O uso do território e o sistema técnico eólio-energético: coexistências, conflitos e solidariedades com os assentamentos rurais de reforma agrária no Rio Grande do Norte
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25677 |
Resumo: | Até o século XVIII havia um traço em comum a todo o Mundo, a ausência de energia elétrica. Com o advento desta nova técnica a maneira como o ser humano passou a viver na Terra muda completamente e foi necessário criar uma série de estratégias para manter a estabilidade da relação entre oferta e demanda. Com os primeiros sinais de esgotamento das fontes tradicionais de energia o mundo, começou-se a discutir a necessidade de se encontrar novas fontes de energia que fossem do tipo “renovável”. Logo se deu origem a uma divisão territorial do trabalho em uma clara relação entre potencialidades oferecidas pelo meio ecológico e a disponibilidade de técnicas para aproveitamento. O Brasil, com enorme potencial hidrelétrico vem investindo maciçamente nesta fonte de energia desde a década de 30 do século passado, e desde o início do século XXI a fonte eólica tem crescido exponencialmente. No Rio Grande do Norte esta forma de produzir energia elétrica tem avançado de maneira significativa, e atualmente o estado produz 3.4Gw o equivalente a 27% da produção eólica nacional. Diante disso, este trabalho tem como objetivo compreender as solidariedades e conflitos decorrentes da coexistência entre a atividade eólica e os assentamentos rurais de reforma agrária em terras potiguares. Alguns questionamentos específicos também serão respondidos evidenciando a relação entre a modernidade e demanda energética; a formação do Sistema Interligado Nacional (SIN); a situação do Rio Grande do Norte diante do SIN-Brasil, de estado consumidor a autossuficiente; e finalmente a distribuição espacial dos parques eólicos pelo estado e suas repercussões nos assentamentos de reforma agrária. Para o trato da questão utilizou-se de levantamento bibliográfico, entrevistas guiadas, visita a 45 (quarenta e cinco) localidades pelo estado, previamente selecionadas, com registro fotográfico das mais diversas conjunturas. Os relatos obtidos em campo e descritos neste trabalho revelam as frustrações das comunidades no entorno dos parques eólicos, as promessas não cumpridas, a perda do direito ao entorno, o cerceamento ao deslocamento, mas também os benefícios gerados em cada lugar, através do desenvolvimento de vários projetos e ações no meio rural potiguar. Cabe, sobretudo, afirmar que se trata de empreendimentos envoltos em uma complexa rede de articulações entre setor privado e setor político, discurso arrojado e persuasivo, onde os moradores locais possuem limitados poderes de decisão. Ainda sim, a atividade se apresenta como fundamental ao desenvolvimento do Rio Grande do Norte através da autossuficiência energética. |
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Com os primeiros sinais de esgotamento das fontes tradicionais de energia o mundo, começou-se a discutir a necessidade de se encontrar novas fontes de energia que fossem do tipo “renovável”. Logo se deu origem a uma divisão territorial do trabalho em uma clara relação entre potencialidades oferecidas pelo meio ecológico e a disponibilidade de técnicas para aproveitamento. O Brasil, com enorme potencial hidrelétrico vem investindo maciçamente nesta fonte de energia desde a década de 30 do século passado, e desde o início do século XXI a fonte eólica tem crescido exponencialmente. No Rio Grande do Norte esta forma de produzir energia elétrica tem avançado de maneira significativa, e atualmente o estado produz 3.4Gw o equivalente a 27% da produção eólica nacional. Diante disso, este trabalho tem como objetivo compreender as solidariedades e conflitos decorrentes da coexistência entre a atividade eólica e os assentamentos rurais de reforma agrária em terras potiguares. Alguns questionamentos específicos também serão respondidos evidenciando a relação entre a modernidade e demanda energética; a formação do Sistema Interligado Nacional (SIN); a situação do Rio Grande do Norte diante do SIN-Brasil, de estado consumidor a autossuficiente; e finalmente a distribuição espacial dos parques eólicos pelo estado e suas repercussões nos assentamentos de reforma agrária. Para o trato da questão utilizou-se de levantamento bibliográfico, entrevistas guiadas, visita a 45 (quarenta e cinco) localidades pelo estado, previamente selecionadas, com registro fotográfico das mais diversas conjunturas. Os relatos obtidos em campo e descritos neste trabalho revelam as frustrações das comunidades no entorno dos parques eólicos, as promessas não cumpridas, a perda do direito ao entorno, o cerceamento ao deslocamento, mas também os benefícios gerados em cada lugar, através do desenvolvimento de vários projetos e ações no meio rural potiguar. Cabe, sobretudo, afirmar que se trata de empreendimentos envoltos em uma complexa rede de articulações entre setor privado e setor político, discurso arrojado e persuasivo, onde os moradores locais possuem limitados poderes de decisão. Ainda sim, a atividade se apresenta como fundamental ao desenvolvimento do Rio Grande do Norte através da autossuficiência energética.Until 18th century, there was a common trait to all World: absence of electrical energy. With the advent of this new technique, the way human beings lived changed completely, requiring the creation of a set of strategies to keep stability of supply and demand. Upon the first signs of exhaustion of traditional energy sources in the world, debates about the need for “renewable” energy sources emerged. Soon arose a territorial split of work, presenting a clear relationship between potentialities offered by the ecological environment and availability of techniques to use them. Brazil, with huge hydroelectric potential, has been investing massively in this power source since the 30s of past century. And, since the beginning of 21st century, wind energy investment has grown exponentially. In the State of Rio Grande do Norte, electricity generation by wind power has advanced significantly and, nowadays, the state produces 3.4Gw, adding up to 27% of nacional eolic production. Therefore, this study intends to understand solidarities and conflicts arising from the coexistence of wind power activities and land reformation rural settlements in potiguar lands. Some specific questions will also be addressed, highlighting: the relationship between modernity and power demand; the formation of Sistema Interligado Nacional (SIN); Rio Grande do Norte’s situation within SIN-Brasil, from consumer to self-sufficient state; the spatial distribution of wind power plants across the state and it’s consequences in land reformation settlements. To address these questions, methodologies included bibliographic surveys, guided interviews, visitation to 45 (forty five) pre-selected locations across the state, including photographic register of a wide range of arrangements. Field reports described in this study reveal frustration of communities surounding the power plants, broken promises, loss of the right to the suroundings, repression of movement, but also benefits in each place through the development of multiple projects and actions in rural potiguar environment. It’s mandatory to state that these are enterprises involved in a complex articulation network between the private and political sectors, with a sleek and persuasive speech, where local population bear restricted deciding power. Yet, this activity is presented as a keystone to Rio Grande do Norte’s development through energetic self-sufficiency.porCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIAUso do territórioEnergia eólicaAssentamentos ruraisRio Grande do NorteO uso do território e o sistema técnico eólio-energético: coexistências, conflitos e solidariedades com os assentamentos rurais de reforma agrária no Rio Grande do Norteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.txtLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain459271https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25677/2/LuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.txt8f9192c78a48f0bb4bcf3eb5e62aafa6MD52THUMBNAILLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.jpgLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2993https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25677/3/LuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.jpg95579e7acab3eafcbdb463a26385a2a2MD53TEXTLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.txtLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain459271https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25677/2/LuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.txt8f9192c78a48f0bb4bcf3eb5e62aafa6MD52THUMBNAILLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.jpgLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2993https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25677/3/LuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdf.jpg95579e7acab3eafcbdb463a26385a2a2MD53ORIGINALLuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdfapplication/pdf6927577https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25677/1/LuisFelipeFernandesBarros_DISSERT.pdfe9d7296f2776b5749beaba56572d2b8bMD51123456789/256772019-01-30 10:21:46.645oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/25677Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-01-30T13:21:46Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Até o século XVIII havia um traço em comum a todo o Mundo, a ausência de energia elétrica. Com o advento desta nova técnica a maneira como o ser humano passou a viver na Terra muda completamente e foi necessário criar uma série de estratégias para manter a estabilidade da relação entre oferta e demanda. Com os primeiros sinais de esgotamento das fontes tradicionais de energia o mundo, começou-se a discutir a necessidade de se encontrar novas fontes de energia que fossem do tipo “renovável”. Logo se deu origem a uma divisão territorial do trabalho em uma clara relação entre potencialidades oferecidas pelo meio ecológico e a disponibilidade de técnicas para aproveitamento. O Brasil, com enorme potencial hidrelétrico vem investindo maciçamente nesta fonte de energia desde a década de 30 do século passado, e desde o início do século XXI a fonte eólica tem crescido exponencialmente. No Rio Grande do Norte esta forma de produzir energia elétrica tem avançado de maneira significativa, e atualmente o estado produz 3.4Gw o equivalente a 27% da produção eólica nacional. Diante disso, este trabalho tem como objetivo compreender as solidariedades e conflitos decorrentes da coexistência entre a atividade eólica e os assentamentos rurais de reforma agrária em terras potiguares. Alguns questionamentos específicos também serão respondidos evidenciando a relação entre a modernidade e demanda energética; a formação do Sistema Interligado Nacional (SIN); a situação do Rio Grande do Norte diante do SIN-Brasil, de estado consumidor a autossuficiente; e finalmente a distribuição espacial dos parques eólicos pelo estado e suas repercussões nos assentamentos de reforma agrária. Para o trato da questão utilizou-se de levantamento bibliográfico, entrevistas guiadas, visita a 45 (quarenta e cinco) localidades pelo estado, previamente selecionadas, com registro fotográfico das mais diversas conjunturas. Os relatos obtidos em campo e descritos neste trabalho revelam as frustrações das comunidades no entorno dos parques eólicos, as promessas não cumpridas, a perda do direito ao entorno, o cerceamento ao deslocamento, mas também os benefícios gerados em cada lugar, através do desenvolvimento de vários projetos e ações no meio rural potiguar. Cabe, sobretudo, afirmar que se trata de empreendimentos envoltos em uma complexa rede de articulações entre setor privado e setor político, discurso arrojado e persuasivo, onde os moradores locais possuem limitados poderes de decisão. Ainda sim, a atividade se apresenta como fundamental ao desenvolvimento do Rio Grande do Norte através da autossuficiência energética. |
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