Tramas do impedimento: os sentidos da desistência entre alfabetizandos da educação de jovens e adultos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Inter-legere |
Texto Completo: | https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4317 |
Resumo: | A condição de alfabetizado, para jovens e adultos que ainda não conseguem dominar a leitura e a escrita, “é a coisa mais importante da vida”, “um sonho”. A aprendizagem escolar é entendida por eles como um saber hegemônico na sociedade contemporânea letrada. Por isso, entram na escola, buscam deter tal conhecimento e, através dele, sentir-se inseridos nesta sociedade. Entretanto, no decorrer desse processo de aprendizagem, vão aos poucos desistindo, o que contribui tanto para elevar as estatísticas da desistência na Educação de Jovens e Adultos/Eja quanto para, lentamente, reduzir o contingente de analfabetos do país. A partir dessa realidade, questionamo-nos sobre as razões ou motivos concretos e simbólicos que levam à desistência nas classes de alfabetização da Eja. Para tanto, configuramos nosso objeto de estudo como os sentidos da desistência entre alfabetizandos da Eja, cuja compreensão é nosso objetivo. A Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 1978, 2004) foi a opção teórico-metodológica para subsidiar a busca, as análises e as interpretações dos dados, fazendo-nos perceber o significado do objeto de estudo para esses indivíduos. Para captar tal conteúdo simbólico, realizamos entrevistas semi-estruturadas com onze alunos desistentes e dez repetentes dessa modalidade de ensino em escolas públicas de Natal/RN durante o ano letivo de 2006. A partir das análises temática e categorial (BARDIN, 1977), identificamos elementos que suscitaram temas. Estes, posteriormente, levaram a três categorias, sugerindo como sentidos da desistência: dificuldades na aprendizagem por não compreenderem os conteúdos; exposição do não saber, trazendo à tona os sentimentos de vergonha, humilhação, constrangimento por não saberem ler e escrever em idade madura; trabalho/cansaço e doenças. Aqueles que conseguem permanecer na escola são os que se obrigam a conviver com os “sentimentos de desadaptação”, e os que desenvolvem com a Instituição uma “adaptação ao avesso”, isto é, a aceitação das falhas e das omissões institucionais. |
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