Dimorfismo sexual associados aos músculos Peitoralis abdominalis e Obliquus externos em anfíbios anuros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rainha, Raíssa do Nascimento
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/2746
Resumo: O dimorfismo sexual secundário em anfíbios anuros é comumente associado às diferenças morfológicas associadas ao tamanho corporal, presença de saco vocal, glândulas dérmicas, excrescências nupciais ou calos córneos nos dedos e no peito, e volume muscular nos braços, peito e morfologia da laringe. Comportamentos também apresentam diferenças entre machos e fêmeas, como na morfologia. Em geral, os machos defendem território e emitem vocalizações, podendo essas caraterísticas de algum modo ser correlacionadas. A vocalização é uma atividade de sinalização essencialmente dos machos e envolve, além de um ciclo respiratório peculiar, com enchimento dos pulmões e do saco vocal, o uso de músculos da parede do corpo, que causam variação de volume e pressão do ar, resultando na circulação do ar entre os pulmões, laringe, cordas vocais, boca e saco vocal. Neste estudo, procuramos averiguar se alguns dos músculos associados à respiração e ao canto são sexualmente dimórficos. Para tal, dissecamos machos e fêmeas de diferentes espécies e comparamos a espessura dos músculos m. pectoralis abdominalis e m. obliquus externus de machos e fêmeas das famílias Bufonidae (1sp), Craugastorinae (1sp), Cycloramphidae (1sp), Leptodactylidae (3sp), Hylidae (2sp), Hylodidae (1sp). Esses músculos foram escolhidos após observação de filmes das espécies vocalizando, onde ficou aparente o papel dos mesmos na movimentação do ar durante a emissão do canto de anúncio. Nossa hipótese é de que, como nos machos esses músculos desempenham papel distinto, durante as emissões sonoras, eles deveriam ser maiores (o que foi inferido indiretamente pelo volume muscular). O resultado da comparação confirmou nossa hipótese de que existe dimorfismo muscular para as espécies Rhinella ornata, Haddadus binotatus, Thoropa miliaris, Physalaemus soaresi, Physalaemus signifer, Boana albomarginata e Boana faber, sendo a musculatura nos machos mais espessa que nas fêmeas em ambos os músculos. A espécie Hylodes asper e Leptodactylus latrans apresentaram esses músculos com espessura semelhante nos dois sexos. O canto trinado exemplificado nos vídeos da vocalização de R. ornata e T. miliaris evidencia maior atividade dos músculos laterais do tronco. Como essas espécies apresentam dimorfismo, com os músculos dos machos mais espessos, a mecânica da emissão do canto parece estar associada ao dimorfismo nesses músculos. Indiretamente, para as espécies que apresentam dimorfismo, podemos inferir que a movimentação dos músculos seja semelhante entre espécies para as quais não se conhece filmes da emissão dos cantos.
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A vocalização é uma atividade de sinalização essencialmente dos machos e envolve, além de um ciclo respiratório peculiar, com enchimento dos pulmões e do saco vocal, o uso de músculos da parede do corpo, que causam variação de volume e pressão do ar, resultando na circulação do ar entre os pulmões, laringe, cordas vocais, boca e saco vocal. Neste estudo, procuramos averiguar se alguns dos músculos associados à respiração e ao canto são sexualmente dimórficos. Para tal, dissecamos machos e fêmeas de diferentes espécies e comparamos a espessura dos músculos m. pectoralis abdominalis e m. obliquus externus de machos e fêmeas das famílias Bufonidae (1sp), Craugastorinae (1sp), Cycloramphidae (1sp), Leptodactylidae (3sp), Hylidae (2sp), Hylodidae (1sp). Esses músculos foram escolhidos após observação de filmes das espécies vocalizando, onde ficou aparente o papel dos mesmos na movimentação do ar durante a emissão do canto de anúncio. Nossa hipótese é de que, como nos machos esses músculos desempenham papel distinto, durante as emissões sonoras, eles deveriam ser maiores (o que foi inferido indiretamente pelo volume muscular). O resultado da comparação confirmou nossa hipótese de que existe dimorfismo muscular para as espécies Rhinella ornata, Haddadus binotatus, Thoropa miliaris, Physalaemus soaresi, Physalaemus signifer, Boana albomarginata e Boana faber, sendo a musculatura nos machos mais espessa que nas fêmeas em ambos os músculos. A espécie Hylodes asper e Leptodactylus latrans apresentaram esses músculos com espessura semelhante nos dois sexos. O canto trinado exemplificado nos vídeos da vocalização de R. ornata e T. miliaris evidencia maior atividade dos músculos laterais do tronco. Como essas espécies apresentam dimorfismo, com os músculos dos machos mais espessos, a mecânica da emissão do canto parece estar associada ao dimorfismo nesses músculos. Indiretamente, para as espécies que apresentam dimorfismo, podemos inferir que a movimentação dos músculos seja semelhante entre espécies para as quais não se conhece filmes da emissão dos cantos.The secondary sexual dimorphism in anurans amphibians is commonly associated with the morphological differences in body size, presence of vocal sac, dermal glands, nuptial excrescences or horny calluses in the fingers and the breast, and muscle volume in the arm, breast and morphology of the larynx. Behaviors also present differences between males and females, as in morphology. In general, male anurans defend territory and emit vocalizations; these characteristics can be correlated in some way. The vocalization is a signaling activity primarily of male anurans and involves, besides a specific respiratory cycle, with filling of the lungs and vocal sac, the use of body wall muscles that cause variation of volume and air pressure, resulting in air circulation among lungs, larynx, vocal slits, mouth and vocal sac. In this study, we seek to verify if some of muscles associated with the respiration and song are sexually dimorphic. For this, we dissected male and female anuran amphibians of different species and compared the thickness of the m. obliquus externus and m. pectoralis abdominalis male and female anurans of the Bufoniadae (1sp), Craugastorinae (1sp), Cycloramphidae (1sp), Leptodactylidae (3spp), Hylidae (2spp), Hylodidae (1sp) families. These muscles were chosen after observating films of the species vocalizing, where their roles in the movement of the air were apparent during the emission of advertisement call. Our hypothesis is that, the muscles should be greater in these males because these muscles in these males play a different role, during noise emission, (what it was indirectly inferred by muscle volume). The result of comparison conformed our hypothesis that there is muscle dimorphism to the Rhinella ornata, Haddadus binotatus, Thoropa miliaris, Physalaemus soaresi, Phisalaemus signifer, Boana albomarginata e Boana faber species, being the musculature in male anurans thicker than in female anurans in both muscle. The Hylodes asper and Leptodactylus latrans species presented both muscle with similar thickness in both sexes. The trill call exemplified in vocalization videos of Rhinella ornata and Thoropa miliaris evidence the greater muscle activity of lateral muscles of the trunk. As these species present dimorphism, with male muscles thicker, the mechanic of call emission seems to be associated with this dimorphism in these muscles. Indirectly, for species that present dimorphism, we can infer that the muscle movement is similar among species for which no call emission films are known.AnatomiaSeleção sexualCanto de anúncioDimorfismo sexual associados aos músculos Peitoralis abdominalis e Obliquus externos em anfíbios anurosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisbachareladoporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJinstname:Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)instacron:UFRRJinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALRaíssa do Nascimento Rainha - Jul 2017.pdfRaíssa do Nascimento Rainha - Jul 2017.pdfapplication/pdf135073469https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/2746/1/Ra%c3%adssa%20do%20Nascimento%20Rainha%20-%20Jul%202017.pdf250027ebfff7e9dfe38b1618c0ee9f59MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/2746/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTRaíssa do Nascimento Rainha - Jul 2017.pdf.txtRaíssa do Nascimento Rainha - Jul 2017.pdf.txtExtracted texttext/plain57189https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/2746/3/Ra%c3%adssa%20do%20Nascimento%20Rainha%20-%20Jul%202017.pdf.txt1276c426817179cf383a195ea748a4f7MD53THUMBNAILRaíssa do Nascimento Rainha - Jul 2017.pdf.jpgRaíssa do Nascimento Rainha - Jul 2017.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1290https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/2746/4/Ra%c3%adssa%20do%20Nascimento%20Rainha%20-%20Jul%202017.pdf.jpge16b8642bbcd07478ed089103ca0ce3fMD5420.500.14407/27462023-11-09 12:25:20.232oai:rima.ufrrj.br:20.500.14407/2746Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://tede.ufrrj.br/PUBhttps://tede.ufrrj.br/oai/requestbibliot@ufrrj.br||bibliot@ufrrj.bropendoar:2023-11-09T15:25:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)false
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