Vozes sem sonoridade: tramas do silêncio em Anacrusa, de Ricardo Daunt

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pimenta, Sérgio Linard Neiva
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30820
Resumo: O silêncio é reconhecido como um signo que guarda em si múltiplos significados, podendo ser construído no texto literário mediante a ausência da palavra, o cerceamento da voz de personagens, a ocultação de pensamentos e atitudes por parte do narrador, a utilização de expressões que remetam a esse campo semântico e, ainda, no texto contemporâneo, por meio de modificações tipográficas. Essas materializações possibilitam a análise desse signo que, de acordo com Barthes (2003), é reproduzido para não ser signo, mas rapidamente recuperado como tal. Diante dessas perspectivas, objetivamos, com este trabalho, apresentar como o signo do silêncio é constituído no romance Anacrusa (2004), de Ricardo Daunt. No que se refere à problemática do silêncio, a análise tem como principais bases teóricas as proposições de Barthes (2003), Holanda (1992), Orlandi (2002); quanto à especificidade da narrativa, tem- se como aporte teórico o pensamento de Adorno (2012), sobre o narrador contemporâneo, e Candido (2014a), sobre a personagem do romance. O estudo do texto em foco possibilitou- nos a percepção de que, em diversas fases do texto, as falas de personagens são oprimidas pelo poder enunciativo do narrador que conduz os acontecimentos em prol de uma construção hermética do romance, a fim de que se lancem dúvidas sobre os atos ilícitos por ele cometidos, uma vez que a superfície do texto se apresenta de maneira fragmentada e caótica. Tal fragmentação ganha ênfase mediante a utilização do signo do silêncio, que acaba por construir “vozes sem sonoridade”, vozes que são silenciadas por meio de movimentos opressores praticados por aquele que conduz a narrativa.
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Essas materializações possibilitam a análise desse signo que, de acordo com Barthes (2003), é reproduzido para não ser signo, mas rapidamente recuperado como tal. Diante dessas perspectivas, objetivamos, com este trabalho, apresentar como o signo do silêncio é constituído no romance Anacrusa (2004), de Ricardo Daunt. No que se refere à problemática do silêncio, a análise tem como principais bases teóricas as proposições de Barthes (2003), Holanda (1992), Orlandi (2002); quanto à especificidade da narrativa, tem- se como aporte teórico o pensamento de Adorno (2012), sobre o narrador contemporâneo, e Candido (2014a), sobre a personagem do romance. O estudo do texto em foco possibilitou- nos a percepção de que, em diversas fases do texto, as falas de personagens são oprimidas pelo poder enunciativo do narrador que conduz os acontecimentos em prol de uma construção hermética do romance, a fim de que se lancem dúvidas sobre os atos ilícitos por ele cometidos, uma vez que a superfície do texto se apresenta de maneira fragmentada e caótica. Tal fragmentação ganha ênfase mediante a utilização do signo do silêncio, que acaba por construir “vozes sem sonoridade”, vozes que são silenciadas por meio de movimentos opressores praticados por aquele que conduz a narrativa.Silence is acknowledged as a sign embracing multiple meanings, being at times built on the literary work as the absence of speech, the curtailment of the characters' voices, the concealment of thoughts and attitudes by its narrator, the use of expressions alluding to this semantic field and, still, on the contemporary prose, through typographical alterations. These embodiments enable the analysis of this sign, that, according to Barthes (2003), is conveyed to not be a sign, but promptly recognized as such. In face of these perspectives, our work aims at presenting how the sign of silence is depicted on the novel Anacrusa (2004) by Ricardo Daunt. In relation to the problem of silence, the analysis has as its theoretical basis the propositions of Barthes (2003), Holanda (1992), Orlandi (2002) e Homem (2011); with regard to the specificity of the narrative, the theory is supported by the thoughts of Adorno (2012) on the contemporary narrator, as well as Candido (2014) on the novel's character. The study of the text at issue led to the perception that, throughout the text, the characters’ lines are oppressed by the enunciative power from its narrator, who orchestrates the events on behalf of a hermetical construction of his prose, thus casting a shadow on his illegal actions, once the textual surface presents in a piecemeal, chaotic way. Such fragmentation is highlighted via the use of the sign of silence, which ends up producing “soundless voices”, muted by the oppressive moves practiced by the narrative’s ultimate conductor.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEMUFRNBrasilSilêncioRomance contemporâneoAnacrusaDauntVozes sem sonoridade: tramas do silêncio em Anacrusa, de Ricardo Dauntinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALVozessemsonoridade_Pimenta_2020.pdfapplication/pdf949028https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30820/1/Vozessemsonoridade_Pimenta_2020.pdf1f61443fc3605d7fb0aceb530e2cacd8MD51TEXTVozessemsonoridade_Pimenta_2020.pdf.txtVozessemsonoridade_Pimenta_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain343214https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30820/2/Vozessemsonoridade_Pimenta_2020.pdf.txtfd0421ec78933bfbc65162e93354957bMD52THUMBNAILVozessemsonoridade_Pimenta_2020.pdf.jpgVozessemsonoridade_Pimenta_2020.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1148https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30820/3/Vozessemsonoridade_Pimenta_2020.pdf.jpg961d5599fde67c61c6e4821fa882da09MD53123456789/308202020-12-06 05:07:03.295oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/30820Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-12-06T08:07:03Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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