Experiências escolares vividas no campo e por crianças do campo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Gilcilene Lélia Souza do
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25624
Resumo: Esta Tese em Educação discorre sobre as experiências escolares de crianças em processo de escolarização, com início nos anos 2010; de jovens universitários que viveram, quando crianças, experiências de escolarização no campo, nos anos 1990- 2000, e da própria pesquisadora que cresceu num emaranhado de relações com o campo a partir de 1990. Considerando que as crianças e as escolas do campo carregam consigo visões estereotipadas que homogeneízam o povo do campo, como atrasado, ingênuo, com pouca capacidade de estudar, de aprender e se desenvolver intelectualmente; adotou-se a perspectiva da pesquisa com os participantes, e não sobre eles. O estudo tem como objetivo central analisar o sentido da escola para esses participantes que vivenciaram sua escolarização no campo em tempos diferentes: “tempo do êxodo”, “da mobilidade” e “da conectividade”. A perspectiva adotada é a de triangulação das fontes. Parte-se da seguinte indagação investigativa: O que dizem as crianças e jovens universitários, narrativamente, sobre sua escolarização no campo é “digno” de interesse para a pesquisa educacional? A investigação tomou por base os princípios teóricos e práticos da pesquisa (auto) biográfica em Educação (PASSEGGI e SOUZA, 2017; DELORY-MOMBERGER, 2008, 2012b; FERRAROTTI, 1988, 2014; FINGER, 2014; BERTAUX, 2010); das narrativas infantis (BRUNER, 1997; CRUZ, 2008; DE CONTI e PASSEGGI, 2014; PASSEGGI, 2010); da educação do campo (ARROYO, CALDART e MOLINA, 2004; DAMASCENO e BESERRA, 2004; SOUZA 2012; LEITE, 1999); da cultura escolar (BARROSO, 2012; DELORY-MOMBERGER, 2008; CHARTIER, 2005); e da Sociologia do Improvável (XYPAS, 2017, LAHIRE, 1997; ASTIGARRAGA e PASSEGGI, 2012). A escuta sensível dos participantes guiou a metodologia de rodas de conversa (PASSEGGI et. al., 2012; 2014; BARBIER, 1998; FERNANDES, 2016; FRANCISCHINI e FERNANDES, 2016) e de entrevistas narrativas (SCHÜTZE, 2010; JOVCHELOVITCH e BAUER, 2014), respeitando sua condição de seres criativos, dotados de habilidades narrativas para refletir sobre suas experiências de vida. As análises permitiram depreender o sentido que atribuem à escola em suas narrativas. Para além da percepção tradicional da escola como lugar de passagem e de promessas futuras que atravessa o discurso dos narradores dos diferentes tempos, apreendemos o anseio de um povo por melhores condições de vida, igualdade de oportunidades, reconhecimento, valorização e inclusão social. A escola não é tão somente um sistema organizacional, pedagógico, sociopolítico, alheio à constituição da dimensão subjetiva dos que nela vivem e interpretam o que nela fazem. Defendemos que a escola do campo tem por missão promover condições de concretização desse anseio, começando por dialogar com as culturas que se encontram em seu espaço, e se tornar mobilizadora, reivindicadora e promotora do desenvolvimento e valorização do povo do campo e dos territórios que habitam. Concluímos que esta Tese traz contribuições teóricas e metodológicas para a compreensão de crianças e adolescentes, enquanto seres reflexivos, críticos e mobilizadores de conhecimentos. Relativiza, portanto, imagens estereotipadas, discutindo trajetórias exitosas de jovens universitários, que vencendo adversidades se desenvolveram intelectualmente, abrindo perspectivas para o interesse da pesquisa sobre as experiências contadas pelos narradores da escola do campo para repensar as políticas educacionais, voltadas para a zona rural. São achados que permitem reorganizar e reconstruir as práticas educativas cotidianas da escola do campo, que deem conta do emaranhado de culturas que adentram esse lugar, investigando os contatos do povo do campo com mundos circunvizinhos com os quais se mantém, atualmente, em conexão.
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spelling Nascimento, Gilcilene Lélia Souza doXypas, ConstantinSouza, Elizeu Clementino deCunha, Marlecio Maknamara da SilvaSilva, Rosalia de Fátima eSantos, Simone Cabral Marinho dosBarbosa Júnior, Walter Pinheiro2018-07-27T18:34:50Z2018-07-27T18:34:50Z2018-02-21NASCIMENTO, Gilcilene Lélia Souza do. Experiências escolares vividas no campo e por crianças do campo. 2018. 215f. Tese (Doutorado em Educação) - Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25624Esta Tese em Educação discorre sobre as experiências escolares de crianças em processo de escolarização, com início nos anos 2010; de jovens universitários que viveram, quando crianças, experiências de escolarização no campo, nos anos 1990- 2000, e da própria pesquisadora que cresceu num emaranhado de relações com o campo a partir de 1990. Considerando que as crianças e as escolas do campo carregam consigo visões estereotipadas que homogeneízam o povo do campo, como atrasado, ingênuo, com pouca capacidade de estudar, de aprender e se desenvolver intelectualmente; adotou-se a perspectiva da pesquisa com os participantes, e não sobre eles. O estudo tem como objetivo central analisar o sentido da escola para esses participantes que vivenciaram sua escolarização no campo em tempos diferentes: “tempo do êxodo”, “da mobilidade” e “da conectividade”. A perspectiva adotada é a de triangulação das fontes. Parte-se da seguinte indagação investigativa: O que dizem as crianças e jovens universitários, narrativamente, sobre sua escolarização no campo é “digno” de interesse para a pesquisa educacional? 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Concluímos que esta Tese traz contribuições teóricas e metodológicas para a compreensão de crianças e adolescentes, enquanto seres reflexivos, críticos e mobilizadores de conhecimentos. Relativiza, portanto, imagens estereotipadas, discutindo trajetórias exitosas de jovens universitários, que vencendo adversidades se desenvolveram intelectualmente, abrindo perspectivas para o interesse da pesquisa sobre as experiências contadas pelos narradores da escola do campo para repensar as políticas educacionais, voltadas para a zona rural. São achados que permitem reorganizar e reconstruir as práticas educativas cotidianas da escola do campo, que deem conta do emaranhado de culturas que adentram esse lugar, investigando os contatos do povo do campo com mundos circunvizinhos com os quais se mantém, atualmente, em conexão.Cette thèse en sciences de l’éducation prend comme objet d’études des expériences scolaires des enfants en cours de scolarité, à partir des années 2010; des jeunes universitaires qui ont vécu, pendant l’enfance, des expériences de scolarisation à la campagne, dans les années 1990-2000, et de la chercheuse, elle-même, qui a grandi dans un enchevêtrement de relations avec la campagne à partir de 1990. Considérant que les enfants et les écoles rurales portent avec eux des visions stéréotypées qui homogénéisent les gens de la campagne, comme retardé, naïf, ayant peu de capacité à étudier, à apprendre et à se développer intellectuellement ; on adopte la perspective de la recherche avec les participants, et pas à sur eux. L'objectif principal de cette étude est d'analyser le sens de l'école pour les participants qui ont vécu leur scolarité dans trois différents moments: "le temps de l'exode", "de la mobilité" et "de la connectivité". La perspective adoptée est celle de la triangulation des sources. On part de la question suivante: Les récits des enfants et des jeunes universitaires sur leur scolarité, vécue à la campagne, sont-ils « dignes » d’intérêt pour la recherche en éducation? La recherche est basée sur les principes théoriques et pratiques de la recherche (auto) biographique en éducation (PASSEGGI e SOUZA, 2017; DELORY-MOMBERGER, 2008, 2012b; FERRAROTTI, 1988, 2014; FINGER, 2014; BERTAUX, 2010); des récits d'enfants et des adolescents (BRUNER, 1997; CRUZ, 2008; DE CONTI e PASSEGGI, 2014; PASSEGGI, 2010); de l'éducation rurale (ARROYO, CALDART e MOLINA, 2004; DAMASCENO e BESERRA, 2004; SOUZA 2012; LEITE, 1999); de la culture scolaire (BARROSO, 2012; DELORY-MOMBERGER, 2008; CHARTIER, 2005); et de la sociologie de l'improbable (XYPAS, 2017, LAHIRE, 1997; ASTIGARRAGA e PASSEGGI, 2012). L'écoute sensible des participants a guidé la méthodologie des cercles de conversation (PASSEGGI et. al., 2012; 2014; BARBIER, 1998; FERNANDES, 2016; FRANCISCHINI e FERNANDES, 2016) et des entretiens narratifs (SCHÜTZE, 2010; JOVCHELOVITCH e BAUER, 2014), en respectant leur condition de personnes créatives, dotés de capacités narratives pour réfléchir sur leurs expériences de vie. Les analyses ont permis de comprendre, en plus de la perception traditionnelle de l'école comme lieu de passage et des promesses futures qui traversent les discours des narrateurs, nous appréhendons le désir d'un peuple pour de meilleures conditions de vie, l'égalité des chances, reconnaissance, valorisation et inclusion sociale. L'école n'est pas seulement un système organisationnel, pédagogique, sociopolitique, vidée de la dimension subjective de ceux qui y vivent et interprète ce qu'ils y font. Nous défendons que l'école de la zone rurale a pour mission de promouvoir les conditions pour réaliser ce désir, en commençant par un dialogue avec les cultures qui sont dans leur espace, et de devenir un mobilisateur, demandeur et promoteur du développement et de la valorisation des gens de la campagne et des territoires qu'ils habitent. Nous concluons que cette thèse apporte des contributions théoriques et méthodologiques à la compréhension de l'enfants et des adolescents en tant que personnes réflexives, critique et mobilisatrices du savoir. Elle relativise des images stéréotypées, discutant des trajectoires réussies des étudiants universitaires, qui ont su dépasser les adversités et s’épanouir intellectuellement, en ouvrant des perspectives pour l'intérêt des histoires racontées par des narrateurs des écoles rurales pour repenser les politiques d'éducation en milieu rural. Ce sont des indices qui permettent de réorganiser et de reconstruire les pratiques éducatives quotidiennes de l'école rurale, de prendre en compte l'enchevêtrement des cultures qui entrent dans ce lieu, d'enquêter sur le contact avec les mondes environnants avec lesquels le peuple de la zone rurale est actuellement en relation.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqporCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAOExperiênciaNarrativaEscola do campoPesquisa com criançaExperiências escolares vividas no campo e por crianças do campoRécits d’expériences scolaires vécues par les enfants de la zone ruraleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃOUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTGilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.txtGilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain416612https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25624/2/GilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.txtabedc32d4b4ee61bc24a6e1e6ab88304MD52ExperiênciasEscolaresVividas_Nascimento_2018.pdf.txtExperiênciasEscolaresVividas_Nascimento_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain415952https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25624/4/Experi%c3%aanciasEscolaresVividas_Nascimento_2018.pdf.txtd14d98a1adaca83c3913d3f447f685e8MD54THUMBNAILGilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.jpgGilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg6846https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25624/3/GilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.jpga62905c7a3d7781d07ce7555a63672c1MD53ExperiênciasEscolaresVividas_Nascimento_2018.pdf.jpgExperiênciasEscolaresVividas_Nascimento_2018.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1749https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25624/5/Experi%c3%aanciasEscolaresVividas_Nascimento_2018.pdf.jpg4523ed19047f3cee615e00f77b72f470MD55TEXTGilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.txtGilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain416612https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25624/2/GilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.txtabedc32d4b4ee61bc24a6e1e6ab88304MD52THUMBNAILGilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.jpgGilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg6846https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25624/3/GilcileneLeliaSouzaDoNascimento_TESE.pdf.jpga62905c7a3d7781d07ce7555a63672c1MD53ORIGINALExperiênciasEscolaresVividas_Nascimento_2018.pdfapplication/pdf3488688https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25624/1/Experi%c3%aanciasEscolaresVividas_Nascimento_2018.pdf10008241729cd85d8441c73c66acb359MD51123456789/256242019-06-16 02:21:52.775oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/25624Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-06-16T05:21:52Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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