A mãe que entrega um filho em adoção: desvelando dores, preconceitos e possibilidades de ressignificações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Laura Cristina Santos Damásio de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21860
Resumo: A experiência de mulheres que entregaram o filho recém-nascido em adoção é tema permeado por preconcepções sobre essas genitoras, estigmatizadas como desalmadas. O abandono infantil sempre esteve presente na sociedade. Porém, com mudança na concepção de família e infância, a partir do século XV, esse ato tornou-se condenável. Com a construção da categoria Mulher, ao longo da História, e do Mito do Amor Materno, instaurou-se que o amor ao filho é natural às mulheres, e que a estas cabe o cuidado ao lar e à prole. Tal ideal feminino de maternidade perdura até hoje. Este estudo teve como objetivo compreender a vivência das mulheres que entregam seu filho em adoção, buscando subsídios ao acolhimento dirigido a elas. Realizou-se uma pesquisa qualitativa com 3 mulheres que entregaram o filho junto à VIJ de Natal/RN. O estudo foi ancorado na Hermenêutica Gadameriana, e teve como instrumentos a Entrevista Narrativa com uso de cenas. Nos diálogos com as narrativas chegamos aos seguintes capítulos: 1) Ser Mulher E Ser Mãe: É Padecer No Paraíso?, no qual dialogamos inicialmente com a construção do feminino e as concepções de ser mulher e ser mãe de nossas colaboradoras. Em seguida apresentamos dois eixos temáticos: Ser mulher: entre a perdição e a honra e Ser mãe é tudo de bom. No primeiro, as colaboradoras evidenciaram que ser mulher é não se perder, que implica em ser honrada, sendo do lar, e, se estiver na rua, a honra seria exercendo atividades laborais dignas. Sobre ser mãe é tudo de bom, elas narram que a boa não maltrata os filhos e se cuida. 2) O Antes Da Entrega: A Decisão. Este trata brevemente da história da infância e do abandono infantil, relacionando com as motivações de nossas colaboradoras para a entrega, as dificuldades para criar (financeiras, falta do apoio familiar e do genitor, o uso de drogas), além da possibilidade de ofertar um futuro melhor ao filho; 3) A Entrega e Seu Depois. Neste identificamos a distinção que as mães fazem entre abandono e entrega; a esperança que possuem de reencontrar o filho no futuro; o conforto que encontraram em outros filhos; o medo das condenações; as dores que carregam pela entrega, e a invisibilidade destas promovendo o luto prolongado e não autorizado. Espera-se que esse estudo possa trazer luz ao tema, possibilitando reflexões aos estereótipos em torno delas e possíveis ressignificações, contribuindo para qualidade da assistência às mães nas instituições que a atendem, tornando-se relevante para tais profissionais e para ampliação do saber em Psicologia.
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Porém, com mudança na concepção de família e infância, a partir do século XV, esse ato tornou-se condenável. Com a construção da categoria Mulher, ao longo da História, e do Mito do Amor Materno, instaurou-se que o amor ao filho é natural às mulheres, e que a estas cabe o cuidado ao lar e à prole. Tal ideal feminino de maternidade perdura até hoje. Este estudo teve como objetivo compreender a vivência das mulheres que entregam seu filho em adoção, buscando subsídios ao acolhimento dirigido a elas. Realizou-se uma pesquisa qualitativa com 3 mulheres que entregaram o filho junto à VIJ de Natal/RN. O estudo foi ancorado na Hermenêutica Gadameriana, e teve como instrumentos a Entrevista Narrativa com uso de cenas. Nos diálogos com as narrativas chegamos aos seguintes capítulos: 1) Ser Mulher E Ser Mãe: É Padecer No Paraíso?, no qual dialogamos inicialmente com a construção do feminino e as concepções de ser mulher e ser mãe de nossas colaboradoras. Em seguida apresentamos dois eixos temáticos: Ser mulher: entre a perdição e a honra e Ser mãe é tudo de bom. No primeiro, as colaboradoras evidenciaram que ser mulher é não se perder, que implica em ser honrada, sendo do lar, e, se estiver na rua, a honra seria exercendo atividades laborais dignas. Sobre ser mãe é tudo de bom, elas narram que a boa não maltrata os filhos e se cuida. 2) O Antes Da Entrega: A Decisão. Este trata brevemente da história da infância e do abandono infantil, relacionando com as motivações de nossas colaboradoras para a entrega, as dificuldades para criar (financeiras, falta do apoio familiar e do genitor, o uso de drogas), além da possibilidade de ofertar um futuro melhor ao filho; 3) A Entrega e Seu Depois. Neste identificamos a distinção que as mães fazem entre abandono e entrega; a esperança que possuem de reencontrar o filho no futuro; o conforto que encontraram em outros filhos; o medo das condenações; as dores que carregam pela entrega, e a invisibilidade destas promovendo o luto prolongado e não autorizado. Espera-se que esse estudo possa trazer luz ao tema, possibilitando reflexões aos estereótipos em torno delas e possíveis ressignificações, contribuindo para qualidade da assistência às mães nas instituições que a atendem, tornando-se relevante para tais profissionais e para ampliação do saber em Psicologia.The experience of women who delivered the newborn child in adoption is a theme permeated with preconceptions about these progenitors, stigmatized as soulless. Child abandonment has always been present in society. But as the concept of family and childhood changed, in the fifteenth century, this act became reprehensible. With the construction of the category Women, throughout history, and the Myth of Mother Love, it has been established that the love to the child is natural to women, and that they must care of home and children. This feminine ideal related to motherhood exists until today. This study aimed to understand the experience of women who give their child in adoption, seeking aids to the refuge directed to them. A qualitative research was conducted, with 3 women who delivered the child by a legal institution of Natal/RN. The study was anchored on Gadamerian Hermeneutics, and the instruments were Narrative Interviews with the use of scenes. In dialogues with the narrative, we reached the following theoretical chapters: 1) Being Woman and Being Mother: is to suffer in paradise?, we dialogue with the construction of the feminine and the conceptions of being a woman and being a mother to our collaborators and then we presented two themes: Being woman: between perdition and honor, and Being a mother is good. In the first the collaborators showed that being a woman is not to be lost, that implies being honored, and, in case you are on the street, the honor would be by exercising labor activities. About being a mother, they narrate that the good ones does not mistreat the children and cares about themselves; 2) Before The Delivery: Decision brings the history of childhood and child abandonment, relating to the motivations of our collaborators to deliver; their difficulties to create (financial difficulties, lack of family support and parent, drug abuse), and the possibility to offer a better future to the child; 3) Delivery and Its After we identified the distinction that the mothers make between abandonment and delivery, the hope they have to meet the child in the future, the comfort they found in other children, the fear of convictions, the pains in the delivery, and the invisibility of these pains and how they promote prolonged and unauthorized grief. It is hoped that this study will shed light on this issue, enabling reflections about the stereotypes around them and possible reinterpretation, contributing to quality of care to mothers in the institutions that serve them, making it relevant to such professionals and expansion of knowledge in psychology.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAAdoçãoMaternidadeEntregaAbandonoLutoA mãe que entrega um filho em adoção: desvelando dores, preconceitos e possibilidades de ressignificaçõesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALLauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdfLauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdfapplication/pdf2870101https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21860/1/LauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdfd5f4b8457768faeb7c1a020457425410MD51TEXTLauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdf.txtLauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain324745https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21860/4/LauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdf.txt57b42cfcaea5ea678a63a236cf7e4537MD54THUMBNAILLauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdf.jpgLauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg6771https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21860/5/LauraCristinaSantosDamasioDeOliveira_DISSERT.pdf.jpg7f8a0fb5b4d6c707e2de9cc4d677f175MD55123456789/218602017-11-03 04:20:29.694oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/21860Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-03T07:20:29Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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