Efeitos da infodemia no uso indiscriminado de medicamentos para o tratamento precoce da covid-19.

• Autor(a) principal: Dantas, Renato Matheus Oliveira de Araújo
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50660
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Infodemia; Desinformação; Tratamento precoce/kit-covid; Automedicação

Durante a pandemia vivíamos simultaneamente outro fenômeno nomenclaturado de infodemia, que é caracterizado pelo grande fluxo de informações que se espalham nos meios de comunicação social sobre um assunto específico, como a covid-19, dificultando o encontro de fontes idôneas e orientações confiáveis quando mais se precisa, promovendo um clima de ansiedade e depressão entre as pessoas, podendo afetar a tomada de decisão. Portanto, o objetivo principal deste trabalho é analisar as principais consequências geradas pelo excesso de informações acerca dos medicamentos inseridos no “kit-covid” para o tratamento precoce da covid-19. Empregando a metodologia de revisão bibliográfica descritiva, para elaboração do levantamento dos dados, analisando os artigos disponíveis em bases de dados utilizando os descritores “infodemia”, ”desinformação”, “tratamento precoce”/“kit-covid” e “automedicação”, publicados entre o ano de 2019 a 2022, disponíveis em português e inglês. Além de buscas em sites de autoridades sanitárias brasileiras, órgãos reguladores, livros, revistas cientificas e os principais jornais brasileiros. Mediante aos dados obtidos, observou-se uma expansão considerável desse fenômeno estando fortemente atrelado a desinformação ou “fake-news”, que no contexto pandêmico, serviu para preencher as lacunas ocasionadas pela falta de informações conclusivas sobre o tratamento da covid-19, impulsionando a uma busca desenfreada por estratégias farmacológicas terapêuticas/profilática, sendo evidenciado pelo aumento de quase 200% no consumo de medicamentos, vitaminas e minerais nos primeiros meses de pandemia. Fármacos esses, provenientes de prescrições medicas (off-label) não baseadas em evidencias ou a própria automedicação, que chegou a registrar um aumento de mais de 90% durante a pandemia, conduzindo a implicações advinda do uso indiscriminado dos mesmos. Sendo de grande importância, a participação ativa dos farmacêuticos na contenção desses problemas de sobremedicalização, orientando os pacientes na utilização adequada desses fármacos alertando o alto potencial de riscos à saúde, que por sinal, superam os eventuais benefícios clínicos.