Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Esmaile, Stephany Campanelli
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26702
Resumo: A hipertensão é um fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC), o qual predispõe pacientes à deficiências motoras e cognitivas. A atividade excessiva do receptor AT1 do cérebro está associada às exageradas respostas simpática e hormonal provocadas pelo estresse, vulnerabilidade à isquemia cerebrovascular e inflamação cerebral, processos que levam à lesão neuronal. Sendo assim, o uso de anti-hipertensivos como o Olmesartana medoxomila (Benicar ®) mostra-se promissor na prevenção do AVC seja ele isquêmico ou hemorrágico. Tal fármaco pertence à família dos bloqueadores do receptor de angiotensina (BRAs) e atua como agonista inverso. Possui alta seletividade e potência para o receptor AT1, é bem tolerado, com um perfil de efeito adverso semelhante ao do placebo e tem demonstrado ser mais efetivo no tratamento da hipertensão do que outros BRAs. Células endoteliais cerebrais e astrócitos, constituintes da barreira hematoencefálica, são ricos em receptor AT1 em suas membranas e o grau de afinidade fármaco-receptor depende do pH do meio. Regiões cerebrais acometidas por inflamações ou isquemias podem alcançar um pH de até 6.2 no meio extracelular, sendo o pH normal igual à 7.3. O presente trabalho visa comparar a natureza e proporção de interações intermoleculares do olmesartana com o receptor AT1 em um sistema cristalografado por raio X sob pH 6.2 e 7.3, assim como quantificar as energias de ligação entre os aminoácidos do receptor e o fármaco até um raio de 10Å. Os resultados indicam os principais aminoácidos do receptor AT1 que interagem com OLM, assim como os 105 aminoácidos existentes em um raio de 10Å que somam -588.25kcal/mol em pH 6.2 e -411.12 kcal/mol em pH 7.3. Isso implica que a energia de interação do receptor AT1 com OLM em pH6.2 é maior que em pH 7.3. A hipótese é que os efeitos neuroregenerativos do OLM serão mais prolongados em pH patológico, o que pode ser potencializado pela maior disponibilidade de angiotensina II para o receptor AT2. Nossos dados estão em concordância com os da literatura que elucidam o potencial terapêutico desse fármaco em cérebros pós-AVC.
id UFRN_451a644cfd626a2eff12d8f9248e7877
oai_identifier_str oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/26702
network_acronym_str UFRN
network_name_str Repositório Institucional da UFRN
repository_id_str
spelling Esmaile, Stephany CampanelliBlaha, Carlos Alfredo GalindoOliveira, Cláudio Bruno Silva deOliveira, Jonas Ivan Nobre2019-03-08T20:20:52Z2019-03-08T20:20:52Z2019-02-15ESMAILE, Stephany Campanelli. Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico. 2019. 47f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26702A hipertensão é um fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC), o qual predispõe pacientes à deficiências motoras e cognitivas. A atividade excessiva do receptor AT1 do cérebro está associada às exageradas respostas simpática e hormonal provocadas pelo estresse, vulnerabilidade à isquemia cerebrovascular e inflamação cerebral, processos que levam à lesão neuronal. Sendo assim, o uso de anti-hipertensivos como o Olmesartana medoxomila (Benicar ®) mostra-se promissor na prevenção do AVC seja ele isquêmico ou hemorrágico. Tal fármaco pertence à família dos bloqueadores do receptor de angiotensina (BRAs) e atua como agonista inverso. Possui alta seletividade e potência para o receptor AT1, é bem tolerado, com um perfil de efeito adverso semelhante ao do placebo e tem demonstrado ser mais efetivo no tratamento da hipertensão do que outros BRAs. Células endoteliais cerebrais e astrócitos, constituintes da barreira hematoencefálica, são ricos em receptor AT1 em suas membranas e o grau de afinidade fármaco-receptor depende do pH do meio. Regiões cerebrais acometidas por inflamações ou isquemias podem alcançar um pH de até 6.2 no meio extracelular, sendo o pH normal igual à 7.3. O presente trabalho visa comparar a natureza e proporção de interações intermoleculares do olmesartana com o receptor AT1 em um sistema cristalografado por raio X sob pH 6.2 e 7.3, assim como quantificar as energias de ligação entre os aminoácidos do receptor e o fármaco até um raio de 10Å. Os resultados indicam os principais aminoácidos do receptor AT1 que interagem com OLM, assim como os 105 aminoácidos existentes em um raio de 10Å que somam -588.25kcal/mol em pH 6.2 e -411.12 kcal/mol em pH 7.3. Isso implica que a energia de interação do receptor AT1 com OLM em pH6.2 é maior que em pH 7.3. A hipótese é que os efeitos neuroregenerativos do OLM serão mais prolongados em pH patológico, o que pode ser potencializado pela maior disponibilidade de angiotensina II para o receptor AT2. Nossos dados estão em concordância com os da literatura que elucidam o potencial terapêutico desse fármaco em cérebros pós-AVC.Hypertension is a risk factor for stroke, which predisposes patients to motor and cognitive impairments. Excessive AT1 receptor activity in the brain is associated with exaggerated sympathetic and hormonal responses caused by stress, vulnerability to cerebrovascular ischemia and cerebral inflammation, processes leading to neuronal injury. Therefore, the use of antihypertensives such as Olmesartan medoxomil (Benicar ®) is shown to be promising in the prevention and treatment of both ischemic and hemorrhagic stroke. Olmesartan belongs to the family of angiotensin receptor blockers (ARBs) and acts as an inverse agonist. It has high selectivity and potency for the AT1 receptor, is well tolerated, with side effect profile similar to placebo and has been shown to be more effective in the treatment of hypertension than other ARBs. Cerebral endothelial cells and astrocytes, constituents of the blood-brain barrier, are rich in AT1 receptor in their membranes and the degree of drug-receptor affinity depends on the pH of the medium. Brain regions affected by inflammation or ischemia may reach a pH of up to 6.2 in the extracellular medium, with normal pH being 7.3. The present work aims at comparing the nature and proportion of intermolecular interactions of the olmesartan-AT1 receptor crystal at pH 6.2 and 7.3, as well as quantifying the binding energies between the amino acids of the receptor and the drug up to a radius of 10Å. The results indicate the main amino acids of the AT1 receptor interacting with OLM, as well as the 105 amino acids present in a 10Å radius that add -588.25kcal/mol at pH 6.2 and -411.12 kcal/mol at pH 7.3. This implies that the interaction energy of the AT1 receptor with OLM at pH6.2 is higher than at pH 7.3. The hypothesis is that the neuroregenerative effects of OLM will be longer at pathological pH, which may be enhanced by the increased availability of angiotensin II to the AT2 receptor. Our data are in agreement with those in the literature that elucidate the therapeutic potential of this drug in post-stroke brains.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASReceptor de AngiotensinaOlmesartanapHMFCCDFTModelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICASUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTModelagemmolecularfármaco_Esmaile_2019.pdf.txtModelagemmolecularfármaco_Esmaile_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain85635https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26702/2/Modelagemmolecularf%c3%a1rmaco_Esmaile_2019.pdf.txt2723e3cd89961aa0008ce1597bd1e57cMD52THUMBNAILModelagemmolecularfármaco_Esmaile_2019.pdf.jpgModelagemmolecularfármaco_Esmaile_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1220https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26702/3/Modelagemmolecularf%c3%a1rmaco_Esmaile_2019.pdf.jpgfce627c8a0ecf851d1710aa892f25abdMD53ORIGINALModelagemmolecularfármaco_Esmaile_2019.pdfapplication/pdf2488922https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26702/1/Modelagemmolecularf%c3%a1rmaco_Esmaile_2019.pdff8b328d8eedfd5adf8da2074744ca1c4MD51123456789/267022019-05-26 03:10:21.225oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/26702Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-05-26T06:10:21Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico
title Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico
spellingShingle Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico
Esmaile, Stephany Campanelli
CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
Receptor de Angiotensina
Olmesartana
pH
MFCC
DFT
title_short Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico
title_full Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico
title_fullStr Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico
title_full_unstemmed Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico
title_sort Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico
author Esmaile, Stephany Campanelli
author_facet Esmaile, Stephany Campanelli
author_role author
dc.contributor.authorID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.advisorID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees1.none.fl_str_mv Blaha, Carlos Alfredo Galindo
dc.contributor.referees1ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees2.none.fl_str_mv Oliveira, Cláudio Bruno Silva de
dc.contributor.referees2ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv Esmaile, Stephany Campanelli
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Oliveira, Jonas Ivan Nobre
contributor_str_mv Oliveira, Jonas Ivan Nobre
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
topic CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
Receptor de Angiotensina
Olmesartana
pH
MFCC
DFT
dc.subject.por.fl_str_mv Receptor de Angiotensina
Olmesartana
pH
MFCC
DFT
description A hipertensão é um fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC), o qual predispõe pacientes à deficiências motoras e cognitivas. A atividade excessiva do receptor AT1 do cérebro está associada às exageradas respostas simpática e hormonal provocadas pelo estresse, vulnerabilidade à isquemia cerebrovascular e inflamação cerebral, processos que levam à lesão neuronal. Sendo assim, o uso de anti-hipertensivos como o Olmesartana medoxomila (Benicar ®) mostra-se promissor na prevenção do AVC seja ele isquêmico ou hemorrágico. Tal fármaco pertence à família dos bloqueadores do receptor de angiotensina (BRAs) e atua como agonista inverso. Possui alta seletividade e potência para o receptor AT1, é bem tolerado, com um perfil de efeito adverso semelhante ao do placebo e tem demonstrado ser mais efetivo no tratamento da hipertensão do que outros BRAs. Células endoteliais cerebrais e astrócitos, constituintes da barreira hematoencefálica, são ricos em receptor AT1 em suas membranas e o grau de afinidade fármaco-receptor depende do pH do meio. Regiões cerebrais acometidas por inflamações ou isquemias podem alcançar um pH de até 6.2 no meio extracelular, sendo o pH normal igual à 7.3. O presente trabalho visa comparar a natureza e proporção de interações intermoleculares do olmesartana com o receptor AT1 em um sistema cristalografado por raio X sob pH 6.2 e 7.3, assim como quantificar as energias de ligação entre os aminoácidos do receptor e o fármaco até um raio de 10Å. Os resultados indicam os principais aminoácidos do receptor AT1 que interagem com OLM, assim como os 105 aminoácidos existentes em um raio de 10Å que somam -588.25kcal/mol em pH 6.2 e -411.12 kcal/mol em pH 7.3. Isso implica que a energia de interação do receptor AT1 com OLM em pH6.2 é maior que em pH 7.3. A hipótese é que os efeitos neuroregenerativos do OLM serão mais prolongados em pH patológico, o que pode ser potencializado pela maior disponibilidade de angiotensina II para o receptor AT2. Nossos dados estão em concordância com os da literatura que elucidam o potencial terapêutico desse fármaco em cérebros pós-AVC.
publishDate 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-03-08T20:20:52Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-03-08T20:20:52Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-02-15
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv ESMAILE, Stephany Campanelli. Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico. 2019. 47f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26702
identifier_str_mv ESMAILE, Stephany Campanelli. Modelagem molecular do fármaco olmesartana acoplado ao receptor de angiotensina AT1 em pH ácido ou fisiológico. 2019. 47f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
url https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26702
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.program.fl_str_mv PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFRN
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRN
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron:UFRN
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron_str UFRN
institution UFRN
reponame_str Repositório Institucional da UFRN
collection Repositório Institucional da UFRN
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26702/2/Modelagemmolecularf%c3%a1rmaco_Esmaile_2019.pdf.txt
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26702/3/Modelagemmolecularf%c3%a1rmaco_Esmaile_2019.pdf.jpg
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26702/1/Modelagemmolecularf%c3%a1rmaco_Esmaile_2019.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 2723e3cd89961aa0008ce1597bd1e57c
fce627c8a0ecf851d1710aa892f25abd
f8b328d8eedfd5adf8da2074744ca1c4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1814832665745948672