Avaliação do potencial de extratos ricos em flavonoides de Kalanchoe laciniata (L.) DC e Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken no tratamento de doença inflamatória intestinal: um estudo fitoquímico, de segurança e eficácia em modelos in vivo
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Data de Publicação: | 2021 |
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Resumo: | As doenças inflamatórias intestinas (DIIs) como a colite ulcerosa e a doença de Crohn são caracterizadas por uma inflamação crônica no intestino. Atualmente, existem várias estratégias terapêuticas para tratar as DIIs. Porém, a maioria dos tratamentos de escolha estão associados a efeitos adversos graves, o que justifica a busca por novos tratamentos adjuvantes. Nesse sentido, destaca-se o interesse por plantas ricas em compostos fenólicos com propriedades imunomoduladoras e antioxidantes, como é o caso da Kalanchoe laciniata e da Bryophyllum pinnatum, pertencentes à família Crassulaceae. Estas plantas são usadas popularmente no Brasil para o tratamento de desordens gastrointestinais, da inflamação em geral, dentre outras. Dessa forma, foi avaliado se os extratos (hidroetanólico a 50%) das folhas da K. laciniata (HEKL) e da B. pinnatum (HEBP) demonstram sinais de citotoxicidade (células RAW 264.7) e toxicidade aguda (14 dias) e subcrônica (28 dias) e se apresentam efeito anti-inflamatório intestinal em dois modelos de colite: indução por ácido 2,4-dinitrobenzeno sulfônico (DNBS) em ratos (protocolo preventivo) e por dextrano sulfato de sódio (DSS) em camundongos (protocolo curativo). Inicialmente, os extratos passaram pela etapa de investigação fitoquímica quanto a avaliação do teor de fenois e de flavonoides totais. Em relação ao conteúdo dos fenois totais, o HEKL e HEBP demonstraram, respectivamente, teores de 75,1±6,32 e 96,7±7,34 mg (ácido gálico/g do extrato) e de flavonoides totais iguais a 37,4±4,82 e 64,3±4,16 mg (quercetina/g do extrato). Foram desenvolvidos métodos analíticos por cromatografia líquida ultrarrápida para avaliar os constituintes majoritários das duas espécies. Entretanto, somente o método para o HEBP foi validado de acordo com a legislação nacional vigente sendo que seus flavonoides majoritários quercetina 3-O-α-L- arabinopiranosil (12) α-L-ramnopiranosídeo, canferol 3-Oα-L-arabinopiranosil (12) α-L-ramnopiranosídeo e quercetina-3-O- ramnopiranosídeo apresentaram, respectivamente, teores de 35,56±0,09, 4,66±0,08 e 4,56±0,03 mg por g de extrato. Os HEKL e HEBP não evidenciaram sinais de citotoxicidade e nos ensaios toxicológicos, os extratos testados não alteraram de forma significativa (p < 0,05) os parâmetros avaliados (comportamental, locomotor, hematológico, bioquímico, entre outros) e não causaram morte nos animais (dose letal mediana estimada maior que 2000 mg/kg). Em relação ao efeito anti-colítico nos modelos de DNBS e DSS, foi observado que os extratos apresentam efeitos quimiopreventivos e anti-inflamatórios por meio da redução no escore do índice de atividade da doença (p < 0,05) e nos danos macroscópicos e microscópicos. Os extratos promoveram a regulação negativa (p < 0,05) do receptor do tipo Toll e da expressão do gene do fator nuclear kappa B p65, causando a uma supressão (p < 0,05) dos mediadores próinflamatórios (fator de necrose tumoral alfa e interleucinas (IL) 1β, IL-6, IL-17) e oxidativos (óxido nítrico), quimiocinas (proteína quimioatraente de monócitos-1 e proteína inflamatória de macrófagos-2), moléculas de adesão intercelular do tipo 1. Essa propriedade imunomoduladora e antioxidante foi proposta como um dos possíveis mecanismos de ação dos extratos. A melhora na inflamação intestinal também foi associada a uma diminuição no estresse oxidativo e infiltração de leucócitos exercida pelos extratos. Além disso, o HEKL e HEBP contribuíram com a manutenção da integridade da barreira epitelial intestinal ao restaurar a expressão das proteínas (p < 0,05) associadas à proteção da mucosa (mucina (MUC) 2 e MUC3, ocludina, zonula oclusão do tipo 1, fator trifólio, villin). Com base na constatação que os extratos não apresentaram efeitos tóxicos nas doses avaliadas, bem como nos efeitos benéficos nos modelos DNBS e DSS, pode se inferir que o HEKL e o HEBP são seguros e que possuem efeito anti-inflamatório frente aos modelos aplicados possivelmente pelas propriedades antioxidante e imunomoduladora dos seus flavonoides. Estes achados tornam os extratos bons candidatos para avaliação da eficácia e segurança clínica de uma terapia adjuvante para as DIIs. |
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Tese (Doutorado em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32917As doenças inflamatórias intestinas (DIIs) como a colite ulcerosa e a doença de Crohn são caracterizadas por uma inflamação crônica no intestino. Atualmente, existem várias estratégias terapêuticas para tratar as DIIs. Porém, a maioria dos tratamentos de escolha estão associados a efeitos adversos graves, o que justifica a busca por novos tratamentos adjuvantes. Nesse sentido, destaca-se o interesse por plantas ricas em compostos fenólicos com propriedades imunomoduladoras e antioxidantes, como é o caso da Kalanchoe laciniata e da Bryophyllum pinnatum, pertencentes à família Crassulaceae. Estas plantas são usadas popularmente no Brasil para o tratamento de desordens gastrointestinais, da inflamação em geral, dentre outras. Dessa forma, foi avaliado se os extratos (hidroetanólico a 50%) das folhas da K. laciniata (HEKL) e da B. pinnatum (HEBP) demonstram sinais de citotoxicidade (células RAW 264.7) e toxicidade aguda (14 dias) e subcrônica (28 dias) e se apresentam efeito anti-inflamatório intestinal em dois modelos de colite: indução por ácido 2,4-dinitrobenzeno sulfônico (DNBS) em ratos (protocolo preventivo) e por dextrano sulfato de sódio (DSS) em camundongos (protocolo curativo). Inicialmente, os extratos passaram pela etapa de investigação fitoquímica quanto a avaliação do teor de fenois e de flavonoides totais. Em relação ao conteúdo dos fenois totais, o HEKL e HEBP demonstraram, respectivamente, teores de 75,1±6,32 e 96,7±7,34 mg (ácido gálico/g do extrato) e de flavonoides totais iguais a 37,4±4,82 e 64,3±4,16 mg (quercetina/g do extrato). Foram desenvolvidos métodos analíticos por cromatografia líquida ultrarrápida para avaliar os constituintes majoritários das duas espécies. Entretanto, somente o método para o HEBP foi validado de acordo com a legislação nacional vigente sendo que seus flavonoides majoritários quercetina 3-O-α-L- arabinopiranosil (12) α-L-ramnopiranosídeo, canferol 3-Oα-L-arabinopiranosil (12) α-L-ramnopiranosídeo e quercetina-3-O- ramnopiranosídeo apresentaram, respectivamente, teores de 35,56±0,09, 4,66±0,08 e 4,56±0,03 mg por g de extrato. Os HEKL e HEBP não evidenciaram sinais de citotoxicidade e nos ensaios toxicológicos, os extratos testados não alteraram de forma significativa (p < 0,05) os parâmetros avaliados (comportamental, locomotor, hematológico, bioquímico, entre outros) e não causaram morte nos animais (dose letal mediana estimada maior que 2000 mg/kg). Em relação ao efeito anti-colítico nos modelos de DNBS e DSS, foi observado que os extratos apresentam efeitos quimiopreventivos e anti-inflamatórios por meio da redução no escore do índice de atividade da doença (p < 0,05) e nos danos macroscópicos e microscópicos. Os extratos promoveram a regulação negativa (p < 0,05) do receptor do tipo Toll e da expressão do gene do fator nuclear kappa B p65, causando a uma supressão (p < 0,05) dos mediadores próinflamatórios (fator de necrose tumoral alfa e interleucinas (IL) 1β, IL-6, IL-17) e oxidativos (óxido nítrico), quimiocinas (proteína quimioatraente de monócitos-1 e proteína inflamatória de macrófagos-2), moléculas de adesão intercelular do tipo 1. Essa propriedade imunomoduladora e antioxidante foi proposta como um dos possíveis mecanismos de ação dos extratos. A melhora na inflamação intestinal também foi associada a uma diminuição no estresse oxidativo e infiltração de leucócitos exercida pelos extratos. Além disso, o HEKL e HEBP contribuíram com a manutenção da integridade da barreira epitelial intestinal ao restaurar a expressão das proteínas (p < 0,05) associadas à proteção da mucosa (mucina (MUC) 2 e MUC3, ocludina, zonula oclusão do tipo 1, fator trifólio, villin). Com base na constatação que os extratos não apresentaram efeitos tóxicos nas doses avaliadas, bem como nos efeitos benéficos nos modelos DNBS e DSS, pode se inferir que o HEKL e o HEBP são seguros e que possuem efeito anti-inflamatório frente aos modelos aplicados possivelmente pelas propriedades antioxidante e imunomoduladora dos seus flavonoides. Estes achados tornam os extratos bons candidatos para avaliação da eficácia e segurança clínica de uma terapia adjuvante para as DIIs.Inflammatory bowel disease (IBD) such as ulcerative colitis and Crohn’s disease are characterized by chronic inflammation in the intestine. Currently, there are several therapeutic strategies to treating IBD. However, some treatments of choice are associated with serious adverse effects, which justifies the search for new adjuvant treatments. In this sense, the interest in plants rich in phenolic compounds with immunomodulatory and antioxidant properties stands out, such as Kalanchoe laciniata and Bryophyllum pinnatum, belonging to the Crassulaceae family. These plants are popularly used in Brazil to treat gastritis, ulcer, inflammation in general, among others. Thus, our hypothesis was evaluate if K. laciniata (HEKL) and B. pinnatum (HEBP) hydroethanolic leaf extracts 50 % demonstrate signs of cytotoxicity (RAW 264.7 cells) and acute (14 days) and subchronic (28 days) toxicity in vivo models and intestinal anti-inflammatory effect in two colitis models: induction by 2.4-dinitrobenzene sulfonic acid (DNBS) in rats (preventive protocol) and by dextran sulfate sodium (DSS) in mice (curative protocol). Initially, the total content of phenols and flavonoids in the extracts was performed. HEKL and HEBP demonstrated, respectively, contents of 75.1±6.32 and 96.7±7.34 mg (gallic acid/g of the extract) and total flavonoids equal to 37,4±4.82 and 64.3±4.16 mg (quercetin/g of the extract). Ultra-fast liquid chromatography methods to evaluate the major constituents of the two extracts was developed and validated. However, only the method for HEBP has been validated according to the Brazilian legislation and its major flavonoids quercetin 3-O-α-Larabinopyranosyl-(1→2)-α-L-rhamnopyranoside, kaempferol 3-O-α-L-arabinopyranosyl- (1→2)-α-L-rhamnopyranoside and quercetin-3-O-rhamnopyranoside had, respectively, contents of 35.56±0.09, 4.66±0.08 and 4.56±0.03 mg per g of extract. The HEKL and HEBP did not show signs of cytotoxicity and in the toxicological assay, the tested extracts did not significantly alter (p <0.05) the control parameters (behavioral, locomotor, hematological, biochemical, among others) and did not cause death in the animals (median lethal dose estimated above 2000 mg/kg). Regarding the anti-colitic effect in the DNBS and DSS models, it was observed that the extracts have chemopreventive and anti-inflammatory effects by reducing the disease activity index score (p < 0.05) and macroscopic and microscopic. The extracts promoted negative regulation (p < 0.05) of the Toll-type receptor and the expression of the nuclear factor kappa B p65 gene, causing a suppression (p < 0.05) of the proinflammatory mediators (necrosis factor tumoral alpha and interleukins (IL) 1β, IL-6, IL-17) and oxidants (nitric oxide), chemokines (monocyte chemoattractant protein-1 and macrophage inflammatory protein-2), type I intercellular adhesion molecules. This immunomodulatory and antioxidant properties were proposed as one of the mechanisms of action of the extracts. The improvement in intestinal inflammation was also associated with a decrease in oxidative stress and leukocyte infiltration exerted by the extracts. In addition, HEKL and HEBP contributed to maintaining the integrity of the intestinal epithelial barrier by restoring the expression of proteins (p < 0.05) associated with mucosal protection (mucin (MUC) 2 and MUC-3, occludin, zonula occludens type 1, trefoil factor, villin). Based on the finding that the extracts did not present toxic effects in the tested doses, and the beneficial effects in the DNBS and DSS models, it can be inferred that HEKL and HEBP are safe and that they have an anti-inflammatory effect compared to the models applied that can be hypothesized by antioxidant and immunomodulatory properties of its flavonoids. These findings make the extracts as a promising candidate for assessing the efficacy and clinical safety of adjuvant therapy for IBD.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM MEDICAMENTOSUFRNBrasilCrassulaceaeFlavonoidesToxicidade agudaToxicidade subcrônicaÁcido 2,4-dinitrobenzeno sulfônicoDextrano sulfato de sódioImunomodulaçãoAvaliação do potencial de extratos ricos em flavonoides de Kalanchoe laciniata (L.) DC e Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken no tratamento de doença inflamatória intestinal: um estudo fitoquímico, de segurança e eficácia em modelos in vivoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALAvaliacaopotencialextratos_Andrade_2021.pdfapplication/pdf33835778https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/32917/1/Avaliacaopotencialextratos_Andrade_2021.pdfdb6c1a4ba84dddcabe47d7cf67670180MD51123456789/329172021-07-21 13:02:33.27oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/32917Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-07-21T16:02:33Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
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