Uma colisão de mundos: jesuítas franceses e bonzos na China setecentista

• Autor(a) principal: Araújo, Ravelly Ferreira de Queiroz
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/34845
• topic: Jesuítas; Cibot; Bonzos; Cong-fou; Taoístas; Práticas corporais; Corporalidade

A presença dos jesuítas franceses na China viabilizou a produção de diversos estudos no campo das ciências naturais e humanas. Um desses, a Notice du Cong-fou des Bonzes Tao-sée escrita pelo padre Cibot, constitui a primeira investigação de que se tem notícia no Ocidente a respeito da arte da cura e manutenção da saúde através de uma rotina de movimentos corporais e exercícios respiratórios desenvolvidos pelos “bonzos” taoístas. Cibot, assim como vários membros de sua ordem, se interessou intensamente pelas práticas terapêuticas da China, mas não compreendeu a relevância da mentalidade taoísta para o avanço delas. O presente trabalho apresenta uma dimensão da prática do Cong-fou pelos bonzos chineses e explora a perspectiva jesuíta com relação à doutrina taoísta na conjuntura da rede de trocas de tecnologia e saberes científicos estabelecida entre o Ocidente e a China da dinastia Qing. A relação mais próxima com os confucionistas da corte influenciou o tratamento dispensado aos taoístas pelos inacianos, e a percepção destes últimos no que tange à existência separada de matéria e espírito foi decisiva para sua visão fragmentada acerca do Cong-fou, o que pode ter incitado a forma como o esporte é compreendido hoje.