Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais agrários no Nordeste brasileiro (2020 a 2022): uma análise dos repertórios de ação contra o agronegócio

• Autor(a) principal: Gomes, Matheus Henrique da Costa
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/56452
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS; Movimentos socioterritoriais. Movimentos socioespaciais. Conflitos por terra. Repertório de ações. Conflitualidades; Socio-territorial movements. Socio-spatial movements. Conflicts over land. Action repertoire. Conflicts

As disputas por terra e por território no Brasil têm sido marcadas por conflitualidades que envolvem, em especial, os movimentos socioterritoriais e socioespaciais agrários, representantes do agronegócio e o Estado. No Nordeste, tenho acompanhado esse processo nos últimos três anos (2020-2022) para compreender como essas relações explicitam disputas de poder e são sustentadas por questões de classe. Desde uma perspectiva da sociologia e da geografia agrária crítica, o trabalho pretende contribuir, tanto para a leitura da ação dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais, quanto para o debate da questão agrária, apontando para os desafios da contemporaneidade das disputas territoriais. Para nossa análise, foram utilizadas notícias veiculadas na mídia e categorizadas nos bancos de dados do Laboratório de Estudos Rurais – LabRural (IPP/UFRN) e da Rede DATALUTA (NERA/Unesp) sobre as ações dos movimentos socioterritoriais no espaço agrário. Para este trabalho, filtramos somente ações que aconteceram nos estados do Nordeste entre os anos de 2020 a 2022 e que expressaram disputas e conflitos. Mostramos que o avanço do capitalismo no campo significou o aumento das disputas pela terra e pelos territórios, onde os movimentos camponeses resistiram e acionaram diferentes repertórios de ação para o enfrentamento com o agronegócio e o Estado, como protestos, cartas abertas e ações judiciais. Demonstramos que os conflitos por terra e território moldaram e moldam como os atores buscam impor seus modelos de desenvolvimento num processo de conflitualidade no espaço territorial, conforme expresso por Fernandes (2004; 2012a).