Os acampamentos da campanha “De pé no chão também se aprende a ler” e as relações dialógicas com a comunidade local

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pranto, Aliny Dayany Pereira de Medeiros
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26789
Resumo: Este trabalho analisa as relações dialógicas ocorridas entre as comunidades locais dos bairros das Rocas e Quintas e os acampamentos escolares da Campanha “De pé no chão também se aprende a ler”, em Natal, Rio Grande do Norte. Seu recorte temporal vai de 1960, com o início da campanha eleitoral que elegeria Djalma Maranhão enquanto prefeito de Natal, e se encerra em 1964, com o golpe militar consolidado em abril daquele ano. A Campanha “De pé no chão também se aprende a ler” foi uma iniciativa da Prefeitura do Natal, visando à erradicação do analfabetismo na capital potiguar. Tal proposta teve oito fases, iniciando com escolinhas isoladas e sendo ampliada com a construção de acampamentos escolares cobertos de palha de coqueiro. Também foram acrescidos à Campanha, a formação de professores, as bibliotecas volantes e fixas, além de diversas ações que visavam à promoção da cultura popular. Para a realização desta pesquisa, fizemos uso do cruzamento de fontes, proposta organizada por Paul Thompson (2002), que consiste em cruzar informações presentes em narrativas orais com outras fontes, tanto orais quanto escritas, iconográficas, midiáticas, dentre outras. Nossas principais fontes foram as narrativas orais, coletadas por nós e por outros pesquisadores, ou núcleos de pesquisa. Além destas, utilizamos documentos publicados em livros de Moacyr de Góes, secretário de educação de Natal durante a Campanha, notícias de jornais que circulavam pela capital à época, fotografias da Campanha, pinturas, quadros e tabelas publicados por outros autores e informações estatísticas, transformadas por nós em representações gráficas. Para nos auxiliar a pensar a História da Educação do Rio Grande do Norte, a História Oral e o uso das memórias enquanto fontes históricas, foram indispensáveis autores como: Jacques Le Goff (2013); Jim Sharpe (2011); Paul Ricoeur (2007); Alessandro Portelli (2016); Edward Palmer Thompson (2012, 1998); José Sebe Bom Meihy (2017, 2005); Walter Benjamin (1996); Paulo Freire (2013, 2006); dentre outros. Ao concluir este trabalho percebemos que o êxito da Campanha “De pé no chão também se aprende a ler” esteve ligado diretamente à busca pela construção de relações dialógicas com a comunidade, promovidas através de iniciativas como a valorização da cultura popular, o trabalho das professoras leigas dos próprios bairros e a construção de práticas educativas que consideravam a realidade dos locais em que foram erguidos os acampamentos e demais organizações escolares da Campanha.
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Seu recorte temporal vai de 1960, com o início da campanha eleitoral que elegeria Djalma Maranhão enquanto prefeito de Natal, e se encerra em 1964, com o golpe militar consolidado em abril daquele ano. A Campanha “De pé no chão também se aprende a ler” foi uma iniciativa da Prefeitura do Natal, visando à erradicação do analfabetismo na capital potiguar. Tal proposta teve oito fases, iniciando com escolinhas isoladas e sendo ampliada com a construção de acampamentos escolares cobertos de palha de coqueiro. Também foram acrescidos à Campanha, a formação de professores, as bibliotecas volantes e fixas, além de diversas ações que visavam à promoção da cultura popular. Para a realização desta pesquisa, fizemos uso do cruzamento de fontes, proposta organizada por Paul Thompson (2002), que consiste em cruzar informações presentes em narrativas orais com outras fontes, tanto orais quanto escritas, iconográficas, midiáticas, dentre outras. Nossas principais fontes foram as narrativas orais, coletadas por nós e por outros pesquisadores, ou núcleos de pesquisa. Além destas, utilizamos documentos publicados em livros de Moacyr de Góes, secretário de educação de Natal durante a Campanha, notícias de jornais que circulavam pela capital à época, fotografias da Campanha, pinturas, quadros e tabelas publicados por outros autores e informações estatísticas, transformadas por nós em representações gráficas. Para nos auxiliar a pensar a História da Educação do Rio Grande do Norte, a História Oral e o uso das memórias enquanto fontes históricas, foram indispensáveis autores como: Jacques Le Goff (2013); Jim Sharpe (2011); Paul Ricoeur (2007); Alessandro Portelli (2016); Edward Palmer Thompson (2012, 1998); José Sebe Bom Meihy (2017, 2005); Walter Benjamin (1996); Paulo Freire (2013, 2006); dentre outros. Ao concluir este trabalho percebemos que o êxito da Campanha “De pé no chão também se aprende a ler” esteve ligado diretamente à busca pela construção de relações dialógicas com a comunidade, promovidas através de iniciativas como a valorização da cultura popular, o trabalho das professoras leigas dos próprios bairros e a construção de práticas educativas que consideravam a realidade dos locais em que foram erguidos os acampamentos e demais organizações escolares da Campanha.This paper analyzes the dialogical relations that took place between the local communities of the neighborhoods of Rocas and Quintas and the school camps of the Campaign "De pé no chão também se aprende a ler" in Natal, Rio Grande do Norte. Its temporal cut goes of 1960, with the beginning of the electoral campaign that would elect Djalma Maranhão as mayor of Natal, and ends in 1964, with the consolidated military coup in April of that year. The campaign " De pé no chão também se aprende a ler " was an initiative of the Municipality of Natal aiming at eradicating illiteracy in the capital of Potiguar. This proposal had eight phases, starting with isolated schools and being expanded with the construction of school camps covered with coconut straw. Also included in the campaign were teacher training, flying and fixed libraries, as well as various actions aimed at promoting popular culture. In order to carry out this paper, we made use of the cross-sourcing, a proposal organized by Paul Thompson (2002), which consists of crossing information present in oral narratives with other sources, both oral, written, iconographic, media, among others. Our main sources were the oral narratives, collected by us and by other researchers, or nuclei of research. In addition to these, we used documents published in books by Moacyr de Góes, secretary of education for Natal during the Campaign, newspaper reports circulating in the capital at the time, photographs of the Campaign, paintings, tables and tables published by other authors and statistical information, transformed by us in graphic representations. In order to help us think about the History of Education in Rio Grande do Norte, Oral History and the use of memories as historical sources, authors such as Jacques Le Goff (2013), Jim Sharpe (2011), Paul Ricoeur (2007) , Alessandro Portelli (2016), Edward Palmer Thompson (2012, 1998), José Sebe Bom Meihy (2017, 2005), Walter Benjamin (1996), Paulo Freire (2013, 2006), among others. In concluding this paper, we realized that the success of the “De pé no chão também se aprende a ler” campaign was linked directly to the search for the construction of dialogical relations with the community, promoted through initiatives such as the appreciation of popular culture, the work of lay teachers of the neighborhoods themselves and the construction of educational practices that were conducive to the reality of the places where the camps and other school organizations of the Campaign were erected.CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAOCampanha “De pé no chão também se aprende a ler”Relações dialógicasHistória da EducaçãoHistória oralMemóriasOs acampamentos da campanha “De pé no chão também se aprende a ler” e as relações dialógicas com a comunidade localinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃOUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTAcampamentoscampanhapé_Pranto_2018.pdf.txtAcampamentoscampanhapé_Pranto_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain599209https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26789/2/Acampamentoscampanhap%c3%a9_Pranto_2018.pdf.txt725b9ce113cced9f6ba661976fea4651MD52THUMBNAILAcampamentoscampanhapé_Pranto_2018.pdf.jpgAcampamentoscampanhapé_Pranto_2018.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1290https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26789/3/Acampamentoscampanhap%c3%a9_Pranto_2018.pdf.jpgfc225469ceae0428f83e920f644de265MD53ORIGINALAcampamentoscampanhapé_Pranto_2018.pdfapplication/pdf3724076https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26789/1/Acampamentoscampanhap%c3%a9_Pranto_2018.pdf94c4b8ed2c61ce41f48cf22202067a6eMD51123456789/267892019-05-26 03:16:00.231oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/26789Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-05-26T06:16Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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