Evidências prosódicas para o tratamento de estruturas desgarradas como uma estratégia de focalização
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/10261 |
Resumo: | Decat (1999, 2011) postula a existência de cláusulas desgarradas e afirma que o fenômeno do desgarramento funciona como estratégia de focalização para atender aos objetivos comunicativos e discursivos, sendo comparável à topicalização e à clivagem. Apesar de não realizar análise acústica, Decat (2011) afirma que será considerado um caso de desgarramento uma estrutura que seja precedida por uma pausa e que tenha um contorno entonacional de princípio e de fim de unidade. A fim de averiguar se as estruturas desgarradas de fato apresentam pistas prosódicas que as singularizam ou que sejam semelhantes às já descritas para tópicos e clivadas no PB (Fernandes Svartman 2007, 2012), fornecendo evidência fonológica à estratégia sintática, este trabalho realiza análise acústica de gravações feitas com base em exemplos retirados dos trabalhos de Decat (2011). Foram gravados, por quatro informantes cariocas, nove exemplos encontrados nos estudos de Decat (2011) para a língua escrita e, a partir de análise no programa computacional PRAAT, foram verificados os parâmetros acústicos de frequência fundamental (F0), pausa e duração. Foram observados os pressupostos teóricos do modelo Autossegmental e Métrico da Fonologia Entoacional (Pierrehumbert, 1980; Ladd, 2008) e, espera-se, a existência de correlatos acústicos já descritos para tópicos e clivadas também em estruturas desgarradas. Os resultados revelam que o “contorno final” e a presença de pausa, descritos por Decat (2011) como possíveis caracterizadores de cláusulas desgarradas, é traço comum em todas as estruturas analisadas e não evidencia, fonologicamente, o desgarramento. Entretanto, uma maior duração das pausas antes das desgarradas pode ser indício de uma estrutura sintaticamente diversa. |
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Gonçalves, Ana Carolina Barroshttp://lattes.cnpq.br/6087027102691784Silvestre, Aline Ponciano dos Santos2019-10-25T13:22:53Z2023-11-30T03:00:34Z2020-07http://hdl.handle.net/11422/10261Submitted by Diogo Mata (diogoxavier@direito.ufrj.br) on 2019-10-24T20:27:44Z No. of bitstreams: 1 DPSoares.pdf: 567599 bytes, checksum: a6784d202e09c8ea0daad19f8d8d7f48 (MD5)Approved for entry into archive by Renata Souza (renatasouza@direito.ufrj.br) on 2019-10-25T13:22:53Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DPSoares.pdf: 567599 bytes, checksum: a6784d202e09c8ea0daad19f8d8d7f48 (MD5)Made available in DSpace on 2019-10-25T13:22:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DPSoares.pdf: 567599 bytes, checksum: a6784d202e09c8ea0daad19f8d8d7f48 (MD5) Previous issue date: 2008Decat (1999, 2011) postula a existência de cláusulas desgarradas e afirma que o fenômeno do desgarramento funciona como estratégia de focalização para atender aos objetivos comunicativos e discursivos, sendo comparável à topicalização e à clivagem. Apesar de não realizar análise acústica, Decat (2011) afirma que será considerado um caso de desgarramento uma estrutura que seja precedida por uma pausa e que tenha um contorno entonacional de princípio e de fim de unidade. A fim de averiguar se as estruturas desgarradas de fato apresentam pistas prosódicas que as singularizam ou que sejam semelhantes às já descritas para tópicos e clivadas no PB (Fernandes Svartman 2007, 2012), fornecendo evidência fonológica à estratégia sintática, este trabalho realiza análise acústica de gravações feitas com base em exemplos retirados dos trabalhos de Decat (2011). Foram gravados, por quatro informantes cariocas, nove exemplos encontrados nos estudos de Decat (2011) para a língua escrita e, a partir de análise no programa computacional PRAAT, foram verificados os parâmetros acústicos de frequência fundamental (F0), pausa e duração. Foram observados os pressupostos teóricos do modelo Autossegmental e Métrico da Fonologia Entoacional (Pierrehumbert, 1980; Ladd, 2008) e, espera-se, a existência de correlatos acústicos já descritos para tópicos e clivadas também em estruturas desgarradas. Os resultados revelam que o “contorno final” e a presença de pausa, descritos por Decat (2011) como possíveis caracterizadores de cláusulas desgarradas, é traço comum em todas as estruturas analisadas e não evidencia, fonologicamente, o desgarramento. Entretanto, uma maior duração das pausas antes das desgarradas pode ser indício de uma estrutura sintaticamente diversa.porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA BRASILEIRAFormação de palavrasProsódiaEvidências prosódicas para o tratamento de estruturas desgarradas como uma estratégia de focalizaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisabertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJORIGINALACBGoncalves.pdfACBGoncalves.pdfapplication/pdf1957015http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/10261/3/ACBGoncalves.pdf8093316a2195194da6e8cbf5eaf025b3MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/10261/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD5211422/102612023-11-30 00:00:34.099oai:pantheon.ufrj.br:11422/10261TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:00:34Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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