Susceptibilidade bacteriana da microbiota entérica de pacientes oncológicos frente a ciprofloxacina e ceftriaxona

• Autor(a) principal: Coutinho, Joanny Rayane da Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52688
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Microbiota intestinal; Câncer; Resistência; Tratamento quimioterápico; Bactérias oportunistas

A microbiota intestinal pode sofrer alterações devido aos danos causados pelo tratamento quimioterápico, facilitando a disseminação de microrganismos oportunistas multirresistentes a antimicrobianos durante o tratamento de pacientes oncológicos. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a susceptibilidade de isolados bacterianos obtidos de fezes de pacientes oncológicos atendidos em um Centro de Referência no estado do Rio Grande do Norte frente aos antibacterianos ciprofloxacina e ceftriaxona. Para isso, todos os participantes da pesquisa responderam um questionário sobre as condições socioeconômicas, hábitos alimentares e de higiene e uso de antibióticos e as amostras de fezes obtidas foram semeadas nos meios Ágar Nutriente (AN), Ágar Macconkey (MC) e Ágar Salmonella-Shigella (SS) e realizado a CIM e a CBM dos antimicrobianos ciprofloxacina e ceftriaxona considerando as concentrações de 0,06μg/mL à 128μg/mL. Os dados coletados foram analisados usando teste qui-quadrado, ANOVA e teste de Newman-Keusl. A maioria dos pacientes se declararam brancos (60%) do sexo feminino (93%), moradores da zona urbana (93%), possuíam ensino médio completo (30%) e a maioria (50%) fez uso do antibiótico amoxicilina antes do início do estudo. A faixa etária mais frequente observada foi entre 46 a 65 anos (53,3%) e 83,3% dos pacientes apresentaram câncer de mama. Em relação ao estágio de câncer, 30% apresentaram câncer em estágio III da doença e 33,3% não soube informar, havendo maior incidência sintomatológica de vômito (88,7%), seguido de diarreia (66,7%) e náusea (50%). Considerando a CIM, o fármaco ciprofloxacina apresentou atividade inibitória em 90% dos isolados na concentração de 8 μg/mL (CIM90) e 50% de inibição na concentração de 2 μg/mL (CIM50) . Em relação à ceftriaxona, as amostras bacterianas demonstraram a CIM com atividade inibitória de 100% dos isolados na concentração de 4 μg/mL (CIM90) e 70,4% de inibição nas concentrações de 2 μg/mL e 0,5 μg/mL (CIM50). No grupo controle a CIM teve inibição 98% no fármaco ciprofloxacina e 100% no fármaco ceftriaxona (CIM90), comprovando a alteração da CIM das amostras bacterianas fecais dos pacientes oncológicos. Conclui-se que os isolados bacterianos obtidos de pacientes oncológicos submetidos a tratamento quimioterápicos apresentaram um percentual mais elevado de resistência aos antimicrobianos testados quando comparado ao grupo de indivíduos controles.