“Aqui na minha cela estou muito só, só há lugar para sonhar”: mulheres encarceradas no RN
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/36390 |
Resumo: | A presente monografia objetiva analisar a situação de mulheres encarceradas no Rio Grande do Norte, mais especificamente aquelas que estão alocadas no Complexo Penal Dr. João Chaves, buscando apreender os determinantes sociais que as levaram a se envolver com o “mundo do crime”. Sabe- se, no entanto, que tais determinantes se revelam como expressões da questão social. Para permitir a análise da relação das mulheres com a criminalidade, foi necessário realizar recortes de gênero, raça e classe social. Ademais, se procura também compreender se de fato o sistema prisional cumpre com sua missão, com seu objetivo de “ressocializar” seus egressos na sociedade. Por fim, também buscou-se analisar como ocorre a atuação dos assistentes sociais nesse espaço sócio - ocupacional e como os profissionais podem trabalhar em prol da garantia e do acesso dessas mulheres a seus direitos sociais e, portanto, humanos. A metodologia utilizada é de pesquisa qualitativa e bibliográfica, sendo a análise dos resultados a partir dos pressupostos do método crítico dialético. Ademais, foi possível constatar que o estereótipo atribuído à mulher presa é completamente diferente do perfil encontrado em nossas pesquisas: as mulheres não entram no crime exclusivamente pelos “crimes de amor” como são popularmente conhecidas, sendo constatável que há muito mais que isso. É possível compreender, portanto que o envolvimento crescente da mulher com o tráfico de drogas é resultado de inúmeras questões impostas pelo próprio capital, como por exemplo: a falta de acesso desde cedo a bens e serviços que as impossibilite de ter uma vida digna e por conta disso tenham a necessidade de adquirir dinheiro de forma rápida para suprir tanto suas necessidade quanto de seus demais familiares e atender as imposições colocadas pelo próprio sistema de consumo que só reconhece como integrante da sociedade aqueles que possuem poder de compra. Constatou-se também que um dos motivos que levam a mulher a entrar no crime, principalmente a se envolver com o tráfico, é justamente por causa de status social, pois traficantes, em comunidades carentes, são vistos como a própria lei. Portanto, é possível compreendermos a relação da mulher com a criminalidade através dos recortes de gênero, raça e classe. E por fim, se procura mostrar a situação em que se encontram as mulheres encarceradas nos presídios, principalmente no Complexo Penal Dr. João Chaves (CPJC), onde passam por constantes violações de seus direitos. Levando isso em consideração, se apresenta a necessidade de haver uma maior atuação de assistentes sociais nesse espaço para que se possa viabilizar o acesso dessas mulheres a seus direitos, com a finalidade de poderem cumprir sua pena de forma digna e humana. |
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É possível compreender, portanto que o envolvimento crescente da mulher com o tráfico de drogas é resultado de inúmeras questões impostas pelo próprio capital, como por exemplo: a falta de acesso desde cedo a bens e serviços que as impossibilite de ter uma vida digna e por conta disso tenham a necessidade de adquirir dinheiro de forma rápida para suprir tanto suas necessidade quanto de seus demais familiares e atender as imposições colocadas pelo próprio sistema de consumo que só reconhece como integrante da sociedade aqueles que possuem poder de compra. Constatou-se também que um dos motivos que levam a mulher a entrar no crime, principalmente a se envolver com o tráfico, é justamente por causa de status social, pois traficantes, em comunidades carentes, são vistos como a própria lei. Portanto, é possível compreendermos a relação da mulher com a criminalidade através dos recortes de gênero, raça e classe. 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