Mulheres, câncer e abandono: uma experiência de estágio no HUOL

• Autor(a) principal: Silva, Gabriela Queiroz Santos da
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50245
• topic: Mulheres; Trabalhos de Cuidado; Abandono; Câncer; Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL); Women; Care Work; Abandonment; Cancer

O presente estudo analisa os trabalhos do cuidado, entendendo-os em sua conformação histórica – no sentido de que foram historicamente designados às mulheres – e apreendendo a diferença do lugar da mulher enquanto sujeito e objeto do cuidado. Sob esta preocupação, tem como objetivo analisar ambivalências e contradições presentes nos trabalhos de cuidado desenvolvidos por familiares a pacientes oncológicos em ambiente hospitalar, buscando compreender especificamente o abandono de mulheres com neoplasia maligna (câncer) por seus respectivos companheiros e cônjuges. A partir desse pano de fundo, o trabalho examina casos de abandono de mulheres heterossexuais em processo de doença atendidas pela Unidade de Oncologia e Hematologia do Hospital Universitário Onofre Lopes - HUOL, discutindo o seu abandono por parceiros afetivo-sexuais e, por fim, descreve a conformação de uma rede de cuidado entre mulheres. Os dados empíricos presentes neste trabalho foram obtidos através de anotações em diário de campo produzidas no decorrer de experiência de estágio obrigatório em Serviço Social, assim como através de pesquisa bibliográfica e documental com abordagem qualitativa. Os dados obtidos reforçam o pressuposto de que em nossa sociabilidade historicamente as mulheres foram e são socialmente vistas como sujeitas do cuidado e por seu turno os homens são historicamente vistos como objetos de cuidado feminino. Neste sentido é que as mulheres parecem não obter dos homens a mesma atenção que dão a estes quando porventura se encontram na posição de objetos do cuidado, sofrendo frequentemente de abandono por parte de seus companheiros durante tratamentos de doenças graves, o que as leva a depender frequentemente de uma rede de cuidado de mulheres.