O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/6531 |
Resumo: | Este trabalho não tem como objetivo insistir na importância do laboratório como facilitador da aprendizagem da Ciência Química, algo de certo já apontado à exaustão em um número infinito de produções acadêmicas nas últimas décadas. Tem como foco, no entanto, responder à pergunta: como e por que o laboratório surge como uma “necessidade pedagógica” na Escola? relacionando-o à formação social e econômica brasileira, com ênfase no período compreendido entre 1808, data da chegada da Família Real ao Brasil, e as três primeiras décadas do século XX. A pesquisa, de caráter histórico e documental – pesquisa bibliográfica e análise das Reformas Educacionais até a Reforma Francisco Campos, de 1931 –, permite situar a mentalidade educacional brasileira, bem como apontar a configuração de forças políticas que determinavam o que, com que finalidade e para quem ensinar. Parte da hipótese de que a Escola deveria, tanto quanto a Ciência o fez no plano das ideias e das práticas econômicas, incumbir-se de construir um “homem novo”, afinado com o ideal liberal-burguês consolidado no rastro das Revoluções Industriais europeias. O desenvolvimento capitalista experimentado nas economias centrais reproduz-se no Brasil de forma peculiar e é no curso das imensas contradições na formação da nossa modernidade, conservadora e tardia, que se deve entender nosso próprio desenvolvimento científico e seus reflexos na Escola. Considerar a transição histórica em que isso se processou é fundamental para questionar o perfil desse “homem novo”, encarnado nos traços claramente positivistas que nortearam o avanço da pedagogia científica brasileira, cujo entendimento deve contribuir para a compreensão crítica das finalidades de atividades experimentais em sala de aula de Química na atualidade. |
id |
UFRJ_f3ed4b8edda3c8c8626f5bf208a9f069 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:pantheon.ufrj.br:11422/6531 |
network_acronym_str |
UFRJ |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRJ |
repository_id_str |
|
spelling |
Machado, Raquel Bercohttp://lattes.cnpq.br/5192030653483429http://lattes.cnpq.br/3244565977176248Matos, João Augusto de Melo GouveiaValente, Ligia Maria Marinohttp://lattes.cnpq.br/6503459496406997Ribeiro, Luiz Cláudio dos Santos2019-02-17T02:46:03Z2023-11-30T03:02:49Z2013-12-12http://hdl.handle.net/11422/6531Submitted by Angelo Siguemura Souza (siguemura@iq.ufrj.br) on 2019-02-04T12:32:04Z No. of bitstreams: 1 Raquel Berco Machado.pdf: 501911 bytes, checksum: 72471c2aa1ee287d79f0e00de55e2abb (MD5)Made available in DSpace on 2019-02-17T02:46:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Raquel Berco Machado.pdf: 501911 bytes, checksum: 72471c2aa1ee287d79f0e00de55e2abb (MD5) Previous issue date: 2013-12-12Este trabalho não tem como objetivo insistir na importância do laboratório como facilitador da aprendizagem da Ciência Química, algo de certo já apontado à exaustão em um número infinito de produções acadêmicas nas últimas décadas. Tem como foco, no entanto, responder à pergunta: como e por que o laboratório surge como uma “necessidade pedagógica” na Escola? relacionando-o à formação social e econômica brasileira, com ênfase no período compreendido entre 1808, data da chegada da Família Real ao Brasil, e as três primeiras décadas do século XX. A pesquisa, de caráter histórico e documental – pesquisa bibliográfica e análise das Reformas Educacionais até a Reforma Francisco Campos, de 1931 –, permite situar a mentalidade educacional brasileira, bem como apontar a configuração de forças políticas que determinavam o que, com que finalidade e para quem ensinar. Parte da hipótese de que a Escola deveria, tanto quanto a Ciência o fez no plano das ideias e das práticas econômicas, incumbir-se de construir um “homem novo”, afinado com o ideal liberal-burguês consolidado no rastro das Revoluções Industriais europeias. O desenvolvimento capitalista experimentado nas economias centrais reproduz-se no Brasil de forma peculiar e é no curso das imensas contradições na formação da nossa modernidade, conservadora e tardia, que se deve entender nosso próprio desenvolvimento científico e seus reflexos na Escola. Considerar a transição histórica em que isso se processou é fundamental para questionar o perfil desse “homem novo”, encarnado nos traços claramente positivistas que nortearam o avanço da pedagogia científica brasileira, cujo entendimento deve contribuir para a compreensão crítica das finalidades de atividades experimentais em sala de aula de Química na atualidade.porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilInstituto de QuímicaCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICAEnsino de químicaLaboratório escolarO laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem históricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisabertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJORIGINALRaquel Berco Machado.pdfRaquel Berco Machado.pdfapplication/pdf501911http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/6531/1/Raquel+Berco+Machado.pdf72471c2aa1ee287d79f0e00de55e2abbMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/6531/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD5211422/65312023-11-30 00:02:49.785oai:pantheon.ufrj.br:11422/6531TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:02:49Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica |
title |
O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica |
spellingShingle |
O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica Machado, Raquel Berco CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA Ensino de química Laboratório escolar |
title_short |
O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica |
title_full |
O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica |
title_fullStr |
O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica |
title_full_unstemmed |
O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica |
title_sort |
O laboratório de química na escola brasileira: uma abordagem histórica |
author |
Machado, Raquel Berco |
author_facet |
Machado, Raquel Berco |
author_role |
author |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/5192030653483429 |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/3244565977176248 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Machado, Raquel Berco |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Matos, João Augusto de Melo Gouveia |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Valente, Ligia Maria Marino |
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/6503459496406997 |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Ribeiro, Luiz Cláudio dos Santos |
contributor_str_mv |
Matos, João Augusto de Melo Gouveia Valente, Ligia Maria Marino Ribeiro, Luiz Cláudio dos Santos |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA |
topic |
CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA Ensino de química Laboratório escolar |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Ensino de química Laboratório escolar |
description |
Este trabalho não tem como objetivo insistir na importância do laboratório como facilitador da aprendizagem da Ciência Química, algo de certo já apontado à exaustão em um número infinito de produções acadêmicas nas últimas décadas. Tem como foco, no entanto, responder à pergunta: como e por que o laboratório surge como uma “necessidade pedagógica” na Escola? relacionando-o à formação social e econômica brasileira, com ênfase no período compreendido entre 1808, data da chegada da Família Real ao Brasil, e as três primeiras décadas do século XX. A pesquisa, de caráter histórico e documental – pesquisa bibliográfica e análise das Reformas Educacionais até a Reforma Francisco Campos, de 1931 –, permite situar a mentalidade educacional brasileira, bem como apontar a configuração de forças políticas que determinavam o que, com que finalidade e para quem ensinar. Parte da hipótese de que a Escola deveria, tanto quanto a Ciência o fez no plano das ideias e das práticas econômicas, incumbir-se de construir um “homem novo”, afinado com o ideal liberal-burguês consolidado no rastro das Revoluções Industriais europeias. O desenvolvimento capitalista experimentado nas economias centrais reproduz-se no Brasil de forma peculiar e é no curso das imensas contradições na formação da nossa modernidade, conservadora e tardia, que se deve entender nosso próprio desenvolvimento científico e seus reflexos na Escola. Considerar a transição histórica em que isso se processou é fundamental para questionar o perfil desse “homem novo”, encarnado nos traços claramente positivistas que nortearam o avanço da pedagogia científica brasileira, cujo entendimento deve contribuir para a compreensão crítica das finalidades de atividades experimentais em sala de aula de Química na atualidade. |
publishDate |
2013 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2013-12-12 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-02-17T02:46:03Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-11-30T03:02:49Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11422/6531 |
url |
http://hdl.handle.net/11422/6531 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFRJ |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Instituto de Química |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRJ instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) instacron:UFRJ |
instname_str |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
instacron_str |
UFRJ |
institution |
UFRJ |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRJ |
collection |
Repositório Institucional da UFRJ |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/6531/1/Raquel+Berco+Machado.pdf http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/6531/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
72471c2aa1ee287d79f0e00de55e2abb dd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1784097125790908416 |