadas por uma variedade de ações, dentre as quais se destaca a reclamação, a partir da qual os participantes demonstram “sentimento de descontentamento sobre um estado de coisas sobre o qual se pode atribuir responsabilidade a alguém” (HEINEMANN & TRAVERSO, 2009, p. 2381). Neste trabalho, investigamos um fenômeno específico associado à reclamação: quando ela é respondida com outra reclamação, o que denominamos de Contrarreclamação. Com isso, temos como objetivo identificá-las e descrever sua anatomia de produção e sua função na interação. Para isso, consideramos o aporte teórico-metodológico da Análise da Conversa Etnometodológica (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974) e também nos utilizamos de método de investigação de natureza qualitativa. Nossos dados são compostos de gravações em áudio, obtidas em sessões de mediação judicial familiar, que tomam o caso completo de Amair e Flávia, ex-cônjuges que divergem acerca de questões relacionadas aos filhos que conceberam durante o matrimônio. Dentre os resultados conclusivos deste trabalho, podemos mencionar que a contrarreclamação: 1) pode ocorrer dentro de longos turnos narrativos; 2) representa uma das anatomias do conflito; 3) pode ser utilizada como instrumento de barganha; 4) pode ser utilizada como ferramenta de contra-ataque; 5) pode tomar outros elementos reclamáveis como referentes; 6) pode ser produzida por qualquer uma das partes em litígio.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-04-08T20:11:55Z
2019
2023-12-21T03:02:15Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11422/7171
url http://hdl.handle.net/11422/7171
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
Brasil
Faculdade de Letras
UFRJ
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
Brasil
Faculdade de Letras
UFRJ
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRJ
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Repositório Institucional da UFRJ
collection Repositório Institucional da UFRJ
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
repository.mail.fl_str_mv pantheon@sibi.ufrj.br
_version_ 1815455983988637696