“Onde estão as meninas para brincar com a gente?” uma análise da cultura popular como ferramenta de emancipação humana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Karolyny Alves Teixeira de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/36409
Resumo: Compartilho aqui o relato de experiência no Programa de Extensão Trilhas Potiguares vivenciada nos municípios de Taipú e Jardim de Angicos, localizados no interior do Rio Grande do Norte. Por se caracterizar como um projeto onde se busca a interação entre universidade e comunidade, numa relação de troca e reconhecimento de múltiplos saberes, priorizando o respeito à cultura, as tradições locais e ao saber popular, pensei em desenvolver atividades que dialogassem com a esfera do corporal e do sensível. Na perspectiva de vivenciar a cultura popular, seus saberes e tradições, redescobrir e se identificar, foram vivenciadas oficinas de confecção de instrumentos percussivos a partir de materiais reutilizáveis, xilogravura, capoeira, coco de roda, filtro dos sonhos e arte pela cidade, que foram permeados pelo fundamento da sabedoria de mestras e mestres da cultura popular, relacionada a proposta metodológica do Jogo da Construção Poética (Machado, 2017) e dos fundamentos da Educação Popular desenvolvidos por Paulo Freire(1987). O coco de roda é aqui considerado como a brincadeira que perpassa por toda essa vivência, que nos conecta à cultura popular e dá formas a essas experiências. As análises que dela resultam são fundamentadas nos diálogos sobre liberdade e emancipação a partir da perspectiva das mulheres negras,observando as intersecções entre raça, classe e gênero (DAVIS, A. 1997)para pensar a relação com as meninas, que juntas construímos uma ciranda de confiança, onde despertamos sentidos corporais, descobrimos afinidades e (des)construímos perspectivas da vida social, a partir da observação das relações sociais e patriarcais de gênero.Desse modo, acreditamos que esse trabalho tem importância por fazer emergir raízes históricas e trabalhar aspectos culturais de maneira lúdica e participativa, levando em consideração o saber do outro envolvido na ação, fortalecendo assim a cultura popular e o respeito às diferenças. Contribuindo para a compreensão da mulher negra como um ser autônomo e capaz de construir sua própria história.
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