Desenvolvimento de sistemas terapêuticos para leishmaniose cutânea
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28380 |
Resumo: | Este trabalho objetivou desenvolver alternativas terapêuticas contendo anfotericina B (AmB) para o tratamento da leishmaniose cutânea. Para tanto, sistemas poliméricos formados a partir de polímeros com distinta hidrofilicidade (poli(álcool vinílico) e poli(ácido lático)) e geometria (filme e fibra) foram produzidos. Posteriormente, seus respectivos perfis cinéticos de liberação foram avaliados e correlacionados com esses parâmetros de produção e parâmetros termodinâmicos. Os dados demonstraram que a liberação da anfotericina B (AmB) se apresentou como um processo endotérmico e nãoespontâneo, com as fibras e filmes ajustando-se ao modelo de Peppas–Sahlin e Higuchi, respectivamente. Dos sistemas avaliados os hidrogéis de PVA foram os que demonstraram melhor controle na liberação. Assim, suas propriedades como potencial sistema terapêutico foram avaliadas in vitro. Esse sistema foi capaz de controlar a permeação ao vapor d’agua em níveis compatíveis com a pele em seu estado fisiológico, agir como barreira física contra microorganismos presentes no ambiente e simultaneamente apresentou eficiente atividade antifúngica e leishmanicida, sem apresentar citotoxicidade potencial para células renais (linhagem VERO). Paralelamente, foram desenvolvidas microemulsões (ME) contendo poloxamer 407 na concentração de 14%p/p, o qual permitiu atribuir ao sistema um comportamento termorreversível, com gelificação in situ em ~ 25°C, facilitando sua aplicação tópica. A adição desse polímero atenuou os fenômenos de instabilidade na ME durante o período de estocagem a 2°C, sem afetar o tempo de meia-vida do fármaco. No que se refere a retenção dérmica ex vivo, foi possível inferir que a ME atuou como agente permeabilizante permitindo, após 24h de contato, uma retenção dérmica da AmB de ~ 1,37 ± 0,75 g/cm2 . Contudo, a presença do polímero no sistema reduziu a velocidade de difusão da AmB, inviabilizando sua detecção durante o período avaliado. Assim, os resultados aqui obtidos demonstram que embora haja a necessidade de comprovação in vivo, os hidrogéis de PVA e as ME termorresponsivas são sistemas promissores para serem usados em uma terapia combinada, permitindo um tratamento tópico ambulatorial da leishmaniose cutânea. |
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Alexandrino Júnior, FranciscoRocha, Helvecio Vinicius AntunesPohlmann, Adriana RaffinLima, Eliana MartinsFrezard, Frederic Jean GeorgesEgito, Eryvaldo Sócrates Tabosa do2020-01-24T18:34:57Z2020-01-24T18:34:57Z2019-09-26ALEXANDRINO JÚNIOR, Francisco. Desenvolvimento de sistemas terapêuticos para leishmaniose cutânea. 2019. 85f. Tese (Doutorado em Nanotecnologia Farmacêutica) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28380Este trabalho objetivou desenvolver alternativas terapêuticas contendo anfotericina B (AmB) para o tratamento da leishmaniose cutânea. Para tanto, sistemas poliméricos formados a partir de polímeros com distinta hidrofilicidade (poli(álcool vinílico) e poli(ácido lático)) e geometria (filme e fibra) foram produzidos. Posteriormente, seus respectivos perfis cinéticos de liberação foram avaliados e correlacionados com esses parâmetros de produção e parâmetros termodinâmicos. Os dados demonstraram que a liberação da anfotericina B (AmB) se apresentou como um processo endotérmico e nãoespontâneo, com as fibras e filmes ajustando-se ao modelo de Peppas–Sahlin e Higuchi, respectivamente. Dos sistemas avaliados os hidrogéis de PVA foram os que demonstraram melhor controle na liberação. Assim, suas propriedades como potencial sistema terapêutico foram avaliadas in vitro. Esse sistema foi capaz de controlar a permeação ao vapor d’agua em níveis compatíveis com a pele em seu estado fisiológico, agir como barreira física contra microorganismos presentes no ambiente e simultaneamente apresentou eficiente atividade antifúngica e leishmanicida, sem apresentar citotoxicidade potencial para células renais (linhagem VERO). Paralelamente, foram desenvolvidas microemulsões (ME) contendo poloxamer 407 na concentração de 14%p/p, o qual permitiu atribuir ao sistema um comportamento termorreversível, com gelificação in situ em ~ 25°C, facilitando sua aplicação tópica. A adição desse polímero atenuou os fenômenos de instabilidade na ME durante o período de estocagem a 2°C, sem afetar o tempo de meia-vida do fármaco. No que se refere a retenção dérmica ex vivo, foi possível inferir que a ME atuou como agente permeabilizante permitindo, após 24h de contato, uma retenção dérmica da AmB de ~ 1,37 ± 0,75 g/cm2 . Contudo, a presença do polímero no sistema reduziu a velocidade de difusão da AmB, inviabilizando sua detecção durante o período avaliado. Assim, os resultados aqui obtidos demonstram que embora haja a necessidade de comprovação in vivo, os hidrogéis de PVA e as ME termorresponsivas são sistemas promissores para serem usados em uma terapia combinada, permitindo um tratamento tópico ambulatorial da leishmaniose cutânea.This study aimed to develop therapeutic alternatives containing amphotericin B (AmB) for the treatment of cutaneous leishmaniasis. Therefore, polymeric systems with distinct geometry (films and fibers) and hydrophilicity (polyvinyl alcohol) and poly(lactic acid)) were produced, and their respective kinetic release profiles were evaluated and correlated with these production parameters and thermodynamic parameters. The data indicated that the drug release was an endothermic and non-spontaneous process, with the fibers and films appropriately fitting to Peppas – Sahlin and Higuchi’s model, respectively. Among the systems evaluated, PVA hydrogels performed the best controlled release and, therefore, their properties as a potential therapeutic system was further evaluated in vitro. The results highlighted that the system was able to control the water vapor permeation, at levels compatible with the skin in its physiological state, acted as a physical barrier against microorganisms present in the environment, and simultaneously displayed efficient antifungal and antileishmania activity, without potential cytotoxicity to renal cells (VERO cell line). Meanwhile, microemulsions (ME) containing 14 %w/w of poloxamer 407 were developed, which provided to the system a thermoreversible behavior (gelation in situ at ~ 25 °C), facilitating its topical application. The poloxamer 407 attenuated the instability phenomena in the ME system during the storage period at 2 °C, without affecting the half-life of the drug. Regarding the ex vivo dermal retention of AmB, it was possible to infer that ME acted as a permeabilizing agent, enabling after 24h of exposition, an AmB dermal retention of ~ 1,37 ± 0,75 g/cm2 . However, the presence of polymer in the system reduced the diffusion rate of AmB, in such a way that no drug was detected during the in vitro assay. Although there is a required in vivo endorsement, the results obtained here demonstrate that PVA hydrogels and thermo-responsive ME are promising systems for use in combination therapy, allowing for outpatient topical treatment of cutaneous leishmaniasis.CNPQ::CIENCIAS DA SAUDEAnfotericina BLeishmanioseMicroemulsãoPeleEstabilidadeDesenvolvimento de sistemas terapêuticos para leishmaniose cutâneainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NANOTECNOLOGIA FARMACÊUTICAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTDesenvolvimentosistemasterapeuticos_AlexandrinoJunior_2019.pdf.txtDesenvolvimentosistemasterapeuticos_AlexandrinoJunior_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain235607https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28380/2/Desenvolvimentosistemasterapeuticos_AlexandrinoJunior_2019.pdf.txt57ec7f3cd52c327f7b4eb36e287e874cMD52THUMBNAILDesenvolvimentosistemasterapeuticos_AlexandrinoJunior_2019.pdf.jpgDesenvolvimentosistemasterapeuticos_AlexandrinoJunior_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1476https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28380/3/Desenvolvimentosistemasterapeuticos_AlexandrinoJunior_2019.pdf.jpgb022779525d600723df40e826568d289MD53ORIGINALDesenvolvimentosistemasterapeuticos_AlexandrinoJunior_2019.pdfapplication/pdf14623650https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28380/1/Desenvolvimentosistemasterapeuticos_AlexandrinoJunior_2019.pdf50dd052a209381c6eb11c5e8615e6c12MD51123456789/283802020-01-26 04:32:51.434oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/28380Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-01-26T07:32:51Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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