O reconhecimento e a mensuração dos criptoativos nas demonstrações contábeis de companhias de capital aberto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Farias, Rafael Fernandes
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50369
Resumo: Com a crescente demanda pelas criptomoedas e demais criptoativos, visando obter vantagens decorrentes de suas características descentralizadas e, principalmente, os benefícios econômicos de suas valorizações expressivas, tornou-se comum a obtenção de criptoativos pela população e pelas empresas em países emergentes. Contudo, esta nova classe de ativo ainda não possui métodos de registro emitidos pelos conselhos contábeis, deixando aberta a interpretação dos profissionais da contabilidade. Devido a esta informação, levantou-se a seguinte questão que esta pesquisa se propõem a solucionar: Qual é a metodologia de reconhecimento e mensuração que as empresas de capital aberto das bolsas brasileiras, argentinas e colombianas estão utilizando para os criptoativos em seus demonstrativos contábeis? O universo da pesquisa compreende um total de 487 empresas. Destas, 442 estão listadas na B3 (Brasil Bolsa Balcão), 23 estão na carteira teórica do índice Merval, o principal índice da Byma (Bolsas y Mercados Argentinos), e 22 estão comtempladas no índice Colcap, sendo este o índice central a refletir o desempenho da Bolsa de Valores de Colombia (Bvc). Foram analisadas as notas explicativas das demonstrações contábeis de todas as empresas, abordando os exercícios de 2019, 2020 e 2021, iniciando sempre com o ano de 2021 e eliminando as empresas que não possuíssem algum criptoativo neste ano. Foi elaborada uma planilha descrevendo os ativos e o ano de aquisição de cada uma das empresas. Após essa coleta, foi analisada a metodologia de reconhecimento e mensuração empregada para a classe do ativo. Os resultados apontaram que apenas a Méliuz S.A. e o BTG Pactual S.A. possuem algum criptoativo no mercado brasileiro, mensurando-os pelo seu valor justo em moeda recorrente em suas operações. Entretanto, apenas a Méliuz S.A. informou que reconhece esses ativos como ativo financeiro. Dentre as empresas argentinas, apenas a Pampa Energia S.A. possui criptoativos e estes são reconhecidos como ativos intangíveis, com vida útil indeterminada, e mensurados pelo seu custo de aquisição. No mercado colombiano não foram encontradas empresas que possuem criptoativos em carteira, mas foram encontradas empresas com potencial para aderir ao mercado Cripto nos próximos anos, como é o caso do Banco Colômbia S.A. Assim, apesar da escassez de empresas que aderiram ao mercado dos criptoativos até 2021, pode-se constatar que, entre as empresas brasileiras, há um consenso em mensurar as criptomoedas pelo seu valor justo no fechamento do exercício, assim como reconhecê-los como ativo financeiro da mesma forma que as demais moedas fiduciárias, apesar da Méliuz S.A. ser a única a aderir a essa linha de raciocínio até o momento. Enquanto que no mercado argentino, a iniciativa da Pampa Energia S.A. pode servir de exemplo para as demais empresas deste país ao reconhecê-los como ativos intangíveis mensurados pelo custo de aquisição.
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Contudo, esta nova classe de ativo ainda não possui métodos de registro emitidos pelos conselhos contábeis, deixando aberta a interpretação dos profissionais da contabilidade. Devido a esta informação, levantou-se a seguinte questão que esta pesquisa se propõem a solucionar: Qual é a metodologia de reconhecimento e mensuração que as empresas de capital aberto das bolsas brasileiras, argentinas e colombianas estão utilizando para os criptoativos em seus demonstrativos contábeis? O universo da pesquisa compreende um total de 487 empresas. Destas, 442 estão listadas na B3 (Brasil Bolsa Balcão), 23 estão na carteira teórica do índice Merval, o principal índice da Byma (Bolsas y Mercados Argentinos), e 22 estão comtempladas no índice Colcap, sendo este o índice central a refletir o desempenho da Bolsa de Valores de Colombia (Bvc). Foram analisadas as notas explicativas das demonstrações contábeis de todas as empresas, abordando os exercícios de 2019, 2020 e 2021, iniciando sempre com o ano de 2021 e eliminando as empresas que não possuíssem algum criptoativo neste ano. Foi elaborada uma planilha descrevendo os ativos e o ano de aquisição de cada uma das empresas. Após essa coleta, foi analisada a metodologia de reconhecimento e mensuração empregada para a classe do ativo. Os resultados apontaram que apenas a Méliuz S.A. e o BTG Pactual S.A. possuem algum criptoativo no mercado brasileiro, mensurando-os pelo seu valor justo em moeda recorrente em suas operações. Entretanto, apenas a Méliuz S.A. informou que reconhece esses ativos como ativo financeiro. Dentre as empresas argentinas, apenas a Pampa Energia S.A. possui criptoativos e estes são reconhecidos como ativos intangíveis, com vida útil indeterminada, e mensurados pelo seu custo de aquisição. No mercado colombiano não foram encontradas empresas que possuem criptoativos em carteira, mas foram encontradas empresas com potencial para aderir ao mercado Cripto nos próximos anos, como é o caso do Banco Colômbia S.A. Assim, apesar da escassez de empresas que aderiram ao mercado dos criptoativos até 2021, pode-se constatar que, entre as empresas brasileiras, há um consenso em mensurar as criptomoedas pelo seu valor justo no fechamento do exercício, assim como reconhecê-los como ativo financeiro da mesma forma que as demais moedas fiduciárias, apesar da Méliuz S.A. ser a única a aderir a essa linha de raciocínio até o momento. Enquanto que no mercado argentino, a iniciativa da Pampa Energia S.A. pode servir de exemplo para as demais empresas deste país ao reconhecê-los como ativos intangíveis mensurados pelo custo de aquisição.With the growing demand for cryptocurrencies and other crypto-assets, aiming to obtain advantages arising from their decentralized characteristics and especially the economic benefits of their expressive valuations, it has become common to obtain crypto-assets by the population and companies in emerging countries. However, this new asset class still does not have recording methods issued by accounting boards, leaving open the interpretation of accounting professionals. Due to this information, the following question was raised that this research aims to solve: What is the recognition and measurement methodology that publicly traded companies on Brazilian, Argentine and Colombian stock exchanges are using for cryptoassets in their financial statements? The research universe comprises a total of 487 companies, of which 442 are listed on B3 (Brasil Bolsa Balcão), 23 are in the theoretical portfolio of the Merval index, the main index of Byma (Bolsas y Mercados Argentinos) and 22 are included in the Colcap index. which is the central index that reflects the performance of the Bolsa de Valores de Colombia (Bvc). The explanatory notes of the financial statements of all companies were analyzed, covering the years 2019, 2020 and 2021, always starting with the year 2021 and eliminating companies that did not have any crypto assets this year. A spreadsheet was prepared describing the assets and the year of acquisition of each of the companies. After this collection, the recognition and measurement methodology used for the asset class was analyzed. The results showed that only Méliuz S.A. and BTG Pactual S.A. hold any crypto assets in the Brazilian market, measuring them at their fair value in currency that is recurring in their operations. However, only Méliuz S.A. informed that it recognizes these assets as a financial asset. Among the Argentine companies, only Pampa Energia S.A. has crypto assets and these are recognized as intangible assets with an indefinite useful life and measured at their acquisition cost. In the Colombian market, no companies were found that have crypto assets in their portfolio, but companies with the potential to join the Crypto market in the coming years were found, as is the case of Banco Colombia S.A. Thus, despite the scarcity of companies that joined the crypto-assets market until 2021, it can be seen that among Brazilian companies there is a consensus on measuring cryptocurrencies at their fair value at the end of the year, as well as recognizing them as a financial asset of the company. in the same way as other fiat currencies, despite Méliuz S.A. be the only one to adhere to this line of reasoning so far. While in the Argentine market, the initiative of Pampa Energia S.A. can serve as an example for other companies in Argentina to recognize them as intangible assets measured at acquisition cost.Universidade Federal do Rio Grande do NorteCiências ContábeisUFRNBrasilDepartamento de Ciências Exatas e AplicadasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessBitcoinCriptomoedasCriptoativosMensuraçãoO reconhecimento e a mensuração dos criptoativos nas demonstrações contábeis de companhias de capital abertoThe recognition and measurement of crypto assets in the financial statements of publicly traded companiesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALTCC Rafael.pdfTCC Rafael.pdfapplication/pdf562442https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/50369/1/TCC%20Rafael.pdffae081da95cc3e8cdc946d55a43bb2d9MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/50369/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81484https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/50369/3/license.txte9597aa2854d128fd968be5edc8a28d9MD53123456789/503692022-12-21 09:39:46.658oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/50369Tk9OLUVYQ0xVU0lWRSBESVNUUklCVVRJT04gTElDRU5TRQoKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIGRlbGl2ZXJpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBNci4gKGF1dGhvciBvciBjb3B5cmlnaHQgaG9sZGVyKToKCgphKSBHcmFudHMgdGhlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIFJpbyBHcmFuZGUgZG8gTm9ydGUgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgb2YKcmVwcm9kdWNlLCBjb252ZXJ0IChhcyBkZWZpbmVkIGJlbG93KSwgY29tbXVuaWNhdGUgYW5kIC8gb3IKZGlzdHJpYnV0ZSB0aGUgZGVsaXZlcmVkIGRvY3VtZW50IChpbmNsdWRpbmcgYWJzdHJhY3QgLyBhYnN0cmFjdCkgaW4KZGlnaXRhbCBvciBwcmludGVkIGZvcm1hdCBhbmQgaW4gYW55IG1lZGl1bS4KCmIpIERlY2xhcmVzIHRoYXQgdGhlIGRvY3VtZW50IHN1Ym1pdHRlZCBpcyBpdHMgb3JpZ2luYWwgd29yaywgYW5kIHRoYXQKeW91IGhhdmUgdGhlIHJpZ2h0IHRvIGdyYW50IHRoZSByaWdodHMgY29udGFpbmVkIGluIHRoaXMgbGljZW5zZS4gRGVjbGFyZXMKdGhhdCB0aGUgZGVsaXZlcnkgb2YgdGhlIGRvY3VtZW50IGRvZXMgbm90IGluZnJpbmdlLCBhcyBmYXIgYXMgaXQgaXMKdGhlIHJpZ2h0cyBvZiBhbnkgb3RoZXIgcGVyc29uIG9yIGVudGl0eS4KCmMpIElmIHRoZSBkb2N1bWVudCBkZWxpdmVyZWQgY29udGFpbnMgbWF0ZXJpYWwgd2hpY2ggZG9lcyBub3QKcmlnaHRzLCBkZWNsYXJlcyB0aGF0IGl0IGhhcyBvYnRhaW5lZCBhdXRob3JpemF0aW9uIGZyb20gdGhlIGhvbGRlciBvZiB0aGUKY29weXJpZ2h0IHRvIGdyYW50IHRoZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gR3JhbmRlIGRvIE5vcnRlIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdCB0aGlzIG1hdGVyaWFsIHdob3NlIHJpZ2h0cyBhcmUgb2YKdGhpcmQgcGFydGllcyBpcyBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZpZWQgYW5kIHJlY29nbml6ZWQgaW4gdGhlIHRleHQgb3IKY29udGVudCBvZiB0aGUgZG9jdW1lbnQgZGVsaXZlcmVkLgoKSWYgdGhlIGRvY3VtZW50IHN1Ym1pdHRlZCBpcyBiYXNlZCBvbiBmdW5kZWQgb3Igc3VwcG9ydGVkIHdvcmsKYnkgYW5vdGhlciBpbnN0aXR1dGlvbiBvdGhlciB0aGFuIHRoZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gR3JhbmRlIGRvIE5vcnRlLCBkZWNsYXJlcyB0aGF0IGl0IGhhcyBmdWxmaWxsZWQgYW55IG9ibGlnYXRpb25zIHJlcXVpcmVkIGJ5IHRoZSByZXNwZWN0aXZlIGFncmVlbWVudCBvciBhZ3JlZW1lbnQuCgpUaGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZG8gUmlvIEdyYW5kZSBkbyBOb3J0ZSB3aWxsIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZnkgaXRzIG5hbWUgKHMpIGFzIHRoZSBhdXRob3IgKHMpIG9yIGhvbGRlciAocykgb2YgdGhlIGRvY3VtZW50J3MgcmlnaHRzCmRlbGl2ZXJlZCwgYW5kIHdpbGwgbm90IG1ha2UgYW55IGNoYW5nZXMsIG90aGVyIHRoYW4gdGhvc2UgcGVybWl0dGVkIGJ5CnRoaXMgbGljZW5zZQo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-12-21T12:39:46Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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