Influência das macroalgas sobre a teia trófica de ambientes costeiros impactados pela pesca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Laiane Lane Lucena de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47600
Resumo: Os ambientes costeiros estão sendo, frequentemente, degradados em decorrência dos impactos antrópicos. A floração de macroalgas é uma consequência da eutrofização dos corpos d'água, que podem favorecer organismos herbívoros, detritívoros e filtradores, aumentando a produtividade primária bruta e respiração dos ecossistemas. Da mesma forma, a sobre-explotação pesqueira pode atuar na regulação top-down, favorecendo floração de macroalgas via declínio de peixes predadores de topo. A fim de compreender a complexidade das teias tróficas dos ecossistemas costeiros impactados por macroalgas e atividade pesqueira, utilizamos o software Ecopath with Ecosim. Dois ambientes costeiros, explorados por pescarias artesanais, foram avaliados e comparados: Baía Formosa (BF) e Porto do Mangue (PM) (ambiente influenciado por floração de macroalgas), ambos no estado do Rio Grande do Norte, nordeste brasileiro. A elevada concentração de nutrientes somada às condições semiáridas de PM favoreceu uma maior biomassa de Produtores Primários (Macroalgae e Phytoplankton) e Peixes Mesopredadores neste ecossistema. Já BF apresentou maior biomassa de invertebrados, favorecidos pela baixa biomassa algal e alta biomassa de Peixes Predadores de Topo, bem como um ecossistema formado por sedimento mais fino. Estas características estruturais de PM resultaram em uma Produção Primária Líquida elevada e diagrama de fluxo baseado na regulação bottom-up. Entretanto, as macroalgas apresentaram baixo impacto trófico, visto que, grande parte da sua biomassa foi transformada em detrito e exportada para ecossistemas adjacentes, caracterizando um ecossistema imaturo. O oposto foi encontrado no ecossistema de BF, considerado maduro, com elevado fluxo de consumo, respiração e, ainda, grande representação de todos os níveis tróficos no seu diagrama de fluxo. A pesca, por sua vez, não favoreceu a floração de macroalgas, mas, atingiu diferencialmente os demais grupos entre os ecossistemas. Em BF, a captura especializada em predadores de topo favoreceu os peixes de níveis tróficos intermediários. Já em PM, a pesca teve efeito prejudicial ao longo da teia, pois a captura foi generalizada, impactando negativamente os diversos níveis tróficos. Portanto, a eutrofização e atividade pesqueira em PM geraram maior estresse para as espécies que compõe a teia trófica deste ecossistema, dificultando a evolução para um estado mais estável e maduro de sucessão ecológica.
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Da mesma forma, a sobre-explotação pesqueira pode atuar na regulação top-down, favorecendo floração de macroalgas via declínio de peixes predadores de topo. A fim de compreender a complexidade das teias tróficas dos ecossistemas costeiros impactados por macroalgas e atividade pesqueira, utilizamos o software Ecopath with Ecosim. Dois ambientes costeiros, explorados por pescarias artesanais, foram avaliados e comparados: Baía Formosa (BF) e Porto do Mangue (PM) (ambiente influenciado por floração de macroalgas), ambos no estado do Rio Grande do Norte, nordeste brasileiro. A elevada concentração de nutrientes somada às condições semiáridas de PM favoreceu uma maior biomassa de Produtores Primários (Macroalgae e Phytoplankton) e Peixes Mesopredadores neste ecossistema. Já BF apresentou maior biomassa de invertebrados, favorecidos pela baixa biomassa algal e alta biomassa de Peixes Predadores de Topo, bem como um ecossistema formado por sedimento mais fino. Estas características estruturais de PM resultaram em uma Produção Primária Líquida elevada e diagrama de fluxo baseado na regulação bottom-up. Entretanto, as macroalgas apresentaram baixo impacto trófico, visto que, grande parte da sua biomassa foi transformada em detrito e exportada para ecossistemas adjacentes, caracterizando um ecossistema imaturo. O oposto foi encontrado no ecossistema de BF, considerado maduro, com elevado fluxo de consumo, respiração e, ainda, grande representação de todos os níveis tróficos no seu diagrama de fluxo. A pesca, por sua vez, não favoreceu a floração de macroalgas, mas, atingiu diferencialmente os demais grupos entre os ecossistemas. Em BF, a captura especializada em predadores de topo favoreceu os peixes de níveis tróficos intermediários. Já em PM, a pesca teve efeito prejudicial ao longo da teia, pois a captura foi generalizada, impactando negativamente os diversos níveis tróficos. Portanto, a eutrofização e atividade pesqueira em PM geraram maior estresse para as espécies que compõe a teia trófica deste ecossistema, dificultando a evolução para um estado mais estável e maduro de sucessão ecológica.Coastal environments are often being degraded as a result of anthropogenic impacts. Macroalgal blooms are a consequence of eutrophication of water bodies, which can favor herbivorous, detritivores, and filter-feeding organisms, increasing gross primary productivity and ecosystem respiration. Similarly, fisheries overexploitation can act in top- down regulation, favoring macroalgal blooms via declines in top predatory fish. In order to understand the complexity of trophic webs of coastal ecosystems impacted by macroalgae and fishing activity, we used the software Ecopath with Ecosim. Two coastal environments, exploited by artisanal fisheries, were evaluated, and compared: Baía Formosa (BF) and Porto do Mangue (PM) (environment influenced by macroalgae blooms), both in Rio Grande do Norte state, northeastern Brazil. The high nutrient concentration added to the semi-arid conditions of PM favored a higher biomass of Primary Producers (Macroalgae and Phytoplankton) and Mesopredator Fishes in this ecosystem. BF, on the other hand, showed higher biomass of invertebrates, favored by low algal biomass and high biomass of Top Predator Fishes, as well as an ecosystem formed by thinner sediment. These structural characteristics of PM resulted in a high Net Primary Production and flow diagram based on bottom-up regulation. However, the macroalgae showed low trophic impact, since a large part of their biomass was transformed into detritus and exported to adjacent ecosystems, characterizing an immature ecosystem. The opposite was found in the BF ecosystem, considered mature, with high consumption flow, respiration, and also high representation of all trophic levels in its flow chart. Fishing, on the other hand, did not favor macroalgae blooms, but differentially affected the other groups between the ecosystems. In BF, the capture specialized in top predators favored fish of intermediate trophic levels. In PM, fishing had a detrimental effect along the web, because the catch was generalized, negatively impacting the various trophic levels. Therefore, eutrophication and fishing activity in PM generated greater stress for the species that make up the trophic web of this ecosystem, hindering the evolution towards a more stable and mature state of ecological succession.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIAUFRNBrasilEutrofizaçãoPesca artesanalEwEEstrutura tróficaDesenvolvimento do ecossistemaEspécies-chaveInfluência das macroalgas sobre a teia trófica de ambientes costeiros impactados pela pescainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALInfluenciamacroalgassobre_Medeiros_2022.pdfapplication/pdf2655495https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/47600/1/Influenciamacroalgassobre_Medeiros_2022.pdfec03b4177322340823069e9795e63d99MD51123456789/476002022-06-08 16:38:16.399oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/47600Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-06-08T19:38:16Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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