A cidade encontra o rio: características da ocupação e conflitos de uso do solo na Bacia Hidrográfica do Rio Pitimbu, na RMNatal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57750 |
Resumo: | Os rios são importantes elementos de estruturação do tecido urbano, mas também sofrem muito nesse processo. A urbanização coloca sérias ameaças aos seus próprios mananciais, gerando uma relação conflituosa onde, ao mesmo tempo que a cidade necessita fundamentalmente da água para sobreviver, ela polui, canaliza e impermeabiliza seus rios e leitos de cheia, desmata as zonas ripárias e destrói as possibilidades de reinfiltração da água no solo. O processo de recarga dos mananciais não consegue acompanhar o aumento contínuo da demanda por água nas cidades, causando rebaixamentos sistemáticos nos reservatórios e, por consequência, escassez. A Região Metropolitana de Natal, por sua vez, apresenta um relacionamento ambíguo com seus rios, colocando-os como importantes fontes de abastecimento e desenvolvimento enquanto, por outro lado, deixa-os sofrer com um processo de ocupação incompatível com o suporte de infraestrutura urbana existente e com as características ambientais do território, sendo receptores de dejetos de atividades industriais e agrícolas e de inúmeras ligações clandestinas de esgoto ao longo de seus cursos. O Rio Pitimbu mostra-se para a cidade de Natal já em meados do século XX, quando seu crescimento no sentido sul alcança então esta nova barreira natural. O que acontece, então, quando a cidade encontra esse Rio? Com características rurais e de crescimento lento, o avanço da urbanização na região tomou fôlego a partir da década de 1970. O Rio Pitimbu corta ao longo de seu curso parcelas do território dos municípios de Natal, Parnamirim e Macaíba, integrantes da Região Metropolitana de Natal (RMN); e sua microbacia, integrante da bacia do Rio Pirangi, constitui-se em uma importante área de recarga de um dos principais mananciais de abastecimento de água potável para a RMN – contudo, o fenômeno de ocupação urbana compromete o desenvolvimento das funções ambientais do Rio, sendo evidentes o desmatamento, a erosão, a poluição e o assoreamento em vários pontos de seu curso, além da pressão do mercado imobiliário e da ocupação informal na área. Neste ponto, cabe-nos perguntar: como as características da ocupação e do desenvolvimento urbano interferem na capacidade de recarga de seus mananciais? É possível conciliar o processo de desenvolvimento urbano com a preservação dos corpos d’água e mananciais, ou dos rios com suas margens e matas? Ao considerar, por um lado, a bacia hidrográfica como unidade básica de planejamento territorial (dada a sua capacidade de integração entre os aspectos naturais, socioeconômicos e culturais do território); e por outro o conjunto de políticas públicas e instrumentos urbanísticos existentes atualmente, este estudo visa analisar o processo de desenvolvimento urbano na perspectiva do ciclo da água, a partir da observação do relacionamento entre a configuração da ocupação do território e as características biofísicas do meio. Assim, busca-se contemplar o sítio urbano como um todo, incluindo os aspectos naturais e sua articulação com a ação humana, e para tanto a análise integrada do território é possível graças à espacialização do fenômeno analisado e à integração dos dados pelo mapeamento temático. Procura-se, com este estudo, fornecer subsídios para o planejamento territorial da região, servindo de base e orientação para a formulação de políticas públicas adequadas à capacidade de suporte do ambiente e das condições de infraestrutura instaladas ou previstas; tendo em mente uma ocupação fundada em critérios urbanísticos-ambientais que busquem conciliar as necessidades de crescimento e desenvolvimento das cidades com a preservação dos seus estoques de água e a manutenção do equilíbrio ecológico. |
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A urbanização coloca sérias ameaças aos seus próprios mananciais, gerando uma relação conflituosa onde, ao mesmo tempo que a cidade necessita fundamentalmente da água para sobreviver, ela polui, canaliza e impermeabiliza seus rios e leitos de cheia, desmata as zonas ripárias e destrói as possibilidades de reinfiltração da água no solo. O processo de recarga dos mananciais não consegue acompanhar o aumento contínuo da demanda por água nas cidades, causando rebaixamentos sistemáticos nos reservatórios e, por consequência, escassez. A Região Metropolitana de Natal, por sua vez, apresenta um relacionamento ambíguo com seus rios, colocando-os como importantes fontes de abastecimento e desenvolvimento enquanto, por outro lado, deixa-os sofrer com um processo de ocupação incompatível com o suporte de infraestrutura urbana existente e com as características ambientais do território, sendo receptores de dejetos de atividades industriais e agrícolas e de inúmeras ligações clandestinas de esgoto ao longo de seus cursos. O Rio Pitimbu mostra-se para a cidade de Natal já em meados do século XX, quando seu crescimento no sentido sul alcança então esta nova barreira natural. O que acontece, então, quando a cidade encontra esse Rio? Com características rurais e de crescimento lento, o avanço da urbanização na região tomou fôlego a partir da década de 1970. O Rio Pitimbu corta ao longo de seu curso parcelas do território dos municípios de Natal, Parnamirim e Macaíba, integrantes da Região Metropolitana de Natal (RMN); e sua microbacia, integrante da bacia do Rio Pirangi, constitui-se em uma importante área de recarga de um dos principais mananciais de abastecimento de água potável para a RMN – contudo, o fenômeno de ocupação urbana compromete o desenvolvimento das funções ambientais do Rio, sendo evidentes o desmatamento, a erosão, a poluição e o assoreamento em vários pontos de seu curso, além da pressão do mercado imobiliário e da ocupação informal na área. Neste ponto, cabe-nos perguntar: como as características da ocupação e do desenvolvimento urbano interferem na capacidade de recarga de seus mananciais? É possível conciliar o processo de desenvolvimento urbano com a preservação dos corpos d’água e mananciais, ou dos rios com suas margens e matas? Ao considerar, por um lado, a bacia hidrográfica como unidade básica de planejamento territorial (dada a sua capacidade de integração entre os aspectos naturais, socioeconômicos e culturais do território); e por outro o conjunto de políticas públicas e instrumentos urbanísticos existentes atualmente, este estudo visa analisar o processo de desenvolvimento urbano na perspectiva do ciclo da água, a partir da observação do relacionamento entre a configuração da ocupação do território e as características biofísicas do meio. Assim, busca-se contemplar o sítio urbano como um todo, incluindo os aspectos naturais e sua articulação com a ação humana, e para tanto a análise integrada do território é possível graças à espacialização do fenômeno analisado e à integração dos dados pelo mapeamento temático. Procura-se, com este estudo, fornecer subsídios para o planejamento territorial da região, servindo de base e orientação para a formulação de políticas públicas adequadas à capacidade de suporte do ambiente e das condições de infraestrutura instaladas ou previstas; tendo em mente uma ocupação fundada em critérios urbanísticos-ambientais que busquem conciliar as necessidades de crescimento e desenvolvimento das cidades com a preservação dos seus estoques de água e a manutenção do equilíbrio ecológico.Rivers are important structural elements of the urban fabric, but they also suffer greatly in this process. Urbanization poses serious threats to its own springs, creating a conflictive relationship where, while the city essentially needs water to survive, it pollutes, channels and waterproofs its rivers and floodplains, deforests riparian zones and destroys possibilities of reinfiltration of the water in the soil. The process of recharge of the water sources can not keep up with the continuous increase in the demand for water in the cities, causing systematic lowering in the reservoirs and, consequently, scarcity. The Metropolitan Region of Natal, on the other hand, presents an ambiguous relationship with its rivers, placing them as important sources of supply and development while, on the other hand, it leaves them to suffer with an occupation process incompatible with the support of urban infrastructure existing and with the environmental characteristics of the territory, receiving waste from industrial and agricultural activities and numerous clandestine sewage connections throughout their courses. The Pitimbu River shows itself to the city of Natal already in the middle of century XX, when its growth in the south direction reaches then this new natural barrier. What happens, then, when the city meets this Rio? With rural characteristics and slow growth, the advance of urbanization in the region took hold from the 1970s. The Pitimbu River cuts along its course parcels of territory of the municipalities of Natal, Parnamirim and Macaíba, members of the Metropolitan Region of Natal (NMR); and its microbasin, which is part of the Pirangi River basin, is an important recharge area for one of the main sources of drinking water for NMR - however, the phenomenon of urban occupation jeopardizes the development of Rio's environmental functions, with deforestation, erosion, pollution and silting evident at various points along its course, as well as the pressure of the real estate market and informal occupation in the area. At this point, we must ask: how do the characteristics of occupation and urban development interfere with the capacity of recharge of its sources? Is it possible to reconcile the process of urban development with the preservation of water bodies and springs, or rivers with their banks and forests? Considering, on the one hand, the hydrographic basin as a basic unit of territorial planning (given its capacity for integration between the natural, socioeconomic and cultural aspects of the territory); and on the other hand the set of public policies and urban planning instruments currently in existence, this study aims to analyze the urban development process from the perspective of the water cycle, from the observation of the relationship between the configuration of the occupation of the territory and the biophysical characteristics of the environment. Thus, it is sought to contemplate the urban site as a whole, including the natural aspects and its articulation with human action, and for this reason the integrated analysis of the territory is possible thanks to the spatial analysis of the phenomenon analyzed and the integration of the data by thematic mapping. The aim of this study is to provide subsidies for the territorial planning of the region, serving as the basis and orientation for the formulation of public policies appropriate to the capacity to support the environment and the installed or planned infrastructure conditions; bearing in mind an occupation based on urban-environmental criteria that seek to reconcile the growth and development needs of the cities with the preservation of their water supplies and the maintenance of the ecological balance.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMOUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ARQUITETURA E URBANISMOProdução do espaço urbanoBacias hidrográficasProteção de mananciaisA cidade encontra o rio: características da ocupação e conflitos de uso do solo na Bacia Hidrográfica do Rio Pitimbu, na RMNatalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALCidadeencontrario_Assis_2018.pdfapplication/pdf11178524https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/57750/1/Cidadeencontrario_Assis_2018.pdfff9c20c60ba0bb6fa9b0d65ef8795cddMD51123456789/577502024-03-04 17:05:40.315oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/57750Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2024-03-04T20:05:40Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Os rios são importantes elementos de estruturação do tecido urbano, mas também sofrem muito nesse processo. A urbanização coloca sérias ameaças aos seus próprios mananciais, gerando uma relação conflituosa onde, ao mesmo tempo que a cidade necessita fundamentalmente da água para sobreviver, ela polui, canaliza e impermeabiliza seus rios e leitos de cheia, desmata as zonas ripárias e destrói as possibilidades de reinfiltração da água no solo. O processo de recarga dos mananciais não consegue acompanhar o aumento contínuo da demanda por água nas cidades, causando rebaixamentos sistemáticos nos reservatórios e, por consequência, escassez. A Região Metropolitana de Natal, por sua vez, apresenta um relacionamento ambíguo com seus rios, colocando-os como importantes fontes de abastecimento e desenvolvimento enquanto, por outro lado, deixa-os sofrer com um processo de ocupação incompatível com o suporte de infraestrutura urbana existente e com as características ambientais do território, sendo receptores de dejetos de atividades industriais e agrícolas e de inúmeras ligações clandestinas de esgoto ao longo de seus cursos. O Rio Pitimbu mostra-se para a cidade de Natal já em meados do século XX, quando seu crescimento no sentido sul alcança então esta nova barreira natural. O que acontece, então, quando a cidade encontra esse Rio? Com características rurais e de crescimento lento, o avanço da urbanização na região tomou fôlego a partir da década de 1970. O Rio Pitimbu corta ao longo de seu curso parcelas do território dos municípios de Natal, Parnamirim e Macaíba, integrantes da Região Metropolitana de Natal (RMN); e sua microbacia, integrante da bacia do Rio Pirangi, constitui-se em uma importante área de recarga de um dos principais mananciais de abastecimento de água potável para a RMN – contudo, o fenômeno de ocupação urbana compromete o desenvolvimento das funções ambientais do Rio, sendo evidentes o desmatamento, a erosão, a poluição e o assoreamento em vários pontos de seu curso, além da pressão do mercado imobiliário e da ocupação informal na área. Neste ponto, cabe-nos perguntar: como as características da ocupação e do desenvolvimento urbano interferem na capacidade de recarga de seus mananciais? É possível conciliar o processo de desenvolvimento urbano com a preservação dos corpos d’água e mananciais, ou dos rios com suas margens e matas? Ao considerar, por um lado, a bacia hidrográfica como unidade básica de planejamento territorial (dada a sua capacidade de integração entre os aspectos naturais, socioeconômicos e culturais do território); e por outro o conjunto de políticas públicas e instrumentos urbanísticos existentes atualmente, este estudo visa analisar o processo de desenvolvimento urbano na perspectiva do ciclo da água, a partir da observação do relacionamento entre a configuração da ocupação do território e as características biofísicas do meio. Assim, busca-se contemplar o sítio urbano como um todo, incluindo os aspectos naturais e sua articulação com a ação humana, e para tanto a análise integrada do território é possível graças à espacialização do fenômeno analisado e à integração dos dados pelo mapeamento temático. Procura-se, com este estudo, fornecer subsídios para o planejamento territorial da região, servindo de base e orientação para a formulação de políticas públicas adequadas à capacidade de suporte do ambiente e das condições de infraestrutura instaladas ou previstas; tendo em mente uma ocupação fundada em critérios urbanísticos-ambientais que busquem conciliar as necessidades de crescimento e desenvolvimento das cidades com a preservação dos seus estoques de água e a manutenção do equilíbrio ecológico. |
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