A transformação da configuração espacial do Rio de Janeiro desde sua fundação até sua fase industrial: implicações socioeconômicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Azevedo, Luiz Vinícius de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49502
Resumo: Pensar as problemáticas em torno do espaço geográfico, seus fluxos e configurações implicam num esforço para compreensão da dinâmica presente na estrutura social, abrangendo questões de diferentes instâncias. A presente dissertação tem como objetivo a caracterização do processo de transformação espacial do Rio de Janeiro, sobretudo de sua capital, desde seu processo de formação até seu período industrial. Na análise deste objeto, realiza-se um levantamento em torno do conceito de espaço presente nos debates de teoria econômica, visando ampliar as lentes analíticas para discussões que se aproximem da totalidade das relações sociais, imbricadas por controvérsias, disputas e grupos sociais de interesses diversos, que sobrepõem ao espaço toda a sua complexidade. Nesse sentido, o estudo se sustenta na visão metodológica de Milton Santos (2020), onde o espaço adquire caráter estrutural e sistêmico, uma vez que abrange objetos geográficos (naturais e artificiais) distribuídos sobre o território, formando a configuração espacial. Parte-se dos conceitos e relacionamentos entre processos, função e forma. Observa-se que a formação do espaço urbano fluminense esteve inserida dentro da lógica mercantilista, na qual questões relacionadas à logística de transporte e rotas comerciais, sobretudo marítimas, interferiram na localidade e no padrão de ocupação do território, mas condicionadas por processos característicos da fase de acumulação de capital, na qual a formação do capitalismo nas economias centrais demandou, onde processo de circulação apresentava maior importância, evidenciando implicações sociais - de classe e raça -, políticas, econômicas e ideológicaculturais para que a dinâmica espacial se consolide, materializando uma cidade agráriomercantil. Quando o padrão de acumulação de capital se modifica, consolida-se um novo padrão de configuração espacial, no qual evidenciou relações sociais de subordinação, construídas no período colonial, e garantiu as condições para a reprodução do capital industrial, permitindo que as fábricas assumissem papel ativo na coordenação da espacialidade carioca. Ademais, as ações estatais caracterizam todo o período analisado, seja como agente principal da reorganização espacial, seja no sentido de dar suporte para o capital, ao regular o relacionamento entre capital e trabalho, os melhoramentos de infraestrutura urbana e a distribuição dos rendimentos na economia. Tais elementos evidenciaram as controvérsias das relações sociais, que se delinearam o âmbito do mercado de trabalho, condições de moradia e as condições de sociabilidade de grupos sociais, de modo a se expressarem espacialmente, seja através dos quilombos, seja através das favelas. Em suma, conclui-se que os relacionamentos entre os elementos espaciais consolidaram um padrão urbano que estigmatizou, marginalizou e subordinou grupos sociais, produzindo problemáticas existentes em torno das favelas.
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A presente dissertação tem como objetivo a caracterização do processo de transformação espacial do Rio de Janeiro, sobretudo de sua capital, desde seu processo de formação até seu período industrial. Na análise deste objeto, realiza-se um levantamento em torno do conceito de espaço presente nos debates de teoria econômica, visando ampliar as lentes analíticas para discussões que se aproximem da totalidade das relações sociais, imbricadas por controvérsias, disputas e grupos sociais de interesses diversos, que sobrepõem ao espaço toda a sua complexidade. Nesse sentido, o estudo se sustenta na visão metodológica de Milton Santos (2020), onde o espaço adquire caráter estrutural e sistêmico, uma vez que abrange objetos geográficos (naturais e artificiais) distribuídos sobre o território, formando a configuração espacial. Parte-se dos conceitos e relacionamentos entre processos, função e forma. Observa-se que a formação do espaço urbano fluminense esteve inserida dentro da lógica mercantilista, na qual questões relacionadas à logística de transporte e rotas comerciais, sobretudo marítimas, interferiram na localidade e no padrão de ocupação do território, mas condicionadas por processos característicos da fase de acumulação de capital, na qual a formação do capitalismo nas economias centrais demandou, onde processo de circulação apresentava maior importância, evidenciando implicações sociais - de classe e raça -, políticas, econômicas e ideológicaculturais para que a dinâmica espacial se consolide, materializando uma cidade agráriomercantil. Quando o padrão de acumulação de capital se modifica, consolida-se um novo padrão de configuração espacial, no qual evidenciou relações sociais de subordinação, construídas no período colonial, e garantiu as condições para a reprodução do capital industrial, permitindo que as fábricas assumissem papel ativo na coordenação da espacialidade carioca. Ademais, as ações estatais caracterizam todo o período analisado, seja como agente principal da reorganização espacial, seja no sentido de dar suporte para o capital, ao regular o relacionamento entre capital e trabalho, os melhoramentos de infraestrutura urbana e a distribuição dos rendimentos na economia. Tais elementos evidenciaram as controvérsias das relações sociais, que se delinearam o âmbito do mercado de trabalho, condições de moradia e as condições de sociabilidade de grupos sociais, de modo a se expressarem espacialmente, seja através dos quilombos, seja através das favelas. Em suma, conclui-se que os relacionamentos entre os elementos espaciais consolidaram um padrão urbano que estigmatizou, marginalizou e subordinou grupos sociais, produzindo problemáticas existentes em torno das favelas.Thinking about the issues surrounding the geographic space, its flows and configurations imply an effort to understand the dynamics present in the social structure, covering issues of different specifications. This dissertation aims to characterize the process of spatial transformation in Rio de Janeiro, especially in its capital, from its formation process to its industrial period. In the analysis of this object, a survey is carried out on the concept of space present in debates on economic theory, broadening the analytical lens to approach the totality of social relations, imbricated by controversies, disputes and social groups of various, which overlap. to space all its complexity. In this sense, the study is based on the methodological view of Milton Santos (2020), where space acquires a structural and systemic character, as it encompasses geographic objects (natural and artificial) distributed over the territory, forming a spatial configuration. It starts with the concepts and services between processes, function and form. It is observed that the formation of the urban space in Rio de Janeiro was inserted within the mercantile logic, in which issues related to transport logistics and trade routes, especially maritime, interfered with the location and not the pattern of occupation of the territory, but conditioned by characteristic processes of the phase. of capital accumulation, in which the formation of capitalism in economies demanded, where the process of circulation had greater importance, showing social - of class and race -, political, defense and ideological-cultural so that the spatial dynamic is consolidated, materializing a agrarian-mercantile city. When the pattern of capital accumulation changes, a new pattern of spatial configuration is consolidated, in which social relations of subordination, built in the colonial period, were established and guaranteed the conditions for the reproduction of industrial capital, allowing factories to assume a role active in coordinating the spatiality of Rio de Janeiro. Furthermore, state actions characterize the entire period analyzed, either as the main agent of spatial reorganization, or in the sense of supporting capital, by regulating the relationship between capital and labor, urban infrastructure improvements and the distribution of income in the economy. These elements highlighted the controversies of social relations, which outlined the scope of the labor market, housing conditions and the conditions of sociability of social groups, in order to express themselves spatially, either through quilombos or through favelas. In short, it is concluded that the relationships between the spatial elements consolidated an urban pattern that stigmatized, marginalized and subordinated social groups, producing existing problems around the favelas.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIAConfiguração espacial - Rio de JaneiroEspaço urbanoFormação econômicaCapital mercantilCapital industrialA transformação da configuração espacial do Rio de Janeiro desde sua fundação até sua fase industrial: implicações socioeconômicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALTransformacaoconfiguracaoespacial_Azevedo_2021.pdfapplication/pdf1497491https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/49502/1/Transformacaoconfiguracaoespacial_Azevedo_2021.pdfe8112431c2a5307f2e46dde943929a8dMD51123456789/495022022-10-06 18:25:08.889oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/49502Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-10-06T21:25:08Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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