Práticas de ensino de Língua Portuguesa em contexto remoto emergencial: oralidade e gêneros orais em videoaulas

• Autor(a) principal: Monteiro, Maria Clara
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54090
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES; CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA; Práticas de ensino; Oralidade; Gêneros textuais/discursivos orais; Videoaulas

Durante o período de ensino remoto emergencial, ocasionado pela pandemia de Covid-19, as práticas de ensino passaram por adaptações a novos formatos. Nesse cenário, Secretarias Estaduais de Educação de dezesseis entes federativos elaboraram programas de ensino que incluíam, entre as atividades, a disponibilização de videoaulas em canais do Youtube e/ou de TVs locais. Evidencia-se, portanto, a necessidade de investigações sobre as referidas práticas durante o período de isolamento social. Considerando-se que, na disciplina de Língua Portuguesa, a oralidade ainda encontra dificuldade para se consolidar enquanto objeto de ensino, como evidenciado nas pesquisas de Magalhães (2007), Costa-Maciel e Barbosa (2016), Rocha e Pereira (2020), é importante investigar o tema no contexto histórico que se deu entre os anos 2020 e 2022. Assim, o presente trabalho tem como o objetivo refletir acerca das concepções de oralidade e do ensino de gêneros orais em videoaulas produzidas no ensino remoto emergencial. Para isso, apoiamo-nos em pressupostos teóricos de Marcuschi (2007), Dolz e Schneuwly (2004), Tardif (2014), Magalhães e Silva (2021) e demais autores sobre oralidade, gêneros textuais/discursivos, ensino de oralidade e práticas docentes. O estudo se insere na área da Linguística, mais especificamente da Linguística Aplicada, e é uma pesquisa descritiva-interpretativa, com abordagem qualitativa, inspirada na netnografia (AMARAL; NATAL; VIANA, 2008). A análise identifica práticas de ensino apoiadas, em especial, na concepção de oralidade em oposição à escrita e, consequentemente, desvinculada de práticas de letramento. Além disso, observa-se que predominam nas orientações didáticas as dimensões dos gêneros relativas à textualidade e à discursividade, desconsiderando-se as dimensões da multimodalidade, da normatividade e da preparação de materiais de apoio ou de questões operacionais, que também deveriam ser contempladas para o estudo integral dos gêneros em estudo. Acrescentem-se a esse resultado orientações didáticas insuficientes para o planejamento, a execução e a autoavaliação de gêneros orais. Diante disso, fica evidente a necessidade de reflexões acerca do ensino de oralidade e de gêneros orais e, de modo mais amplo, acerca da formação de professores, da implementação do currículo, alinhadas às Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (doravante, TDIC).