Trilhando "caminhos de volta": o que se aprende ao andar na fronteira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51151 |
Resumo: | A negação da nossa ancestralidade pela colonização é uma ferida que poucas de nós temos acessado o direito de cuidar. Há séculos a historiografia local determinou o desaparecimento do indígena potiguar, o que reflete o genocídio dos povos originários do Rio Grande do Norte. Diante desta e outras pistas para a pesquisa me aproximei da indígena Guayumi Potyguara e da sua experiência de retomada étnica, propondo como objetivo geral: Compreender o processo de autoreconhecimento de uma mulher indígena e sua relação com as suas experiências de vida. E, como objetivos específicos: a) resgatar com a interlocutora sua história de vida pensando seu corpo-território no processo de autorreconhecimento como mulher indígena; e, b) analisar o seu processo de constituição como mulher indígena e os efeitos na vida desta, nas relações de gênero nos âmbitos familiar e comunitário. Apostamos na hibridização de metodologias outras com a perspectiva ética-política da decolonialidade, esta não é apenas um conceito ou uma definição, mas uma opção de vida, definida por ação e engajamento. Utilizamos as seguintes ferramentas: diários de campo; entrevistas narrativas; passeio pelo acervo de memórias fotográficas e produções desta mulher; e, escrevivências minhas. Buscamos tecer narrativas políticas que abarquem as dimensões do seu processo de autorreconhecimento, do seu corpoterritório e os efeitos na sua vivência como mulher indígena. As narrativas foram inicialmente redigidas por mim, mas lidas e modificadas após a leitura de Guayumi, construindo uma metodologia em forma de círculo, remetendo às cotidianas formações indígenas que organizam tanto os espaços, os torés, os espaços de decisão, até suas cosmovisões. A questão da identidade indígena é complexa, já que diz de processos subjetivos e também coletivos. No entanto, podemos perceber que ao contrário do que temos dado por identidade como algo que é estático, típico da modernidade, a identidade para é muito mais um fluxo, movimento e transformação.. Afinal, todas nós fazemos parte desse organismo vivo que é a terra, somos esse corpo-território. |
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