Situação geográfica e agricultura urbana e periurbana na Região Metropolitana de Natal/RN

• Autor(a) principal: Câmara, Iury Antônio Medeiros Palácio da
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49012
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA; Agricultura urbana; Situação geográfica; Território normado; Região metropolitana de Natal

A prática racional da Agricultura Urbana (AU) pode proporcionar certo equilíbrio ao ecossistema urbano, além de oferecer ocupação e renda, em especial para parte da população com maior vulnerabilidade social. Mesmo sendo um tema tão importante, não é comum sua presença entre os estudos da Geografia, em decorrência das maiorias das produções acadêmicas considerarem que o desenvolvimento urbanoindustrial moderno elimina todas as práticas tradicionais do mundo rural, diante da expansão urbana. Porém, é notória que as análises não podem desconsiderar as manifestações típicas do mundo rural no espaço intraurbano, como por exemplo, as práticas de agricultura urbana. O recorte empírico da pesquisa corresponde à Região Metropolitana de Natal, utilizando-se dela enquanto fato e ferramenta, o que possibilita a compreensão e análise do planejamento integrado, bem como a espacialidade do fenômeno em sua totalidade, a partir de uma metodologia própria, permitindo identificar as áreas em que é praticada a agricultura urbana. Busca-se analisar o fenômeno em sua dimensão territorial, uma vez que o território se apresenta como conceito analítico fundamental para aproximação com a realidade. À medida que o território equivale a parcela do espaço geográfico coincidente com a extensão espacial da jurisdição de um governo, as regulamentações de áreas urbanas nos municípios não consideram a heterogeneidade do território, usado por diversos agentes do espaço urbano, incluindo usos de naturezas agrícolas, assim, ocorre a transformação do uso do solo agrícola em urbano. Diante disso, busca-se entender os conteúdos das formas destacadas enquanto urbanas e periurbanas, em virtude da contradição existente nos usos desses espaços paralela as normas que o definem. Assim, reflete-se sobre quais influências as normas do território exercem sobre a prática da agricultura urbana, tentando compreendê-la na totalidade de sua dimensão, bem como o papel dos agentes produtores do espaço urbano frente a essa atividade. Entende-se que as práticas agrícolas nas cidades estão ligadas a cultivos temporários e cultivos permanentes de diversas espécies de vegetais, incluindo também a criação de animais, mas, sobretudo, destacam-se as produções de hortaliças na RMN. Diante desse cenário, surgem conflitos acerca dos perímetros urbanos que estão inseridas as áreas de produção agrícola, envolvendo as delimitações dos planos diretores que não consideram os usos para agricultura urbana no território, influenciando na dinâmica da configuração territorial e sobre a agricultura que vem sendo desenvolvida nessas áreas. Dessa forma, investiga-se como a agricultura urbana integra o ecossistema das cidades, usando diversos serviços da rede urbana ao mesmo tempo em que fornece suas produções para abastecimento alimentar. Ademais, ressalta-se que a organização social dos agricultores urbanos necessita de fortalecimento e maior reconhecimento por parte dos segmentos da sociedade e Estado para que sejam propostos planos e programas para fortalecer a Agricultura Urbana. Portanto, a discussão geográfica em torno desse tema é fundamental para entendimento das especificidades analisadas a partir dessa situação, revelando a importância da Geografia para analisar a Agricultura Urbana e Periurbana na RMN.