Cocaína e metabólitos: validação metodológica em urina post mortem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Ingrid Aby Faraj
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46244
Resumo: A cocaína é uma substância proveniente da planta Erythroxylum coca e, devido as suas propriedades estimulantes no Sistema Nervoso Central, tem sido empregada para uso recreativo, tornando-se um iminente problema de saúde pública. Atualmente, trata-se de uma substância proscrita regulamentada pela portaria nº 344/98-SVS/MS; porém, no ano de 2019, a prevalência de consumo da cocaína e derivados foi estimada em 0,4% da população mundial. No âmbito das análises toxicológicas, a área forense é requerida quando há suspeita de que substâncias tóxicas possam ter contribuído ou causado a morte do indivíduo, de modo que a pesquisa por drogas de abuso e medicamentos em análises post mortem em matrizes biológicas é fundamental. A urina é uma das principais matrizes biológicas de escolha, por ser a via prioritária de eliminação de diversas substâncias e apresentar janela de detecção maior. Conforme preconizado, as análises toxicológicas utilizam testes de triagem que indicam a presença de classes de substâncias e, posteriormente, um método confirmatório para identificação inequívoca. Considerando que a validação de um método é de extrema importância para garantir a confiabilidade dos resultados gerados da prova pericial produzida, o presente trabalho teve como intuito validar a metodologia analítica para a detecção de cocaína (COCA) e os metabólitos correspondentes, cocaetileno (CE) e benzoilecgonina (BEC), em urina, utilizando extração líquido-líquido (ELL) e análise através da cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM), de acordo com parâmetros e critérios estabelecidos pelo guia internacional da United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC). A técnica compreendeu a análise de 5 mL de urina, alcalinização até pH 10 e uso do solvente extrator diclorometano:isopropanol (85:15). O método demonstrou especificidade e seletividade, sem interferentes endógenos e exógenos nos tempos de retenção dos analitos de interesse e apresentou limite de detecção estipulado em 50 ng/mL para COCA e CE, e 100 ng/mL para BEC. A precisão sob repetibilidade apresentou coeficientes de variação dos tempos de retenção próximos a zero para as três substâncias estudadas. Quanto à recuperação nas concentrações baixa, média e alta, para COCA variou de 58,4 a 89,81%, CE de 58,32 a 82,26% e BEC de 22,74 a 24,63%. As amostras processadas também demonstraram estabilidade no vial por até 7 dias (com diferenças < 20%) nas concentrações médias e altas, enquanto na concentração baixa, houve perda de estabilidade para os três analitos. Também não foi observado carry over entre as amostras. Portanto, os resultados demonstraram a viabilidade de implementação do método no laboratório de toxicologia forense do ITEP/RN.
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spelling Santos, Ingrid Aby FarajSilva, Juliana Felix daSilva, Natan Emanuell de Sobral eRachetti, Vanessa de Paula Soares2022-02-23T17:43:39Z2022-02-23T17:43:39Z2022-02-08SANTOS, Ingrid Aby Faraj. Cocaína e metabólitos: validação metodológica em urina post mortem. 2022. 36 f. Monografia (Graduação em Biomedicina) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46244A cocaína é uma substância proveniente da planta Erythroxylum coca e, devido as suas propriedades estimulantes no Sistema Nervoso Central, tem sido empregada para uso recreativo, tornando-se um iminente problema de saúde pública. Atualmente, trata-se de uma substância proscrita regulamentada pela portaria nº 344/98-SVS/MS; porém, no ano de 2019, a prevalência de consumo da cocaína e derivados foi estimada em 0,4% da população mundial. No âmbito das análises toxicológicas, a área forense é requerida quando há suspeita de que substâncias tóxicas possam ter contribuído ou causado a morte do indivíduo, de modo que a pesquisa por drogas de abuso e medicamentos em análises post mortem em matrizes biológicas é fundamental. A urina é uma das principais matrizes biológicas de escolha, por ser a via prioritária de eliminação de diversas substâncias e apresentar janela de detecção maior. Conforme preconizado, as análises toxicológicas utilizam testes de triagem que indicam a presença de classes de substâncias e, posteriormente, um método confirmatório para identificação inequívoca. Considerando que a validação de um método é de extrema importância para garantir a confiabilidade dos resultados gerados da prova pericial produzida, o presente trabalho teve como intuito validar a metodologia analítica para a detecção de cocaína (COCA) e os metabólitos correspondentes, cocaetileno (CE) e benzoilecgonina (BEC), em urina, utilizando extração líquido-líquido (ELL) e análise através da cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM), de acordo com parâmetros e critérios estabelecidos pelo guia internacional da United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC). A técnica compreendeu a análise de 5 mL de urina, alcalinização até pH 10 e uso do solvente extrator diclorometano:isopropanol (85:15). O método demonstrou especificidade e seletividade, sem interferentes endógenos e exógenos nos tempos de retenção dos analitos de interesse e apresentou limite de detecção estipulado em 50 ng/mL para COCA e CE, e 100 ng/mL para BEC. A precisão sob repetibilidade apresentou coeficientes de variação dos tempos de retenção próximos a zero para as três substâncias estudadas. Quanto à recuperação nas concentrações baixa, média e alta, para COCA variou de 58,4 a 89,81%, CE de 58,32 a 82,26% e BEC de 22,74 a 24,63%. As amostras processadas também demonstraram estabilidade no vial por até 7 dias (com diferenças < 20%) nas concentrações médias e altas, enquanto na concentração baixa, houve perda de estabilidade para os três analitos. Também não foi observado carry over entre as amostras. Portanto, os resultados demonstraram a viabilidade de implementação do método no laboratório de toxicologia forense do ITEP/RN.Cocaine is a substance from the Erythroxylum coca plant and, due to its stimulant properties in the Central Nervous System, it has been used for recreational use, becoming an imminent public health problem. Currently, it is a banned substance regulated by Ordinance No. 344/98-SVS/MS; however, in 2019, the prevalence of cocaine and derivatives consumption was estimated at 0.4% of the world population. Within the scope of toxicological analyses, the forensic area is required when there is a suspicion that toxic substances may have contributed to or caused the death of the individual, so the search for drugs of abuse and medications in post-mortem analyzes in biological matrices is essential. Urine is one of the main biological matrices of choice, as it is the priority route for the elimination of several substances and has a longer detection window. As recommended, toxicological analyzes use screening tests that indicate the presence of classes of substances and, later, a confirmatory method for unequivocal identification. Considering that the validation of a method is extremely important to guarantee the reliability of the results generated from the produced expert evidence, the present work aimed to validate the analytical methodology for the detection of cocaine (COCA) and the corresponding metabolites, cocaethylene (CE) and benzoylecgonine (BEC), in urine, using liquid-liquid extraction (ELL) and analysis through gas chromatography coupled with mass spectrometry (GC/MS), according to parameters and criteria established by the international guide of the United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC). The technique comprised the analysis of 5 mL of urine, alkalization to pH 10 and the use of dichloromethane:isopropanol (85:15) extracting solvent. The method demonstrated specificity and selectivity, without endogenous and exogenous interferences in the retention times of the analytes of interest and presented a detection limit stipulated at 50 ng/mL for COCA and EC, and 100 ng/mL for BEC. The precision under repeatability presented coefficients of variation of the retention times close to zero for the three substances studied. As for the recovery in low, medium and high concentrations, for COCA it ranged from 58.4 to 89.81%, EC from 58.32 to 82.26% and BEC from 22.74 to 24.63%. The processed samples also demonstrated stability in the vial for up to 7 days (with differences < 20%) in the medium and high concentrations, while in the low concentration, there was a loss of stability for the three analytes. There was also no carry over between samples. Therefore, the results demonstrated the feasibility of implementing the method in the forensic toxicology laboratory of ITEP/RN.Universidade Federal do Rio Grande do NorteBiomedicinaUFRNBrasilCentro de BiociênciasAttribution-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCocaínaCocaetilenoBenzoilecgoninaToxicologia ForenseValidação MetodológicaCG/EMCocaineCocaethyleneBenzoylecgonineForensic ToxicologyMethodological ValidationGC/MSCocaína e metabólitos: validação metodológica em urina post mortemCocaine and metabolites: methodological validation in post-mortem urineinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALCocaínaeMetabólitos_Santos_2022.pdfCocaínaeMetabólitos_Santos_2022.pdfapplication/pdf727274https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/46244/1/Coca%c3%adnaeMetab%c3%b3litos_Santos_2022.pdf7a71bc4673262116e5d91809f31e3b23MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/46244/2/license_rdfc4c98de35c20c53220c07884f4def27cMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81484https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/46244/3/license.txte9597aa2854d128fd968be5edc8a28d9MD53123456789/462442022-08-18 11:28:59.9oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/46244Tk9OLUVYQ0xVU0lWRSBESVNUUklCVVRJT04gTElDRU5TRQoKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIGRlbGl2ZXJpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBNci4gKGF1dGhvciBvciBjb3B5cmlnaHQgaG9sZGVyKToKCgphKSBHcmFudHMgdGhlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIFJpbyBHcmFuZGUgZG8gTm9ydGUgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgb2YKcmVwcm9kdWNlLCBjb252ZXJ0IChhcyBkZWZpbmVkIGJlbG93KSwgY29tbXVuaWNhdGUgYW5kIC8gb3IKZGlzdHJpYnV0ZSB0aGUgZGVsaXZlcmVkIGRvY3VtZW50IChpbmNsdWRpbmcgYWJzdHJhY3QgLyBhYnN0cmFjdCkgaW4KZGlnaXRhbCBvciBwcmludGVkIGZvcm1hdCBhbmQgaW4gYW55IG1lZGl1bS4KCmIpIERlY2xhcmVzIHRoYXQgdGhlIGRvY3VtZW50IHN1Ym1pdHRlZCBpcyBpdHMgb3JpZ2luYWwgd29yaywgYW5kIHRoYXQKeW91IGhhdmUgdGhlIHJpZ2h0IHRvIGdyYW50IHRoZSByaWdodHMgY29udGFpbmVkIGluIHRoaXMgbGljZW5zZS4gRGVjbGFyZXMKdGhhdCB0aGUgZGVsaXZlcnkgb2YgdGhlIGRvY3VtZW50IGRvZXMgbm90IGluZnJpbmdlLCBhcyBmYXIgYXMgaXQgaXMKdGhlIHJpZ2h0cyBvZiBhbnkgb3RoZXIgcGVyc29uIG9yIGVudGl0eS4KCmMpIElmIHRoZSBkb2N1bWVudCBkZWxpdmVyZWQgY29udGFpbnMgbWF0ZXJpYWwgd2hpY2ggZG9lcyBub3QKcmlnaHRzLCBkZWNsYXJlcyB0aGF0IGl0IGhhcyBvYnRhaW5lZCBhdXRob3JpemF0aW9uIGZyb20gdGhlIGhvbGRlciBvZiB0aGUKY29weXJpZ2h0IHRvIGdyYW50IHRoZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gR3JhbmRlIGRvIE5vcnRlIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdCB0aGlzIG1hdGVyaWFsIHdob3NlIHJpZ2h0cyBhcmUgb2YKdGhpcmQgcGFydGllcyBpcyBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZpZWQgYW5kIHJlY29nbml6ZWQgaW4gdGhlIHRleHQgb3IKY29udGVudCBvZiB0aGUgZG9jdW1lbnQgZGVsaXZlcmVkLgoKSWYgdGhlIGRvY3VtZW50IHN1Ym1pdHRlZCBpcyBiYXNlZCBvbiBmdW5kZWQgb3Igc3VwcG9ydGVkIHdvcmsKYnkgYW5vdGhlciBpbnN0aXR1dGlvbiBvdGhlciB0aGFuIHRoZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gR3JhbmRlIGRvIE5vcnRlLCBkZWNsYXJlcyB0aGF0IGl0IGhhcyBmdWxmaWxsZWQgYW55IG9ibGlnYXRpb25zIHJlcXVpcmVkIGJ5IHRoZSByZXNwZWN0aXZlIGFncmVlbWVudCBvciBhZ3JlZW1lbnQuCgpUaGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZG8gUmlvIEdyYW5kZSBkbyBOb3J0ZSB3aWxsIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZnkgaXRzIG5hbWUgKHMpIGFzIHRoZSBhdXRob3IgKHMpIG9yIGhvbGRlciAocykgb2YgdGhlIGRvY3VtZW50J3MgcmlnaHRzCmRlbGl2ZXJlZCwgYW5kIHdpbGwgbm90IG1ha2UgYW55IGNoYW5nZXMsIG90aGVyIHRoYW4gdGhvc2UgcGVybWl0dGVkIGJ5CnRoaXMgbGljZW5zZQo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-08-18T14:28:59Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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