Estudo do envolvimento do fator inibidor da migração de macrófagos na patogênese do vírus Zika em modelo experimental murino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Mariana Oliveira Lopes da
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19222
Resumo: O vírus Zika (ZIKV) é um flavivírus geralmente transmitido pela fêmea de mosquitos Aedes aegypti, mas também é possível a transmissão sexual e vertical. A infecção normalmente causa um quadro febril brando, porém pode resultar em complicações neurológicas graves como a síndrome de Guillain-Barré em adultos, microcefalia fetal e outras má formações congênitas. O ZIKV apresenta um marcante neurotropismo, promovendo destruição de células neurais e uma intensa resposta inflamatória no cérebro. O fator inibidor da migração de macrófagos (MIF) é uma citocina produzida por vários tipos celulares e relaciona-se positivamente com a gravidade de várias doenças inflamatórias, incluindo as de natureza viral, como a encefalite causada pelo vírus do Nilo ocidental (WNV) e a dengue hemorrágica. Além disso, níveis elevados de MIF foram encontrados no plasma de fêmas de macaco rhesus infectadas pelo ZIKV. Nossa hipótese é de que, assim como na infecção pelo WNV, o MIF poderia contribuir para a exacerbação do dano tecidual induzido pelo ZIKV. O objetivo deste estudo foi investigar o envolvimento do MIF na patogênese do ZIKV. Para isso utilizamos um modelo neonatal murino onde a replicação ativa do ZIKV no cérebro promove alterações histológicas como surgimento de áreas de necrose e infiltrado de células inflamatórias. Camundongos C57BL/6, selvagens (WT) e deficientes de MIF (MIF-/-) foram infectados pela via subcutânea com 106 ou 104 PFU de ZIKV ou Mock (50 μl) no terceiro (P3) ou sexto (P6) dias após o nascimento. Nas análises da expressão do MIF no cérebro dos WT infectados, observamos que sua expressão foi modulada de forma dose e idade dependente estando aumentado nos animais mais jovens. Para observar se a ausência do MIF protegeria os animais da infecção, infectamos e monitoramos camundongos WT e MIF-/-. Nossos resultados mostram que na infecção em P3 os animais WT, com ambas cargas virais, apresentaram sinais de distúrbios neurológicos e motores e evoluíram à morte, enquanto nos MIF-/- isto só foi observado nos animais que receberam a maior carga viral e os que foram infectados com 104 PFU não apresentaram quaisquer sinais clínicos da infecção. Na infecção em P6 nenhum dos grupos apresentou sinal clínico. Ao analisarmos a carga viral no cérebro destes animais observamos todos os grupos apresentavam RNA viral no cérebro e sem diferenças significativas entre WT e MIF-/-, exceto nos animais infectados com 104 PFU onde os MIF-/- mantiveram a carga viral próxima entre 6 e 12 d.p.i. enquanto nos WT foi observado um aumento entre estes dias. Na avaliação da carga viral em órgãos periféricos (músculo, fígado e baço), observamos que o vírus chega em todos eles porém com carga viral muito menor em relação a do cérebro e sem diferenças significativas entre os grupos. Por fim, ao observamos a expressão das citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IL-6, na infecção em P3 com 106 PFU, vimos que ambas estão muito aumentadas em ambos os grupos sem diferenças significativas entre eles. Estes resultados sugerem que a ausência do MIF tem papel protetor em modelo de infecção sub-letal.
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