Serviço Social, Classe, Gênero e Raça: tendências teórico-metodológicas e as possíveis contribuições da Teoria Unitária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Rayane Noronha
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44654
Resumo: O presente trabalho objetiva analisar as tendências teórico-metodológicas utilizadas nas produções científicas do Serviço Social brasileiro sobre as relações sociais generificadas e racializadas da sociedade capitalista, a partir da ontologia marxista e da crítica da Teoria da Reprodução Social (TRS). Para tanto, compreendemos que o Serviço Social, reconhecido como área de conhecimento, a partir da sua maioridade intelectual visceralmente articulada ao adensamento marxista, a partir da década de 1980, passou a desenvolver pesquisas sobre temáticas diversificadas relacionadas a complexidade da vida social sob a ordem do Capital, hoje sistematizadas pelos Grupos Temáticos de Pesquisas (GTPs) da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). Como reflexo desse movimento, há o crescimento expressivo das tentativas dos/as profissionais em categorizar as relações sociais generificadas e racializadas do capitalismo. Através de amplo e diversificado arcabouço teórico-metodológico, essas análises se fundamentam em matrizes teóricas distintas. Tomamos como exemplos emblemáticos deste avanço as adesões ao feminismo materialista francófono e ao feminismo interseccional como correntes epistemológicas capazes de fornecer ferramentas heurísticas de apreensão da condição das mulheres e das pessoas racializadas no capitalismo, assim como o influxo pós-moderno, que, de forma menos crítica, subsidia análises frequentemente fragmentadas da realidade social. Em adição, objetivamos a) mapear os principais arcabouços teórico-metodológicos desenvolvidos em pesquisas do Serviço Social sobre a relação entre classe, gênero, raça e sexualidade; b) analisar as contribuições e os limites teórico-metodológicos do feminismo materialista francófono, expressamente uma das perspectivas mais utilizadas por pesquisadoras do feminismo na atualidade do Serviço Social e; c) apreender como a relação entre Serviço Social e feminismo-marxista tem sido desenvolvida historicamente no interior da profissão, demarcando as principais determinações que limitam e possibilitam uma análise a partir da totalidade social. Esta pesquisa, alicerçada no método marxista combinado ao ponto de vista decolonial e feminista-marxista da Teoria Unitária, parte do pressuposto de que produção e reprodução social são dimensões de uma unidade dialeticamente indissociável, impactada de forma sistemática pela reconfiguração da sociabilidade capitalista. A TRS ou Teoria Unitária desempenha a tentativa de sintonizar a práxis feminista à teoria marxista a partir da teoria valor-trabalho de Marx, na compreensão do capitalismo enquanto totalidade fundadora do racismo e de um novo patriarcado - nesta pesquisa categorizado como cisheteropatriarcado, por meio de processos sócio históricos constitutivos do sociometabolismo do capital. A pesquisa foi construída metodologicamente a partir de pesquisa bibliográfica-exploratória de caráter quanti-qualitativo e analisou cinquenta (50) artigos científicos publicados entre os anos de 2010 e 2021 na Revista Temporalis. A análise dos dados aponta que os artigos estão situados em três temáticas guarda-chuvas: Mulheres, gênero e feminismos em 64% dos artigos; Raça, etnia e luta antirracista em 22% e; Sexualidade, diversidade sexual e luta LGBT+ em 14%. Os artigos analisados estão classificados em quatro tendências: 1) crítica de cariz marxista; 2) formal-descritiva; 3) críticaeclética-pós-moderna; e 4) indefinida. Localizamos expressivo esforço epistemológico desempenhado pela categoria das/os assistentes sociais em adensar os estudos sobre gênero, raça, etnia e sexualidade a partir da perspectiva crítica, por mais que haja o recurso a diferentes autores/as fundamentados/as em matrizes teóricas diversificadas. Na tentativa de avançarmos continuamente, esta pesquisa considera que a concepção da Teoria Unitária pode oferecer a materialização de uma sintonia mais profunda entre o marxismo e as práxis feminista e antirracista, na perspectiva ontológica de produção de conhecimento, alicerçada no materialismo histórico-dialético, e neste sentido contribuir para o desenvolvimento de um feminismo-marxista ou marxismo-feminista que tenha como primazia o estudo da totalidade social, no qual raça, etnia, gênero e sexualidade sejam compreendidos como totalidades parciais desta totalidade.
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Tese (Doutorado em Serviço Social) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44654O presente trabalho objetiva analisar as tendências teórico-metodológicas utilizadas nas produções científicas do Serviço Social brasileiro sobre as relações sociais generificadas e racializadas da sociedade capitalista, a partir da ontologia marxista e da crítica da Teoria da Reprodução Social (TRS). Para tanto, compreendemos que o Serviço Social, reconhecido como área de conhecimento, a partir da sua maioridade intelectual visceralmente articulada ao adensamento marxista, a partir da década de 1980, passou a desenvolver pesquisas sobre temáticas diversificadas relacionadas a complexidade da vida social sob a ordem do Capital, hoje sistematizadas pelos Grupos Temáticos de Pesquisas (GTPs) da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). Como reflexo desse movimento, há o crescimento expressivo das tentativas dos/as profissionais em categorizar as relações sociais generificadas e racializadas do capitalismo. Através de amplo e diversificado arcabouço teórico-metodológico, essas análises se fundamentam em matrizes teóricas distintas. Tomamos como exemplos emblemáticos deste avanço as adesões ao feminismo materialista francófono e ao feminismo interseccional como correntes epistemológicas capazes de fornecer ferramentas heurísticas de apreensão da condição das mulheres e das pessoas racializadas no capitalismo, assim como o influxo pós-moderno, que, de forma menos crítica, subsidia análises frequentemente fragmentadas da realidade social. Em adição, objetivamos a) mapear os principais arcabouços teórico-metodológicos desenvolvidos em pesquisas do Serviço Social sobre a relação entre classe, gênero, raça e sexualidade; b) analisar as contribuições e os limites teórico-metodológicos do feminismo materialista francófono, expressamente uma das perspectivas mais utilizadas por pesquisadoras do feminismo na atualidade do Serviço Social e; c) apreender como a relação entre Serviço Social e feminismo-marxista tem sido desenvolvida historicamente no interior da profissão, demarcando as principais determinações que limitam e possibilitam uma análise a partir da totalidade social. Esta pesquisa, alicerçada no método marxista combinado ao ponto de vista decolonial e feminista-marxista da Teoria Unitária, parte do pressuposto de que produção e reprodução social são dimensões de uma unidade dialeticamente indissociável, impactada de forma sistemática pela reconfiguração da sociabilidade capitalista. A TRS ou Teoria Unitária desempenha a tentativa de sintonizar a práxis feminista à teoria marxista a partir da teoria valor-trabalho de Marx, na compreensão do capitalismo enquanto totalidade fundadora do racismo e de um novo patriarcado - nesta pesquisa categorizado como cisheteropatriarcado, por meio de processos sócio históricos constitutivos do sociometabolismo do capital. A pesquisa foi construída metodologicamente a partir de pesquisa bibliográfica-exploratória de caráter quanti-qualitativo e analisou cinquenta (50) artigos científicos publicados entre os anos de 2010 e 2021 na Revista Temporalis. A análise dos dados aponta que os artigos estão situados em três temáticas guarda-chuvas: Mulheres, gênero e feminismos em 64% dos artigos; Raça, etnia e luta antirracista em 22% e; Sexualidade, diversidade sexual e luta LGBT+ em 14%. Os artigos analisados estão classificados em quatro tendências: 1) crítica de cariz marxista; 2) formal-descritiva; 3) críticaeclética-pós-moderna; e 4) indefinida. Localizamos expressivo esforço epistemológico desempenhado pela categoria das/os assistentes sociais em adensar os estudos sobre gênero, raça, etnia e sexualidade a partir da perspectiva crítica, por mais que haja o recurso a diferentes autores/as fundamentados/as em matrizes teóricas diversificadas. Na tentativa de avançarmos continuamente, esta pesquisa considera que a concepção da Teoria Unitária pode oferecer a materialização de uma sintonia mais profunda entre o marxismo e as práxis feminista e antirracista, na perspectiva ontológica de produção de conhecimento, alicerçada no materialismo histórico-dialético, e neste sentido contribuir para o desenvolvimento de um feminismo-marxista ou marxismo-feminista que tenha como primazia o estudo da totalidade social, no qual raça, etnia, gênero e sexualidade sejam compreendidos como totalidades parciais desta totalidade.The present work aims to analyze the theoretical-methodological trends used in the scientific productions of the Brazilian Social Work regarding the gendered and racialized social relations of capitalist society, based on Marxist ontology and the critique of Social Reproduction Theory (SRT). To this end, we understand that Social Work, recognized as an area of knowledge from its intellectual maturity viscerally articulated to Marxist thickening from the 1980s, began to develop research on diversified themes related to the complexity of social life under the Capital order, today systematized by the Thematic Research Groups (TRGs) of the Brazilian Association of Teaching and Research in Social Work (ABEPSS, for the Portuguese acronym). As a reflection of this movement, there is an expressive growth in the attempts by professionals to categorize the gendered and racialized social relations of capitalism. Through a broad and diversified theoretical and methodological framework, these analyses are based on different theoretical frameworks. We take as emblematic examples of this advance the adherences to Francophone materialist feminism and intersectional feminism as epistemological currents capable of providing heuristic tools for apprehend the condition of women and racialized people in capitalism, as well as the postmodern influx, which, less critically, subsidizes often fragmented analyses of social reality. In addition, we aim to a) map the main theoreticalmethodological frameworks developed in Social Work research on the relationship between class, gender, race and sexuality; b) analyze the contributions and theoretical-methodological limits of the Francophone materialist feminism, expressly one of the most used perspectives by researchers of feminism nowadays in Social Work and; c) apprehend how the relationship between Social Work and Marxist-feminism has been historically developed within the profession, demarcating the main determinations that limit and enable an analysis based on the social totality. This research, based on the Marxist method combined with the decolonial and Marxist-feminist point of view of the Unitary Theory, assumes that social production and reproduction are dimensions of a dialectically inseparable unit, systematically impacted by the reconfiguration of capitalist sociability. The SRT or Unitary Theory attempts to tune feminist praxis to Marxist theory based on Marx's value-work theory, in the understanding of capitalism as the founding totality of racism and a new patriarchy - in this research categorized as cisheteropatriarchy, through socio-historical processes constituting the social metabolism of capital. The research was methodologically constructed from bibliographic-exploratory research of a quantitative-qualitative nature and analyzed fifty (50) scientific articles published between 2010 and 2021 in the Temporalis Magazine. Data analysis indicates that the articles are located in three umbrella themes: Women, gender and feminisms in 64% of the articles; Race, ethnicity and anti-racist struggle in 22% and; Sexuality, sexual diversity and LGBT+ struggle in 14%. The articles analyzed are classified into four trends: 1) Marxist criticism; 2) formal-descriptive; 3) eclectic-postmodern criticism; and 4) undefined. We found an expressive epistemological effort made by the category of social assistants in deepening studies on gender, race, ethnicity and sexuality from a critical perspective, despite the use of different authors based on diversified theoretical frameworks. In an attempt to continually advance, this research considers that the conception of Unitary Theory can offer the materialization of a deeper harmony between Marxism and feminist and anti-racist praxis, in the ontological perspective of knowledge production, based on historical-dialectical materialism and, in this sense, contribute to the development of a Marxist-feminism that has as its primacy the study of the social totality, in which race, ethnicity, gender and sexuality are understood as partial totalities of this totality.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIALUFRNBrasilServiço SocialGêneroClasseRaçaSexualidadeTeoria da reprodução socialServiço Social, Classe, Gênero e Raça: tendências teórico-metodológicas e as possíveis contribuições da Teoria Unitáriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALServicoSocialClasse_Oliveira_2021.pdfapplication/pdf2122534https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/44654/1/ServicoSocialClasse_Oliveira_2021.pdf329a2a45ec033ee4354733f90f41a4b6MD51123456789/446542022-05-02 13:00:52.642oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/44654Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-02T16:00:52Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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