Nem poeira nem nuvem: debates sobre o historiar a partir de vigiar e punir

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tôrres, Pablo Henrique Spíndola
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10056
Resumo: A proposta foi historiar um debate no qual se propôs pensar sobre como um historiador, que reflete a partir do presente, constitui uma forma outra de pensar o passado. O debate selecionado começa com a publicação do livro Vigiar e Punir: o nascimento das prisões, (Surveiller et punir: naissance de la prison), publicado em 1975 por Michel Foucault. Esse escrito teve uma resenha crítica feita pelo historiador, também francês, Jacques Léonard chamada L’historien et le philosophe – A propos de: Surveiller et punir: naissance de la prison. A crítica foi respondida em um texto chamado A poeira e a nuvem (La poussière et le nuage), escrito por Michel Foucault e se desdobrou em um encontro entre eles e mais alguns historiadores numa mesa- redonda de 20 de maio de 1978 (Table ronde du 20 mai 1978). A investigação foi dividida em três capítulos, no primeiro foi abordado os dois textos que começaram o debate, na tentativa de retomar os seus argumentos e entender com eles foram sendo conduzidos em perspectivas que podem ser associados a um debate mais amplo. Em seguida foram feitas relações com outros debates que estavam ocorrendo na França e uma relação com as tradições teóricas com as quais os dois pensadores podem ser associados. No segundo capítulo, foi feito um levantamento sobre Jacques Léonard, tentando localizar suas pesquisas no cenário da história da medicina francesa e seus pressupostos. Assim como os posicionamentos teóricos que marcaram a forma de Foucault lidar com a história, principalmente no que se refere às genealogias. As genealogias foram historiadas como táticas empregadas por Foucault ao lidar com a história e pensadas no plural, tentado dar contar assim da diversidade de abordagens que elas engendram. Nesse sentido foi necessário retomar as discussões em diversos escritos, palestras, conferências e aulas, no momento da escritura do livro Surveiller et punir. No terceiro capítulo se voltou para o livro, pois a investigação buscou perceber como os sucessivos deslocamentos teóricos de Foucault foram se rearranjando até chegarem no livro propriamente dito. A ideia foi tentar perceber os escritos em movimento e não estabelecer neles uma verdade exegética, para em seguida abordar as argumentações contidas em Surveiller et punir. As argumentações apresentadas no livro foram cartografadas para relacioná-las com o debate que se desdobrou nos textos de Léonard e Foucault. A última parte do texto se dedicou à Table ronde du 20 mai 1978, a preocupação foi perceber entre os participantes, os seus respectivos posicionamentos em relação à história e como nesse momento a discussão deixou de ser sobre o livro de Foucault e passou a ser sobre o saber histórico. A pesquisa se voltou para as considerações levantadas nos debates, principalmente naquilo que, de alguma forma, pareceu ser mais desconfortável aos debatedores ao se problematizar o historiar. Dois posicionamentos em particular: a forma como Foucault pensa sobre seus métodos, principalmente no que se refere à aproximação com as genealogias; e como ele lida com a noção de acontecimento e as implicações disso no seu historiar.
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spelling Tôrres, Pablo Henrique SpíndolaJulião, José Nicolao77102835787http://lattes.cnpq.br/5894462070453777Julião, José NicolaoYazbek, André ConstantinoLins, Carlos Eduardo Freire EstellitaTeixeira, Rebeca GontijoChevitarese, Leandro Pinheiro03202073400http://lattes.cnpq.br/89369604246045242023-12-21T18:56:53Z2023-12-21T18:56:53Z2018-08-15TÔRRES, Pablo Henrique Spíndola. Nem poeira nem nuvem: debates sobre o historiar a partir de vigiar e punir. 2018. 245 f.. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica-RJ, 2018.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10056A proposta foi historiar um debate no qual se propôs pensar sobre como um historiador, que reflete a partir do presente, constitui uma forma outra de pensar o passado. O debate selecionado começa com a publicação do livro Vigiar e Punir: o nascimento das prisões, (Surveiller et punir: naissance de la prison), publicado em 1975 por Michel Foucault. Esse escrito teve uma resenha crítica feita pelo historiador, também francês, Jacques Léonard chamada L’historien et le philosophe – A propos de: Surveiller et punir: naissance de la prison. A crítica foi respondida em um texto chamado A poeira e a nuvem (La poussière et le nuage), escrito por Michel Foucault e se desdobrou em um encontro entre eles e mais alguns historiadores numa mesa- redonda de 20 de maio de 1978 (Table ronde du 20 mai 1978). A investigação foi dividida em três capítulos, no primeiro foi abordado os dois textos que começaram o debate, na tentativa de retomar os seus argumentos e entender com eles foram sendo conduzidos em perspectivas que podem ser associados a um debate mais amplo. Em seguida foram feitas relações com outros debates que estavam ocorrendo na França e uma relação com as tradições teóricas com as quais os dois pensadores podem ser associados. No segundo capítulo, foi feito um levantamento sobre Jacques Léonard, tentando localizar suas pesquisas no cenário da história da medicina francesa e seus pressupostos. Assim como os posicionamentos teóricos que marcaram a forma de Foucault lidar com a história, principalmente no que se refere às genealogias. As genealogias foram historiadas como táticas empregadas por Foucault ao lidar com a história e pensadas no plural, tentado dar contar assim da diversidade de abordagens que elas engendram. Nesse sentido foi necessário retomar as discussões em diversos escritos, palestras, conferências e aulas, no momento da escritura do livro Surveiller et punir. No terceiro capítulo se voltou para o livro, pois a investigação buscou perceber como os sucessivos deslocamentos teóricos de Foucault foram se rearranjando até chegarem no livro propriamente dito. A ideia foi tentar perceber os escritos em movimento e não estabelecer neles uma verdade exegética, para em seguida abordar as argumentações contidas em Surveiller et punir. As argumentações apresentadas no livro foram cartografadas para relacioná-las com o debate que se desdobrou nos textos de Léonard e Foucault. A última parte do texto se dedicou à Table ronde du 20 mai 1978, a preocupação foi perceber entre os participantes, os seus respectivos posicionamentos em relação à história e como nesse momento a discussão deixou de ser sobre o livro de Foucault e passou a ser sobre o saber histórico. A pesquisa se voltou para as considerações levantadas nos debates, principalmente naquilo que, de alguma forma, pareceu ser mais desconfortável aos debatedores ao se problematizar o historiar. Dois posicionamentos em particular: a forma como Foucault pensa sobre seus métodos, principalmente no que se refere à aproximação com as genealogias; e como ele lida com a noção de acontecimento e as implicações disso no seu historiar.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESLa proposition était d'historiciser un débat dans lequel il était proposé de réfléchir à la manière dont un historien, qui réfléchit à partir du présent, constitue une autre façon de penser le passé. Le débat choisi commence par la publication du livre Surveiller et punir : la naissance des prisons publié en 1975 par Michel Foucault. Cette écriture a fait l’objet d'une critique de la part de l’historien, également français, Jacques Léonard, intitulé L'historien et le philosophe - À propos de : Surveiller et punir : naissance de la prison. La critique a été répondu dans un texte appelé La poussière et de nuages, écrit par Michel Foucault et se déroulait dans une rencontre entre eux et certains historiens une Table ronde du 20 mai 1978. La recherche a été divisée en trois chapitres, le premier a été abordé les deux textes qui ont commencé le débat pour tenter de reprendre leurs arguments et comprendre avec eux ont été menées sur les perspectives qui peuvent être liés à un débat plus large. Ensuite, des relations ont été établies avec d'autres débats qui se déroulaient en France et une relation avec les traditions théoriques auxquelles les deux penseurs peuvent être associés. Dans le deuxième chapitre, une enquête a été faite sur Jacques Léonard, cherchant à situer ses recherches sur la scène de l’histoire de la médecine française et ses hypothèses. Tout comme les positions théoriques qui ont marqué la façon dont Foucault traite l’histoire, notamment en ce qui concerne les généalogies. Les généalogies ont été historicisées en tant que tactiques employées par Foucault dans le traitement de l'histoire et la pensée au pluriel, a tenté de rendre compte de la diversité des approches qu'ils engendrent. En ce sens, il était nécessaire de reprendre les discussions dans plusieurs écrits, conférences, conférences et cours, au moment de la rédaction du livre Surveiller et punir. Dans le troisième chapitre, il se tourna vers le livre, alors que la recherche cherchait à voir comment les changements théoriques successifs de Foucault se réorganisaient jusqu'à leur arrivée dans le livre lui-même. L'idée était d'essayer de percevoir les écrits en mouvement et non d’y établir une vérité exégétique, pour ensuite aborder les arguments contenus dans Surveiller et punir. Les arguments présentés dans le livre ont été cartographiés pour les relier au débat qui s’est déroulé dans les textes de Leonard et Foucault. La dernière section est consacrée à la Table ronde du 20 mai 1978 la préoccupation était de voir parmi les participants, leurs positions respectives par rapport à l'histoire et comment à cette époque, la discussion n'est plus sur le livre Foucault et est devenu au sujet la connaissance historique. La recherche s’est tournée vers les considérations soulevées dans les débats, en particulier dans ce qui, d'une certaine manière, semblait être plus inconfortable pour les débatteurs lors de la problématisation de l’historiser. Deux positions en particulier : la façon dont Foucault pense à ses méthodes, notamment en ce qui concerne l'approche des généalogies ; et comment il traite de la notion de happening et des implications de cela dans son histoireapplication/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e Sociaisdesconsertosemergênciasgenealogiasdéconcerter, ,émergencegénéalogiesHistóriaNem poeira nem nuvem: debates sobre o historiar a partir de vigiar e punirNi poussière ni nuage : débats sur le historiser de surveiller et punirinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz de. A feira dos mitos: a fabricação do folclore da cultura popular – nordeste 1920-1950. São Paulo: Editora Intermeios, 2013. . A invenção do Nordeste e outras artes. Recife: Editora Cortez, 2012. . História: a arte de inventar o passado. Ensaios de teoria da história. Bauru: Edusc, 2007. . 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Tôrres, Pablo Henrique Spíndola
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description A proposta foi historiar um debate no qual se propôs pensar sobre como um historiador, que reflete a partir do presente, constitui uma forma outra de pensar o passado. O debate selecionado começa com a publicação do livro Vigiar e Punir: o nascimento das prisões, (Surveiller et punir: naissance de la prison), publicado em 1975 por Michel Foucault. Esse escrito teve uma resenha crítica feita pelo historiador, também francês, Jacques Léonard chamada L’historien et le philosophe – A propos de: Surveiller et punir: naissance de la prison. A crítica foi respondida em um texto chamado A poeira e a nuvem (La poussière et le nuage), escrito por Michel Foucault e se desdobrou em um encontro entre eles e mais alguns historiadores numa mesa- redonda de 20 de maio de 1978 (Table ronde du 20 mai 1978). A investigação foi dividida em três capítulos, no primeiro foi abordado os dois textos que começaram o debate, na tentativa de retomar os seus argumentos e entender com eles foram sendo conduzidos em perspectivas que podem ser associados a um debate mais amplo. Em seguida foram feitas relações com outros debates que estavam ocorrendo na França e uma relação com as tradições teóricas com as quais os dois pensadores podem ser associados. No segundo capítulo, foi feito um levantamento sobre Jacques Léonard, tentando localizar suas pesquisas no cenário da história da medicina francesa e seus pressupostos. Assim como os posicionamentos teóricos que marcaram a forma de Foucault lidar com a história, principalmente no que se refere às genealogias. As genealogias foram historiadas como táticas empregadas por Foucault ao lidar com a história e pensadas no plural, tentado dar contar assim da diversidade de abordagens que elas engendram. Nesse sentido foi necessário retomar as discussões em diversos escritos, palestras, conferências e aulas, no momento da escritura do livro Surveiller et punir. No terceiro capítulo se voltou para o livro, pois a investigação buscou perceber como os sucessivos deslocamentos teóricos de Foucault foram se rearranjando até chegarem no livro propriamente dito. A ideia foi tentar perceber os escritos em movimento e não estabelecer neles uma verdade exegética, para em seguida abordar as argumentações contidas em Surveiller et punir. As argumentações apresentadas no livro foram cartografadas para relacioná-las com o debate que se desdobrou nos textos de Léonard e Foucault. A última parte do texto se dedicou à Table ronde du 20 mai 1978, a preocupação foi perceber entre os participantes, os seus respectivos posicionamentos em relação à história e como nesse momento a discussão deixou de ser sobre o livro de Foucault e passou a ser sobre o saber histórico. A pesquisa se voltou para as considerações levantadas nos debates, principalmente naquilo que, de alguma forma, pareceu ser mais desconfortável aos debatedores ao se problematizar o historiar. Dois posicionamentos em particular: a forma como Foucault pensa sobre seus métodos, principalmente no que se refere à aproximação com as genealogias; e como ele lida com a noção de acontecimento e as implicações disso no seu historiar.
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