Representações sociais da maternidade elaboradas por mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28266 |
Resumo: | Introdução: O período gestacional durante a privação de liberdade no sistema prisional, bem como a lactação, são processos delicados, complexos e posto à margem, atentando contra a melhor a experiência da maternidade. A vivência do processo gestacional, no ambiente carcerário possibilita interações que reelaboram os sentidos e o mundo simbólico dessas mulheres. Objetivo: Analisar as representações sociais da maternidade de mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional. Método: Tratase de estudo qualitativo, ancorado nos pressupostos do Paradigma Teórico das Representações Socais, na vertente estrutural, realizado com 42 mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional do Estado do Rio Grande do Norte, entre maio e setembro de 2019. Para coleta de dados, utilizou-se de instrumento de pesquisa composto por questionário sociodemográfico, de entrevista semi-dirigida com a utilização da técnica de evocação livre de palavras, associada ao modelo de substituição e descontextualização (zona muda), com o termo indutor “ser mãe na prisão” e desenho-estória com tema. Os dados foram analisados através de processamento prototípico (quadro de quatro casas) para cada matriz, para as quais foram calculadas, automaticamente, frequências intermediárias (±8,37 matriz 1 e ±8,10 matriz 2) e ordens médias de evocações (matriz 1: ±3,08; matriz 2: ±3,01), de acordo com os requisitos. Compuseram, assim, os núcleos centrais, as periferias e as zonas de contrastes. Realizou-se, ainda, o teste de composição e co-ocorrência das palavras (análise de similitude). O processamento analítico se deu no software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ), versão 7 alpha 2. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: 08005219.7.0000.5537. Resultados: As participantes eram, em maioria, jovens entre 18 e 39 anos de idade (90,5%; n=38) e se encontravam solteiras (50,0%; n=21). 61,9% (n26) relataram duas ou mais gestações, e 47,6% (n=20) referiram um ou mais abortamentos. Na análise prototípica, verificou-se que o termo indutor resultou em 420 evocações e 133 palavras distintas. Após categorização e lematização, o número de palavras diferentes evocadas pelas mulheres foram 84 entre as matrizes 1 e 2. Excluindo-se as evocações com frequência inferior a três, resultou-se em aproveitamento de 31,15%. Na matriz 1, a possível representação do ser mãe na prisão, se cristalizou, principal e semanticamente, pelos termos: separação (f=27; OME: 2.9), tristeza (f=18; OME: 2.3), horrível (f=16; OME: 2.1), dor (f=12; OME: 2.8). Na zona de substituição e de descontextualização (matriz 2), as representações foram objetivadas pelos termos separação (f=18; OME: 3), tristeza (f=13; OME: 2.5), medo (f=11; OME: 2.2), horrível (f=10; OME: 1.5). Desta forma, a única diferença lexical entre os dois núcleos foi a mudança da palavra dor por medo na matriz 2, mantendo a cristalização entre os dois quadros no que se refere ao núcleo central. Na análise de similitude, o núcleo central, composto pelo termo “separação”, teve forte co-ocorrência com as palavras: “sofrimento (11), distante (4), abandonada (3), horrível (9), adoção (4) e tristeza (8)”. Neste sentido, a análise em completude, apresentou, o sofrimento pela ruptura da díade materna mãe-filho como a representação social das participantes sobre a maternidade, uma que vez que o momento da separação é vivenciado desde muito cedo pelas mulheres, ao projetar a desvinculação. Considerações finais: Evidenciou-se que as representações sociais das participantes do estudo, apresentam sentimentos e significados generalizados do “ser mãe na prisão”, que refletem, diretamente no sofrimento vivenciado pela díade materna com a separação, os quais fragilizam e potencializam o aprisionamento feminino, significando para essas mulheres, essencialmente, sofrimento pela dicotomia do vínculo com o filho. |
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Medeiros, Anderson Brito deAzevedo, Dulcian Medeiros deCaravaca-morera, Jaime AlonsoCarvalho, Jovanka Bittencourt Leite deMiranda, Francisco Arnoldo Nunes de2020-01-16T18:11:04Z2020-01-16T18:11:04Z2019-12-04MEDEIROS, Anderson Brito de. Representações sociais da maternidade elaboradas por mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional. 2019. 107f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28266Introdução: O período gestacional durante a privação de liberdade no sistema prisional, bem como a lactação, são processos delicados, complexos e posto à margem, atentando contra a melhor a experiência da maternidade. A vivência do processo gestacional, no ambiente carcerário possibilita interações que reelaboram os sentidos e o mundo simbólico dessas mulheres. Objetivo: Analisar as representações sociais da maternidade de mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional. Método: Tratase de estudo qualitativo, ancorado nos pressupostos do Paradigma Teórico das Representações Socais, na vertente estrutural, realizado com 42 mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional do Estado do Rio Grande do Norte, entre maio e setembro de 2019. Para coleta de dados, utilizou-se de instrumento de pesquisa composto por questionário sociodemográfico, de entrevista semi-dirigida com a utilização da técnica de evocação livre de palavras, associada ao modelo de substituição e descontextualização (zona muda), com o termo indutor “ser mãe na prisão” e desenho-estória com tema. Os dados foram analisados através de processamento prototípico (quadro de quatro casas) para cada matriz, para as quais foram calculadas, automaticamente, frequências intermediárias (±8,37 matriz 1 e ±8,10 matriz 2) e ordens médias de evocações (matriz 1: ±3,08; matriz 2: ±3,01), de acordo com os requisitos. Compuseram, assim, os núcleos centrais, as periferias e as zonas de contrastes. Realizou-se, ainda, o teste de composição e co-ocorrência das palavras (análise de similitude). O processamento analítico se deu no software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ), versão 7 alpha 2. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: 08005219.7.0000.5537. Resultados: As participantes eram, em maioria, jovens entre 18 e 39 anos de idade (90,5%; n=38) e se encontravam solteiras (50,0%; n=21). 61,9% (n26) relataram duas ou mais gestações, e 47,6% (n=20) referiram um ou mais abortamentos. Na análise prototípica, verificou-se que o termo indutor resultou em 420 evocações e 133 palavras distintas. Após categorização e lematização, o número de palavras diferentes evocadas pelas mulheres foram 84 entre as matrizes 1 e 2. Excluindo-se as evocações com frequência inferior a três, resultou-se em aproveitamento de 31,15%. Na matriz 1, a possível representação do ser mãe na prisão, se cristalizou, principal e semanticamente, pelos termos: separação (f=27; OME: 2.9), tristeza (f=18; OME: 2.3), horrível (f=16; OME: 2.1), dor (f=12; OME: 2.8). Na zona de substituição e de descontextualização (matriz 2), as representações foram objetivadas pelos termos separação (f=18; OME: 3), tristeza (f=13; OME: 2.5), medo (f=11; OME: 2.2), horrível (f=10; OME: 1.5). Desta forma, a única diferença lexical entre os dois núcleos foi a mudança da palavra dor por medo na matriz 2, mantendo a cristalização entre os dois quadros no que se refere ao núcleo central. Na análise de similitude, o núcleo central, composto pelo termo “separação”, teve forte co-ocorrência com as palavras: “sofrimento (11), distante (4), abandonada (3), horrível (9), adoção (4) e tristeza (8)”. Neste sentido, a análise em completude, apresentou, o sofrimento pela ruptura da díade materna mãe-filho como a representação social das participantes sobre a maternidade, uma que vez que o momento da separação é vivenciado desde muito cedo pelas mulheres, ao projetar a desvinculação. Considerações finais: Evidenciou-se que as representações sociais das participantes do estudo, apresentam sentimentos e significados generalizados do “ser mãe na prisão”, que refletem, diretamente no sofrimento vivenciado pela díade materna com a separação, os quais fragilizam e potencializam o aprisionamento feminino, significando para essas mulheres, essencialmente, sofrimento pela dicotomia do vínculo com o filho.Introduction: the gestational period during the deprivation of liberty in the prison system, as well as lactation, are delicate, complex and marginalized processes, undermining the best experience of motherhood. The experience of the gestational period in the prison environment enables interactions that rework the senses and symbolic world of these women. Objective: To analyze the social representations of the maternity of pregnant and lactating women who experienced pregnancy deprived of liberty in the prison system. Method: This is a qualitative study, anchored in the assumptions of the Theoretical Paradigm of Social Representations in the structural strand, realized with 42 pregnant and lactating women who experienced pregnancy deprived of liberty in the prison system of the state of Rio Grande do Norte, between May and September 2019. For data collection, we used a research instrument consisting of a sociodemographic questionnaire, a semi-directed interview using the free word evocation technique, associated with the substitution and decontextualization model (mute zone), with the inducing term “being a mother in prison” and themed storytelling. Data were analyzed by prototypic processing (fourbox table) for each matrix, for which intermediate frequencies (± 8.37 matrix 1 and ± 8.10 matrix 2) and mean evocation orders (matrix 1: ±3,08; matrix 2: ±3,01) were automatically calculated according to the requirements. Thus, they composed the central nuclei, the peripheries and the contrast zones. The words composition and cooccurrence test (similarity analysis) were also performed. The analytical processing was carried out using the software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ), version 7 alpha 2. A research was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University do Rio Grande do Norte: 08005219.7.0000.5537. Results: the participants were mostly young people between 18 and 39 years old (90.5%; n = 38) and were single (50.0%; n = 21), 61.9% (n = 26) reported two or more pregnancies, and 47.6% (n = 20) reported one or more abortions. In the prototypic analysis, it was found that the term inductor resulted in 420 evocations and 133 distinct words. After categorization and lemmatization, the number of different words evoked by women were 84 between matrices 1 and 2. Excluding the evocations with frequency less than three, resulted in 31.15% use. In matrix 1, the possible representation of being a mother in prison crystallized, principally and semantically, by the terms: separation (f = 27; OME: 2.9), sadness (f = 18; OME: 2.3), horrible (f = 16). ; OME: 2.1), pain (f = 12; OME: 2.8). In the substitution and decontextualization zone (matrix 2), the representations were objectified by the terms separation (f = 18; OME: 3), sadness (f = 13; OME: 2.5), fear (f = 11; OME: 2.2), horrible (f = 10; OME: 1.5). Thus, the only lexical difference between the two nuclei was the change of the word pain for fear in matrix 2, maintaining the crystallization between the two frames with respect to the central nucleus. In the similarity analysis, the central nucleus, composed by the term “separation”, had a strong co-occurrence with the words: “suffering (11), distant (4), abandoned (3), horrible (9), adoption (4) and sadness (8)”. In this sense, the complete analysis presented the suffering of the rupture of the mother-child maternal dyad as the social representation of the participants about motherhood, since the moment of separation is experienced very early by women, when projecting the untying. Final considerations: It was evidenced that the social representations of the study participants present generalized feelings and meanings of “being a mother in prison”, which reflect directly on the suffering experienced by the maternal dyad with separation, which weaken and potentiate women's imprisonment. , meaning for these women, essentially, suffering for the dichotomy of the bond with the child.CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEMEnfermagemGravidezLactaçãoPrisõesPrisioneirosPsicologia socialRepresentações sociais da maternidade elaboradas por mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEMUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTRepresentacoessociaismaternidade_Medeiros_2019.pdf.txtRepresentacoessociaismaternidade_Medeiros_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain192139https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28266/2/Representacoessociaismaternidade_Medeiros_2019.pdf.txt90bbd83b022796daf54c7590a61b29b3MD52THUMBNAILRepresentacoessociaismaternidade_Medeiros_2019.pdf.jpgRepresentacoessociaismaternidade_Medeiros_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2163https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28266/3/Representacoessociaismaternidade_Medeiros_2019.pdf.jpg546870bf9ef8274e8a3898401458aad8MD53ORIGINALRepresentacoessociaismaternidade_Medeiros_2019.pdfapplication/pdf4636295https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28266/1/Representacoessociaismaternidade_Medeiros_2019.pdf0d2b96c41d72f6a393654cb1cda147fcMD51123456789/282662020-01-19 04:50:36.063oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/28266Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-01-19T07:50:36Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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