Efeitos da telerreabilitação em cuidadores de pacientes com disfunções neurológicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Emília Márcia Gomes de Souza e
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/53566
Resumo: Introdução: O cuidador é peça fundamental no suporte à pessoa com doença crônica durante suas atividades rotineiras e programação médica. Cuidadores informais de pessoas com doenças neurológicas, principalmente as neurodegenerativas, como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) sofrem com intensas ondas de estresse, sobrecarga, diminuição do autocuidado, e consequente piora na qualidade de vida. A prática de atividade física tem efeitos benéficos para os cuidadores, no entanto, eles parecem não priorizar a própria saúde, e sim, a pessoa cuidada. Após a pandemia de COVID-19 e o distanciamento social requerido, o teleatendimento fortaleceu-se como opção para manutenção dos tratamentos e auxílio do cuidado. Atualmente, a telerreabilitação é uma ótima alternativa para pessoas com dificuldades na administração do tempo, entretanto não há consenso sobre o melhor modelo de intervenção para os cuidadores, seja ele síncrono ou assíncrono. Objetivos: Estudo 1: Avaliar o impacto da telerreabilitação sobre a sobrecarga, estresse, dor e qualidade de vida de cuidadores de pessoas com desordens neurológicas; Estudo 2: Analisar e comparar os resultados da aplicação de um programa educacional de autocuidado via teleatendimento, síncrono e assíncrono, na saúde física e mental de cuidadores de pessoas com ELA. Métodos: Estudo 1: Trata-se de uma revisão sistemática, realizada nas seguintes bases de dados: MEDLINE Ovid, Embase; Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL); PEDro; e PsycINFO Ovid. Foram incluídos ensaios clínicos que realizaram telerreabilitação, avaliando sobrecarga, estresse, dor e/ou qualidade de vida dos cuidadores de pessoas com doenças neurológicas, sem restrição de idioma ou ano de publicação. Quatro revisores independentes selecionaram os estudos elegíveis. A qualidade da evidência e o risco de viés foram avaliados de acordo com as ferramentas recomendadas pela colaboração Cochrane. Estudo 2: Consiste em um estudo piloto de um ensaio clínico controlado, randomizado e cego. Foram recrutados 17 participantes, randomizados para o grupo experimental (GE=9) e grupo controle (GC=8). O GE recebeu cartilha informativa e participou de um programa de telerreabilitação durante 6 semanas, onde foram discutidos temas relacionados ao bem-estar físico e mental. Os encontros aconteceram via plataforma online de áudio e vídeo e contaram com neuropsicólogo, nutricionista e fisioterapeuta, de forma síncrona. O GC recebeu cartilha informativa e orientações sobre a importância da prática do autocuidado e de atividades físicas. Durante as seis semanas, o GC teve 2 momentos de acompanhamento, via contato telefônico, para sanar dúvidas sobre as informações contidas na cartilha. As medidas de desfecho: sobrecarga do cuidador (Escala de Zarit), qualidade de vida (World Health Organization Quality of Life-100), dor (Escala de dor de McGill), estresse (Escala de Estresse percebido), e depressão (Inventário de Depressão de Beck) foram avaliadas antes, após as intervenções e no follow-up de 30 dias. Resultados: Estudo 1: Na revisão sistemática foram encontrados 80.043 artigos através da chave de pesquisa, incluídos 02 estudos. Um deles tratava de cuidadores de pessoas com AVC, e encontrou como principais resultados, favorecendo o GE, redução da ansiedade do paciente e da depressão do cuidador. O outro estudo foi formado por cuidadoras (esposas) de indivíduos com Alzheimer, e encontrou melhora na auto eficácia do exercício, relatada pelas cuidadoras. Estudo 2: No estudo piloto, foram encontradas diferenças significativas no domínio físico da qualidade de vida no grupo experimental e no meio ambiente no grupo controle, além de encontrar melhora no número de descritores de dor do grupo experimental, e no índice de dor de ambos os grupos. Não houve diferença estatisticamente significativa intergrupos. Conclusão: Estudo 1: Devido a importante escassez de pesquisas acerca de teleatendimento em cuidadores de pessoas com doenças neurológicas, essa revisão foi inconclusiva quanto a eficácia da telerreabilitação nessa população. Estudo 2: O programa de autocuidado promoveu melhora na qualidade de vida dos cuidadores, através de telerreabilitação, demonstrando que tanto a forma síncrona como a assíncrona podem ser utilizadas.
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Cuidadores informais de pessoas com doenças neurológicas, principalmente as neurodegenerativas, como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) sofrem com intensas ondas de estresse, sobrecarga, diminuição do autocuidado, e consequente piora na qualidade de vida. A prática de atividade física tem efeitos benéficos para os cuidadores, no entanto, eles parecem não priorizar a própria saúde, e sim, a pessoa cuidada. Após a pandemia de COVID-19 e o distanciamento social requerido, o teleatendimento fortaleceu-se como opção para manutenção dos tratamentos e auxílio do cuidado. Atualmente, a telerreabilitação é uma ótima alternativa para pessoas com dificuldades na administração do tempo, entretanto não há consenso sobre o melhor modelo de intervenção para os cuidadores, seja ele síncrono ou assíncrono. Objetivos: Estudo 1: Avaliar o impacto da telerreabilitação sobre a sobrecarga, estresse, dor e qualidade de vida de cuidadores de pessoas com desordens neurológicas; Estudo 2: Analisar e comparar os resultados da aplicação de um programa educacional de autocuidado via teleatendimento, síncrono e assíncrono, na saúde física e mental de cuidadores de pessoas com ELA. Métodos: Estudo 1: Trata-se de uma revisão sistemática, realizada nas seguintes bases de dados: MEDLINE Ovid, Embase; Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL); PEDro; e PsycINFO Ovid. Foram incluídos ensaios clínicos que realizaram telerreabilitação, avaliando sobrecarga, estresse, dor e/ou qualidade de vida dos cuidadores de pessoas com doenças neurológicas, sem restrição de idioma ou ano de publicação. Quatro revisores independentes selecionaram os estudos elegíveis. A qualidade da evidência e o risco de viés foram avaliados de acordo com as ferramentas recomendadas pela colaboração Cochrane. Estudo 2: Consiste em um estudo piloto de um ensaio clínico controlado, randomizado e cego. Foram recrutados 17 participantes, randomizados para o grupo experimental (GE=9) e grupo controle (GC=8). O GE recebeu cartilha informativa e participou de um programa de telerreabilitação durante 6 semanas, onde foram discutidos temas relacionados ao bem-estar físico e mental. Os encontros aconteceram via plataforma online de áudio e vídeo e contaram com neuropsicólogo, nutricionista e fisioterapeuta, de forma síncrona. O GC recebeu cartilha informativa e orientações sobre a importância da prática do autocuidado e de atividades físicas. Durante as seis semanas, o GC teve 2 momentos de acompanhamento, via contato telefônico, para sanar dúvidas sobre as informações contidas na cartilha. As medidas de desfecho: sobrecarga do cuidador (Escala de Zarit), qualidade de vida (World Health Organization Quality of Life-100), dor (Escala de dor de McGill), estresse (Escala de Estresse percebido), e depressão (Inventário de Depressão de Beck) foram avaliadas antes, após as intervenções e no follow-up de 30 dias. Resultados: Estudo 1: Na revisão sistemática foram encontrados 80.043 artigos através da chave de pesquisa, incluídos 02 estudos. Um deles tratava de cuidadores de pessoas com AVC, e encontrou como principais resultados, favorecendo o GE, redução da ansiedade do paciente e da depressão do cuidador. O outro estudo foi formado por cuidadoras (esposas) de indivíduos com Alzheimer, e encontrou melhora na auto eficácia do exercício, relatada pelas cuidadoras. Estudo 2: No estudo piloto, foram encontradas diferenças significativas no domínio físico da qualidade de vida no grupo experimental e no meio ambiente no grupo controle, além de encontrar melhora no número de descritores de dor do grupo experimental, e no índice de dor de ambos os grupos. Não houve diferença estatisticamente significativa intergrupos. Conclusão: Estudo 1: Devido a importante escassez de pesquisas acerca de teleatendimento em cuidadores de pessoas com doenças neurológicas, essa revisão foi inconclusiva quanto a eficácia da telerreabilitação nessa população. Estudo 2: O programa de autocuidado promoveu melhora na qualidade de vida dos cuidadores, através de telerreabilitação, demonstrando que tanto a forma síncrona como a assíncrona podem ser utilizadas.Introduction: The caregiver is a key player in supporting the person with a chronic illness during their routine activities and medical programming. Informal caregivers of people with neurological diseases, especially neurodegenerative ones, such as Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS) suffer from intense waves of stress, overload, reduced self-care, and consequent worsening of quality of life. The practice of physical activity has beneficial effects for caregivers, however, they do not seem to prioritize their own health, but the person being cared for. After the COVID-19 pandemic and the required social distancing, telemarketing became stronger as an option for maintaining treatments and helping with care. Currently, telerehabilitation is a great alternative for people with difficulties in time management, however, there is no consensus on the best intervention model for caregivers, whether synchronous or asynchronous. Objectives: Study objective 1: To assess the impact of telerehabilitation on overload, stress, pain, and quality of life of caregivers of people with neurological disorders; Aim of study 2: To analyze and compare the results of applying for an educational selfcare program via telemarketing, synchronous and asynchronous, on the physical and mental health of caregivers of people with ALS. Methods: Study 1 methods: This is a systematic review, carried out in the following databases: MEDLINE Ovid, Embase; Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL); Pedro; and PsycINFO Ovid. Clinical trials that performed telerehabilitation, assessing burden, stress, pain and/or quality of life of caregivers of people with neurological diseases, without the restriction of language or year of publication, were included. Four independent reviewers selected eligible studies. The quality of evidence and the risk of bias were assessed according to the tools recommended by the Cochrane Collaboration. Study 2: It consists of a pilot study of a controlled, randomized, blinded clinical trial. 17 participants were recruited, and randomized to the experimental group (EG=9) and control group (GC=8). The GE received an informative booklet and participated in a telerehabilitation program for 6 weeks, where topics related to physical and mental well-being were discussed. The meetings took place via the online audio and video platform and had a neuropsychologist, nutritionist, and physiotherapist, synchronously. The CG received an informative booklet and guidance on the importance of self-care and physical activity. During the six weeks, the CG had 2 follow-up moments, via telephone contact, to resolve doubts about the information contained in the booklet. Outcome measures: caregiver burden (Zarit Scale), quality of life (World Health Organization Quality of Life-100), pain (McGill Pain Scale), stress (Perceived Stress Scale), and depression (Perceived Stress Inventory). Beck Depression) were assessed before, after the interventions, and at the 30-day follow-up. Results: Result of study 1: In the systematic review, 80,043 articles were found through the search key, including 02 studies. One of them dealt with caregivers of people with stroke and found that the main results, favoring the EG, were reduced patient anxiety and caregiver depression. The other study was formed by caregivers (wives) of individuals with Alzheimer’s and found improvement in the self-efficacy of exercise, reported by caregivers. Study 2: In the pilot study, significant differences were found in the physical domain of quality of life in the experimental group and in the environment in the control group, in addition to finding an improvement in the number of pain descriptors in the experimental group, and on the pain index of both groups. There was no statistically significant difference between the groups. Conclusion: Conclusion of study 1: Due to the significant scarcity of research on telehealth in caregivers of people with neurological diseases, this review was inconclusive regarding the effectiveness of telerehabilitation in this population. Study 2: The self-care program improved the quality of life of caregivers through telerehabilitation, demonstrating that both the synchronous and asynchronous forms can be used.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONALCuidadoresQualidade de vidaDoenças do sistema nervosoEfeitos da telerreabilitação em cuidadores de pacientes com disfunções neurológicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALEfeitostelerreabilitacaocuidadores_Silva_2023.pdfapplication/pdf12131216https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/53566/1/Efeitostelerreabilitacaocuidadores_Silva_2023.pdf219b986ce4fc189daf55e8a7d4cf4d7fMD51123456789/535662023-07-17 20:21:07.552oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/53566Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2023-07-17T23:21:07Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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